Ari Phanie 21/10/2021Outono sempre foi minha estação preferida.Como sempre, livro do King é um desafio pra mim. Nunca sei o que vai rolar em um livro dele, mas normalmente minhas expectativas são baixas. Os Kinglovers que me desculpem, mas é difícil o homem me agradar completamente. Nesse livro em questão, a única certeza que eu tinha era que amaria o conto “O Corpo” porque a história fez parte da minha infância e posterior obsessão pelos filmes dos anos 80. Mas o resto era marrom pra mim.
O primeiro conto intitulado Rita Hayworth e a Redenção de Shawshank começou muito bem, muito interessante, boa trama, bons personagens, mas chegou ali na metade, ou um pouco antes disso, desandou. King meteu o seu bom e velho uso excessivo de palavras, e começou a enrolar e encher linguiça, e isso começou a me entediar e me fazer perder o interesse. No entanto, o final é bom. Gostei muito da conclusão e se o King não tivesse sido tão prolixo, o conto teria sido uma experiência melhor pra mim. E o que é raro de acontecer, o filme é melhor. Nota: 6,5
O segundo conto Aluno Inteligente é assustador pra cacete. Eu comecei achando que o guri era só um moleque estúpido se achando inteligente demais (o que é isso mesmo) e que o velho nazista ia jogar um jogo de gato e rato com ele, mas ledo engano. A coisa começou a ficar esquisita muito rápido, e depois de um tempo, ficou claro que a história não seria nada do que eu tinha imaginado. Preciso dizer que eu não gosto e não costumo ler livros pela perspectiva do psicopata. A não ser que eu não saiba, o que foi o caso aqui. Então, ler esse conto foi como estar preso dentro da cabeça de um serial killer. A experiência não me foi agradável, foi quase claustrofóbica, mas eu não conseguia largar a leitura, esperando e rezando para o par de psicopatas se darem mal. Não posso dizer que o final me agradou 100%, mas foi bom o suficiente. Nota: 9
O terceiro conto chamado O Corpo foi o meu favorito, como eu sabia que seria. Conta Comigo é um dos meus filmes preferidos da vida. Eu amo a simplicidade, melancolia, os simbolismos e a temática forte da amizade. O conto cumpre o que promete e cumpre o que eu esperava; é comovente, estranha como a pré-adolescência pode ser, e cativante. Eu já amava a história, demais, mas o conto me emocionou ainda mais do que o filme faz. Então, ele é o melhor pra mim e, na realidade, eu só peguei esse livro para ler por causa dele. Nota: 10
No último conto o King usou o recurso de contar uma história dentro da outra, e eu nunca gosto quando ele faz isso. Misery foi mediano pra mim em parte por causa disso. Parece um livro de recortes. E, para além disso, o começo não me pegou, o que me fez empurrar com a barriga. Mas, devo dizer que a historinha me surpreendeu de um modo positivo. A mulher grávida enfrentando uma gestação solitária e também o preconceito da sociedade foi interessante. Mesmo assim, não foi o suficiente para fazer grande diferença pra mim. Nota: 6
Enfim, esse foi outro livro do King mais ou menos pra mim. O Corpo foi o ponto alto, e a experiência foi válida por conta dele. Que venha o próximo.