Ju 13/02/2014MarinaSempre tive curiosidade de ler algum livro do Zafón. Todo mundo fala muito bem da escrita do autor, e eu precisava conhecê-la. Esse livro seria uma das minhas leituras da Maratona Literária (eu optaria pelo desafio, e ele seria meu livro com menos de 240 páginas). Acabei não me inscrevendo, mas como é um livro curto (189 páginas) decidi ler mesmo assim.
Mas não é porque o livro é curto que a leitura foi rápida. Demorei um pouco para terminá-lo, principalmente porque sou uma pessoa muito medrosa e o livro me assustou bastante. Não era uma coisa para a qual eu estava preparada.
"A vida costuma nos oferecer exatamente aquilo que não buscamos."
Marina tem uns trechos bem macabros. Quando me deparava com um deles, depois de algumas páginas tinha que interromper a leitura para respirar um pouco e me recuperar... rs... Várias vezes fiquei sem fôlego. O livro tem cenas com bastante ação, e não dá para o leitor saber quem é "amigo" dos protagonistas e quem é "inimigo", até quase o fim da história.
Nossas personagens principais, Marina e Óscar, são dois adolescentes que decidem investigar um grande mistério, sem ter a menor ideia da profundidade da história que irão encontrar. Até cogitei abandonar o livro por causa das cenas macabras, mas a escrita do Zafón é tão genial que eu simplesmente não consegui fazer isso. Construí uma relação de amor e ódio com a história, queria ler e não queria, mas não foi possível deixar de acompanhar os acontecimentos. O autor vai desvendando o mistério aos poucos, à medida que nos apresenta novas personagens, que vão revelando pedaços de um quebra-cabeça.
"A verdade não pode ser encontrada. (...) É ela quem nos encontra. (...) A verdade está sempre a salvo das pessoas."
Antes do início da narrativa, temos uma nota do autor, que diz que esse livro foi publicado como juvenil, mas que ele pretendia que atingisse pessoas de qualquer idade. Na minha opinião, ele cumpriu seu objetivo, uma vez que Marina realmente coloca a gente para refletir.
"O tempo faz com o corpo o que a estupidez faz com a alma. (...) Apodrece. (...) Somos frágeis. Criaturas passageiras. Tudo o que resta de nós são as nossas ações, o bem e o mal que fazemos a nossos semelhantes."
Temos uma personagem que acredita que pode fazer o trabalho de Deus. Uma pessoa completamente desesperada e obcecada. No fim, é um pouco compreendida. O autor nos mostra que não podemos julgar as atitudes de alguém até que vivamos uma situação parecida. Não quer dizer que eu não considere essa pessoa maluca e maníaca. Só consigo pensar que perdeu o controle de si mesma, e isso é muito triste.
"- Quem não sabe para onde vai não chega a lugar nenhum."
Vou querer ler outros livros do autor, espero que eu consiga fazer isso logo.
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