Rodrigo C. 08/11/2017
Leitura Densa
Diferentemente de "O Guardião da Meia-Noite", do mesmo autor, este livro não é nada trivial.
Primeiro, pois o seu desenrolar se passa em uma ~realidade~ totalmente fora da nossa caixinha. Só perto do final eu percebi que, talvez, fosse a época da Atlântida. Porém, é apenas um palpite, já que em nenhum momento houve qualquer contextualização histórica.
Segundo, porque os nomes, os pronomes de tratamento e expressões não fazem parte do nosso cotidiano. Por exemplo, o antigo nome do Exu Tranca-Ruas, juntamente com alguns pronomes de tratamento, é Mehi Mahar Selmi Laresh Lach-me yê; Shell-çá, Iafershi, Hacilet, Hefershi e Laribor são os co-protagonistas; e, para complicar, há algumas expressões do tipo Iá-fer-ag-iim-yê e Ag-iim-sehi-lach-me yê que em nenhum momento são explicadas.
Terceiro, de cunho estritamente pessoal, não pude parar de comparar esta história com a do Guardião da Meia-Noite. Enquanto neste último houve toda uma "trajetória de herói", da queda à redenção, aqui não ocorreu algo semelhante. A maior parte da história é focada na vida terrena de Selmi Laresh, de como ele, de sacerdote em ascensão exilado por "desobedecer" um lei sacerdotal e participante da guerra entre os 9 templos sacerdotais desencadeada por Lúcifer, foi convidado a se tornar o Exu Tranca-Ruas. Em um dado momento, foi feito o convite, após o término da guerra, e ele aceitou. "Simples" assim.
Enfim, apesar de não ter tido uma leitura agradável, acredito que trata-se de um texto muito importante, pois ele trata basicamente do sexto "sentido" dos humanos, o mistério (manifestação de energia por si que se irradia) relacionado à sexualidade. Já está na fila para uma releitura no futuro.