Pryh Santos 27/02/2013
Regular, divertido e com algumas peculiaridades em seus personagens, mas se comparado a ‘A intuitiva’ deixa um bocado a desejar. Foi mais ou menos isso que pensei quando terminei o livro. Mas também convenhamos, essa pessoa que vos fala começou a ler a saga pelo terceiro livro, ao qual gostou e é pseudo apaixonada por um dos personagens - Lê-se Iago. Dificilmente a história de Chloe superaria isso. Mas, deixemos o terceiro – que eu pretendo reler em breve – pra uma próxima vez.
O primeiro volume da saga contra a história de Chloe Wherlocke, uma Lady um pouquinho ‘ousada’ para o século XVIII em que vive, não tanto quanto a Bela Finn (Liberte Meu Coração), não mesmo, mas que, as vezes, parece não reprimir a vontade de expressar grande parte do que pensa. Chloe como os membros da sua família e dos Vaughn possui um dom, sendo este, como o próprio titulo do romance delata, visões. Graças a essa habilidade e com a ajuda de seu primo Leopold e da irmã Laurel - mesmo que em seu leito de morte - a bela consegue salvar a vida de Anthony Kenwood trocado pelo bebê de Laurel (que nasceu morto) e abandonado a mando da própria mãe na cabana das irmãs Wherlocke para que nunca fosse encontrado.
Anos depois Chloe aparece mais uma vez salvando a vinda de um membro da família Kenwood, mas dessa vez se trata de um homem velho – e traído – o conde Julian Kenwood, pai de Anthony. O homem que até então desconheço o fato de seu filho estar vivo vem sofrendo constantes tentativas de assassinatos a mando de Beatrice, sua esposa, e Arthur, seu tio e amante da ultima. O fato de que o conde no ultimo ano de sua vida se tornou um ‘boêmio devasso’ só facilitou a vida dos vilões e complicou o trabalho que Chloe, Leopold e alguns dos seus homens tem pra manter a vida de Julian.
Graças a ultima tentativa de assassinato ter quase dado certo os primos Wherlocke decidem então que já era hora de contar a Julian toda a verdade sobre sua esposa e o tio, que inclui além de todas as conspirações contra a vida do conte, o plano de morte para o herdeiro dele. Depois de levar um tempo para assimilar todas as informações contadas e recuperar-se do ferimento causado na ultima vez, Julian se junta a Chloe, Leo e até mesmo o melhor amigo do conde Edgar, para tramarem um plano contra seus inimigos e derrubá-los. Tornando público todas as malevolências que os mesmo fizeram.
Todavia, é claro que em meio a isso tudo Chloe e Julian sentem uma forte atração um pelo outro, impossível de se controlar. E o fato do conde estar escondendo-se na casa dos Wherlocke torna a situação ainda mais complicada de se segurar. E o romance acaba engatando.
Vou me ater a essas informações sobre a trama, é o máximo que dá pra fazer sem muito spoiler. Bom, agora quanto a crítica; mesmo deixando de lado o caso já supracitado esse primeiro livro me deixou descontente com algumas coisas em seu desenrolar. Por exemplo, o próprio Edgar, melhor amigo de Julian, até o meio do livro o homem teve uma boa participação nos planos contra Arthur e Beatrice, e nem se quer chamado para o casamento ele foi! Eu só me lembrei dele no final do livro porque o conde tocou no seu nome dizendo que ele era um dos escolhidos para um determinado papel. O que me lembra Lady Marston, que também foi deixada de lado no decorrer da trama.
O segundo ponto que não ficou muito bem esclarecido foi o dom dos dois ultimo descendentes dos Wherlocke que apareceram. Caramba! Eu me lembro do chilique e curiosidade que tive por causa de UM até a Alethea descobrir acidentalmente ‘A Sensitiva’ qual era o dom daquela criatura fofa, e nesse fiquei duplamente frustrada... ou mais se contarmos as ultimas linhas do livro..
E o ultimo ponto que me irritou um pouco foi às cenas de ‘pegação’ do livro. Sério, espero que os outros sejam mais Hartley e menos Julian, achei muito tédio, até pra época.
Okay, mais chega de reclamar e vamos aos pontos bons. Embora a história seja meio parada em certa parte, de certo ponto pra frente do livro você fica querendo muito tentar adivinhar o que o Arthur vai fazer no próximo passo. A introdução da personagem Simone – embora rápida, e que provavelmente devesse ser melhor aproveitada – foi bem interessante, e deu uma incrementada nos tramites. Contudo no quesito astucia e maquinações Leo acaba sendo o personagem que te prende mais a entender sua linha de raciocínio e planos a serem bolados.
A ala feminina – e mais madura – do livro, foi a, de longe, que eu mais gostei. Lady Marston, uma senhora da nobreza e com uma personalidade forte foi uma das minhas três favoritas. A mulher diz o que pensa e confronta a Beatrice na cara dura, além já conhecer sobre os dons dos Wherlocke sem teme-los e sim ter certa curiosidade sobre o que a Chloe viu em suas visões. Sem contar o momento cupido dissimulado que ela e Lady Evelyn tem no meio de um baile.
Fando em Lady Evelyn, a mãe de Julian realmente tem uma força e tanto. O momento épico do ‘Que diabos você está fazendo com meu neto?’ me fez ter surtos, principalmente pela surpresa que a blasfêmia causou no filho. E claro, além de força ela se mostra bastante corajosa ao fim do livro, expondo sua fibra ao se colocar em risco em busca de Anthony e Chloe. Admirável.
E por ultimo, mas jamais, menos importante, temos Lady Mildred, tia de Julian e infelizmente esposa de Arthur. Nas primeiras vezes que o nome foi citado a mulher nem pareceu promissora, mas depois da formar como encarou o destino do próprio marido, vendo o que realmente ele merecia e do episódio da ‘frigideira assassina 2.0’ eu virei fã da mulher. Além do que, não é pra qualquer uma ouvir que o marido queria matar as filhas na frente dela só pra vê-la sofrer por não ter lhe dado um herdeiro homem. Acho que foi isso o que mais me fez xingar o miserável, sentir nojo do homem ao mesmo tempo que desejar sua morte mais rápido ainda. Mas okay, ele teve o que merecia, e super apoiei o que ela fez depois haha.
No fim das contas acho que não perdi – muito – lendo o livro, afinal li de um dia pro outro, pode não ser MESMO o melhor da saga, mas tem algumas coisas boas a oferecer. Acho.