Raony 06/02/2017
Etnografando os diplomatas
É uma etnografia bem bacana, gostosa de ler e esmiuça bem a formação do diplomata brasileiro na época.
Infelizmente tá desatualizada. A pesquisa de campo foi realizada em 1998 e o livro lançado em 2005, entre esse tempo já houveram mudanças significativas no concurso de admissão e no curso de formação - os campos de pesquisa retratados no livro - essas mudanças são tratadas rapidamente pela autora na apresentação, o que dá uma contextualizada e tal, mas entre 2005 e 2017 (quando realizei a leitura) muitas outras mudanças ocorreram. Isso não tira o valor da obra, que vale como um retrato da época e capta fatores perenes no objeto pesquisado, mas não deixa de dar uma desanimada quando terminada a leitura, pensar que boa parte do que foi dito não é válido mais.
Uma outra pesquisa nos dias atuais seria ótimo, mas a autora acho que enjoou do tema, pesquisa urbanização agora, se não me engano. O que é uma pena, pois ela seria a mais indicada pra recuperar a pesquisa, filha (tanto por parte materna quanto paterna), neta e sobrinha de diplomatas ela conseguiu com maestria aplicar o leitmotiv da antropologia "tornar estranho o que é familiar e familiar o que é estranho" com influências visíveis do orientador da dissertação de mestrado que deu origem ao livro, o pai da Antropologia Urbana brasileira, Gilberto Velho.