O quarto fechado

O quarto fechado Lya Luft




Resenhas - O quarto fechado


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Renan Alves 15/08/2024

Julguei o livro pela capa e venho aqui me redimir
Para mim, Lya Luft sempre foi aquela autora de “Perdas e Ganhos”, cujo título com ares de autoajuda afastou-me por toda a vida da sua literatura. Somava a esse prejulgamento sua doce imagem, tão afetuosa quanto alguma contadora de histórias num piquenique de domingo no parque. E para fechar, esse nome, tão sonoro quanto onomatopeia, estratégia para atrair criança. Certeza. Pois bem, estava redondamente errado. Julguei Lya Luft pela capa e me arrependo por isso.

E como o tempo não volta, corro agora atrás do prejuízo. Meu ponto de partida? Seu romance, “O Quarto Fechado”. Algo dentro de mim, com mais esperteza que o dono, dizia: leia, dê uma chance. E o que vivi foi uma das mais gratas surpresas literárias. Não gosto de distribuir eloquência nos adjetivos, contudo, só consigo chamar esse livro de experiência maravilhosamente profunda.

Trata-se de uma noite de velório, com a família prestando suas últimas homenagens ao jovem Camilo. E aqui, no silêncio de cada um, grita um passado de segredos, frustrações e medos. Com uma linguagem forte e poética, Lya Pluft, ops... Luft, capta a grandeza do instante. E assim, vai contando quantas outras mortes circundam aquele caixão. É como se no morto fosse iluminado o morrer de cada um: mãe, pai, irmãos e avós.

É sombrio, é melancólico, é corajoso. Um livro que se convida à releitura. E também, uma porta que se abre para o olhar atento do leitor, a vasculhar cada canto desse tal quarto. Por fim, um pedido meu: não se fechem ao mesmo preconceito que me afastou da obra de Lya Luft.
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Li 16/11/2023

Pura melancolia
Resenha por A Garota Entre Páginas:

Li O Quarto Fechado por causa de um trabalho da faculdade. Uma leitura carregada de sentimentos, sendo o principal deles: a melancolia.

A obra de Lya Luft conta a história de uma família que carrega uma série de dores, traições e sonhos frustrados.

A história se passa no velório do filho de Renata e Martin. Camilo era um jovem que só se sentia inteiro ao lado da irmã gêmea, Carolina, e que tinha um estranho fascínio pela morte.

Além do casal e seus filhos, somos apresentados à mãe de Martin e à suas irmãs, Ella e Clara.

Todas as pessoas dessa pequena família tem alguma frustração, algum sonho ou amor que foi interrompido pela vida ou por outras pessoas. Todos eles têm que viver com suas sinas, destinados a viverem pensando nos "e se?", condenados e enclausurados por seus traumas.

A família de O Quarto Fechado está tão envolta em sua dor, em suas mágoas, que cada um de seus integrantes se fecha em si mesmo e passa a ignorar os demais. Esse isolamento tem consequências fatais, como a obra de Luft deixa claro para o leitor.

O luto e a dor são tão presentes, tão vividos e lacerantes em O Quarto Fechado que se tornam tão personagens quanto Renata e Martin.

A escrita de Lya Luft é permeada por metáforas e analogias, uma escrita extremamente poética, que nos fascina e faz refletir por horas, tentando entender o que ela quis dizer em diversos momentos. 

Com pouco mais de 100 páginas, O Quarto Fechado é um retrato de uma família dilacerada pela dor, com personagens tão mergulhados em sua melancolia que não conseguem olhar para o outro.
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Biblioteca Álvaro Guerra 22/02/2023

Em O quarto fechado, a autora constrói cenas e diálogos nos quais a delicadeza e brutalidade se revezam para delinear a dura condição da existência humana, as vezes sórdida demais, outras vezes leve e prazerosa.

Livro disponível para empréstimo nas Bibliotecas Municipais de São Paulo. Basta reservar! De graça!

site: http://bibliotecacircula.prefeitura.sp.gov.br/pesquisa/isbn/9788501065995
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Cacau 14/02/2023

Triste
Primeiro livro que li da Lya Luft e gostei demais da escrita. Pretendo ler mais livros dela, gostei muito!!
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Bárbara 18/01/2023

Um livro cheio de simbolismos, extremamente bem escrito. Entretando, é uma leitura bastante sufocante e dura. A história se passa na revisão de vida que os personagens fazem durante um velório. E o livro inteiro é um velório, não só pelo evento principal na narrativa, mas na escrita também - no sentido de que ler é como abrir o peito para a morte e senti-la dentro de si. O fato de o livro conseguir fazer isso mostra a habilidade da autora na obra. Mas particularmente, achei pesado e desagradável, mesmo que ainda eu consiga admirá-lo literariamente.
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pietra 11/01/2023

Independente da quantidade de livros que eu ler na minha vida, eu acho que nenhum vai se comparar a esse. A Lya Luft é uma poeta, as narrações dela, a construção dos diálogos internos e dos problemas pessoais de cada membro da família são tão cruas e realistas que eu sinto que nunca li alguém descrever esse tipo de coisa de forma melhor.
Eu li esse livro pela primeira vez com 15 anos, e com 21 a minha opinião sobre ele não mudou em nada, talvez só tenha melhorado.
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Vanessa.Lago 23/07/2022

Primeiro livro que leio da autora. Uma história triste e linda; a escrita tem detalhes na medida certa. Me lembrou as tragédias do Morro dos Ventos Uivantes, só que bem mais leve pra ler.
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Maria Amélia 29/06/2022

Esse romance tem uma narrativa poética, misteriosa e envolvente. Apesar dos temas tratados, eu não imaginava o rumo que a história tomaria... o final é macabro demais para o meu gosto.

