Danilo Barbosa Escritor 18/09/2012Suspiros e paixões imortaisVeja mais resenhas minhas no Literatura
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Olá, meus queridos literatos. Não tenho aparecido tanto quanto gostaria, mas não é por minha culpa... É que simplesmente não tem dado tempo de dar aquela paradinha básica em frente ao note para contar a vocês as novidades. É trabalho, revisão, responder e-mails do Literatura, falar com os colaboradores, fechar parcerias... Uma loucura, gente!
(Voltando ao foco, Danilo!) Bem, mas hoje consegui vir para cá a fim de matar um pouco a saudade de vocês e falar um pouco de um livro que achei excelente: a saga romântica Immortales, da carioca Roxane Norris!
Mas antes, para explicar melhor, vou contar a minha saga desde o começo, ok?
Conheci a Roxie (esse é meu apelido carinhoso para esta autora-sorriso) há alguns anos, durante algumas atribulações envolvendo uma editora-fantasma - Acho que muita gente aqui sabe de quem eu estou falando... Conheci um pouco da história dela na busca de um lugar para publicar o seu primeiro livro e só fui conhecê-la ao vivo, finalmente, na semana do seu lançamento, na Bienal de São Paulo este ano, no estande da Baraúna.
Bom, momentos de abraços e cumprimentos à parte, fiquei muito feliz de ganhar um exemplar do seu pequeno primeiro filho (Pequeno não sei onde. São 650 páginas!) para dar as minhas opiniões para vocês, meus amigos...
Agora vamos parar de explicação e falar dessa história cheia de romances e traições.
Bom, já vou logo esclarecendo que este é um livro de vampiros, ok? Mas, ao mesmo tempo em que esse é o assunto principal, você se esquece disso... Não entendeu? Já vou explicar.
No começo da civilização humana, uma raça chegou a Terra fugida de um planeta parecido com o nosso: Sinai. Eles viam na Terra o lugar prometido pelos seus ancestrais, onde poderiam viver em harmonia. Mas a coisa nunca acontece como pensamos.
Ao entrarem na atmosfera terrestre, o metabolismo deles se altera. Apesar de não envelhecerem, o corpo exige tanto de si que começa a perder sangue. Aí o que acontece, precisam se alimentar do danado... Olha a vampirada em cena, gente!
O livro corre em torno das famílias destinadas a governar os nossos queridos imortais. Em meio a intrigas, disputas por poder e pessoas que querem fazer a diferença em um sistema de leis que se torna defasado com o passar dos anos, nós conhecemos Elise. Ah, a doce Elise... Ela parece saída de um romance de Jane Austen: voluntariosa e ao mesmo tempo doce, nutre uma paixão secreta por Edmundo, o seu primo. Mas, infelizmente, nas leis dos Imortais, ela está prometida para casar com Victor, o seu odiado, famigerado, bastardo e cretino irmão - eles casam entre si para manter a raça incólume. Edmund é o perfeito cavalheiro - bonito, gentil e lindo demais. Só falta o cavalo branco para satisfazer o sonho de qualquer mulher romântica.
O tempo passa e seu irmão se mostra muito mais perverso do que ela imaginava. Ele tem planos não só de tê-la a qualquer custo, mas tomar o controle das famílias e ser senhor absoluto dos clãs. E, para isso, ele não hesitará em mentir, matar, dissimular e manipular as pessoas pelo seu prazer.
Enquanto isso, o coração de Elise não consegue mais esconder o que sente. Principalmente ao ver seu grande amor ser correspondido. Será que deveria se submeter a leis que não deseja cumprir. Ou jogar tudo para o alto e viver sua história, correndo o risco dela e de Edmund perderem a vida neste processo?
Gostou? E isso é só o começo? Por ser seu primeiro livro, tenho de bater palmas de pé para ela. Ela sabe conduzir a história, ambientando o leitor com precisão em uma perfeita viagem ao tempo. Conduz a gente ao clima necessário para compor as cenas, independentes de amor ou terror profundos. Tem de ser uma pessoa cuidadosa com o público para criar todo um universo, principalmente em um tema tão batido (infelizmente) como os meus queridos sanguessugas.
Como eu disse logo acima, apesar de ser sobre eles, você se esquece dos caninos afiados e da sede por sangue, quando se depara com corações apaixonados, mágoas intensas, obsessões e traições. Eles são tão cheios de intensas paixões humanas que você anseia que tudo termina bem. As desventuras do casal apaixonado nas mãos do FDP do Victor são demais. Eles encontram, se separam, outras pessoas aparecem em suas vidas, saem, mas o que sentem um pelo outro nunca arrefece.
Mas a galeria de personagens fantásticos não para por aqui. Além do Victor - que é um vilão que adoraria espancar - temos András, um cigano que faz nosso coração parar de bater; Inês, a irmã gêmea de Elise que não pensa antes de falar ou lutar pelo que quer e o segundo casal em destaque desta trama (e que conquistou minha alma de leitor): Ellen e Alejandro. Ele é o último herdeiro do clã Aramoyana, um espanhol pirata que mexe com a libido da gente. Ela é uma humana, nobre em plena época da Queda da Bastilha e é tão louca que até de homem ela finge para ficar perto dele... Juro que eles me cativaram e eu gostaria muito que a Roxane escrevesse um livro só deles - Fica o pedido no ar...
Bom, a única ressalva que ainda me resta fazer é que a autora tem um jeito diferente de descrever determinadas cenas. Naquelas horas hot, que todo mundo coloca os mínimos detalhes em pauta (tem horas que me sinto num documentário do National Geografic) ela descreve os sentimentos e desejos que envolvem e entorpecem os personagens. Adorei isso! Outra coisa é a ausência da palavra "olhos". Calma, gente, não é que ela não use. Longe disso... Mas raramente o faz. Então é muito comum "Ela viu os azuis dele nos castanhos dela." Pode parecer estranho no começo, mas você acaba se acostumando.
Chega por enquanto. Já falei demais, não acham. Tenha que deixar vocês com vontade de ler, né? Então, não percam a chance de entrarem nesse universo tão bem criado pela Roxane Norris e se apaixonar, assim como eu fiz.