Renata CCS 22/10/2013“(..).mas quero encontrar a ilha desconhecida, quero saber quem sou eu quando nela estiver”. (p.40)
“Um homem foi bater à porta do rei e disse-lhe, Dá-me um barco”. Essas são as primeiras palavras que lemos em O CONTO DA ILHA DESCONHECIDA que nos é apresentado no formato de um pequeno livro, mas que possui uma grande mensagem. Fala de um homem que, após grande insistência, consegue do rei um barco para procurar uma ilha que, segundo ele, ainda não foi descoberta. Seu sonho acaba inspirando a faxineira que trabalhava no castelo do rei. Ela toma a decisão de seguir o homem e ajudá-lo nessa busca. E assim a história se desenrola em poucas e pequenas páginas.
O conto é uma parábola que dá margem a interpretações muito pessoais. No meu entender, partindo da máxima filosófica de que "todo homem é uma ilha", o protagonista quer dar sentido a sua existência, descobrir a si mesmo. A ilha desconhecida é uma metáfora da consciência, é o próprio processo de busca, o prazer de aventurar-se rumo ao desconhecido.
Os personagens não possuem nomes: o rei é o rei, o homem é o homem, a mulher da limpeza é a mulher da limpeza. Também não são mencionados locais ou datas específicas. A história poderia se passar em qualquer época, em qualquer lugar. Isso nos dá margem para a imaginação trabalhar mais livremente.
A busca faz parte da condição humana, e o protagonista insiste em encontrar o que procura, mesmo com possibilidade de que seja uma coisa ilusória. Muitos de nós sentimos uma forte ligação ao que temos de seguro, de certo. É cômodo viver o conhecido, o novo é assustador, e é preciso ousadia para encarar o desconhecido. O lançar-se ao mar para navegar é o avançar para a vida, buscando suas metas, seus objetivos.
A história nos cativa e faz pensar, e através do uso de metáforas simples e bem boladas podemos enxergar uma mensagem, também simples, mas muito profunda e valiosa.
É preciso acreditar que ainda existem ilhas a serem descobertas, então, recomendo a leitura!