"Publicado originalmente em 1984, Lya constrói uma trama de cenário sombrio. Um casal separado volta a se reunir dos dois lados do caixão de seu filho morto, revendo cada um a sua vida e o que os conduziu àquela trágica situação. Loucura, segredos, culpa, desencontros, amores frustrados, omissão e ternura sucumbem a forças negativas e fazem com que o leitor se coloque na história sentindo-se retratado, tocado, compreendido. A escritora retoma temas centrais da sua literatura: as relações humanas e a morte."
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arthurzito 09/06/2022

Essa leitura me lembrou bastante o livro "A vegetariana", pelo ambiente temático e pela maneira crua de exibir para o leitor o inconsciente dos personagens. A história gira em torno da morte prematura de Camilo e durante o seu velório os pais do menino, antes separados, vão cada um a sua maneira reconstituindo desde o inicio a tragédia e os conflitos que os trouxe ali. Eu gostei em como a narração dos pensamentos da família foi feita, fluindo de um para o outro e explorando os sentimentos de cada um. Achei muito interessante a menção de um quadro, o que a mãe fica fascinada, e tenho para mim que a autora se inspirou no movimento simbolista para compor o livro. Infelizmente não achei a leitura muito envolvente e imersiva, para mim pareceu tudo muito linear. Acho que esperava mais do livro.
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sarahjanes 18/02/2022

fiquei muito pensativa com o final desse livro. pequeno, mas bastante carregado.
basicamente, se trata de como os familiares lidam com a morte de alguém da família e então todas as situações apresentadas giram em torno dessa pessoa.
belíssimo!
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Leonardo Bezerra 08/02/2022

Nunca li trabalhos de Lya Luft e nem sei se houve algum com essa temática centrada na morte, então julgo a partir desse livro exclusivamente. É fascinante como em momento algum ela tenta romantizar o que aconteceu assim como também não tenta explicar o motivo de ter acontecido. Simplesmente aconteceu e pronto. E ela realiza reflexões a partir disso, mesclando com os dramas de cada personagem.

Nenhum drama é necessariamente aprofundado, indo em sua origem propriamente dita, mas deixando pistas do que poderia ter ocasionado tal situação ou como determinado personagem atualmente se sente sobre ele. Percebi que a autora permite ao leitor que ele use de sua inteligência para entender o que está acontecendo e como se colocar perante cada personagem.

O tom sombrio do livro, nunca se permitindo a aberturas positivas, é um viés impressionante que deixa o livro mais depressivo e incrivelmente interessante. Me senti rendido pelos personagens e pela trama simples, que se situa em um velório, e como ela abre margens para várias teorias. É a espécie de livro que não conta o que acontece de fato, mas deixa tudo deliciosamente subentendido.

Apesar de curto, não consegui ler esse livro em uma sentada, em razão da ansiedade e insegurança que ele me causou. Me pegava me sentindo desconfortável como se estivesse no velório do personagem e fosse parte da família dele, sentindo todos os seus dramas no ar e extremamente sufocado e com vontade de escapar dali. É fascinante.
Alê | @alexandrejjr 09/06/2022minha estante
Tua resenha, Leonardo, faz uma bela propaganda do livro (mesmo não tendo esse propósito, claro). E é por causa dela que eu vou adicionar ele na minha estante aqui do Skoob. Parabéns!




Jujubinha0 07/06/2021

?Mamãe conduzia outra condenada que já começara a morrer. Sobrevivente, ela se contagiaria aos poucos daquela morte. Os membros, o corpo, a alma de carolina morreriam devagar, e não havia nada a fazer.?

Não sei muito o que dizer... não é uma leitura tranquila, é intensa, até perturbadora. Ela incomoda, força a reflexão sobre algo que todos estão destinados a conhecer um dia e que ainda assim, procuramos esquecê-la: a morte. A vemos nos dois papéis que podemos ter nesta vida; como
o coadjuvante em luto por alguém querido e como protagonista de nossa própria morte.
Pode até ser um assunto um tanto mórbido, mas é interessante ler sobre isso, a certeza do fim. Acho até romântico. Às vezes é preciso que relembremos que vamos morrer para nos lembrar que estamos vivos, estamos vivos!
Gostei muito da maneira poética que a autora narra o romance nesta obra. Acho que os romances intimistas me cativaram.
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Bruno Mancini 30/03/2021

Ganhei este livro...
de minha professora. Sei que gostei da história, mas não lembro.
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gvnnrs 19/03/2021

valeu a experiêcia (de me sentir uma perdida)
olha gente eu não tenho nem oq falar direito, sabe aqueles livros que vc termina e 1 dia depois não lembra de mais nada? foi assim pra mim
o que eu lembro de ter gostado foi a forma muitas vezes poéticas da autora escrever, por isso as duas estrelas e meia
Mael 10/02/2022minha estante
me emocionei com o Camilo estando morto e a família reagindo a tudo o que estava em volta... também fiquei perdido em várias páginas por causa dos personagens e de como a autora aborda o passado com o presente. mas é muito poético e filósofo o livro! gostei da experiência.




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