Levi 24/04/2019Minhas Impressões (Alguns spoilers não tão importantes)Bom, esse livro me causou tantas emoções conflitantes que era quase impossível não escrever sobre ele. De início nos vemos diante de uma mãe absurdamente protetora e paranoica com relação aos filhos que é capaz de cometer loucuras pelo “bem estar” dos mesmos. Isso já fica claro na sinopse quando sabemos que Alice Chaplin está decidida a prestar um exame admissional de uma prestigiada escola no lugar da filha porque imagina que essa não irá passar. Desde o primeiro capítulo eu fui envolvido com a atmosfera cômica criada por toda a situação, o que me fez, de alguma forma, simpatizar com a personagem ainda que ela demonstre ser ignorante (no sentido de falta de conhecimento mesmo) e alheia a todos os problemas que não envolva a própria família, ou mais especificamente, a educação dos filhos. Porém, aos poucos, começamos a sentir um incômodo em rir de determinadas atitudes da personagem, principalmente quando conseguimos identificar boa parte das pessoas ao nosso redor que finge, por exemplo, não ser racista, classista, dentre outras coisas. Mas aí, você já está tão envolvido com a história que começa a torcer para que haja uma redenção da personagem, de forma que ela não precise pagar por todos os seus “pecados”, mas que pelo menos faça algo tão bom que a gente esqueça a Alice do início e fique em paz com a nossa leitura. Mas não é isso que vai acontecendo. Em diversos momentos vemos que Alice tem a oportunidade de se redimir, mas prefere continuar sendo egoísta tentando se livrar da culpa com alguns gestos de bondade. Ainda assim, em um momento decisivo para o final, onde a aguardamos enfim jogar limpo, ela se mantém firme em suas convicções. E, mesmo amando Alice (sim, me apego aos personagens), não consigo perdoá-la.
O livro nos faz refletir sobre tantas questões que me parece injusto querer nomear todas. Mas algumas que me chamaram atenção foi a insistência dos personagens em estereotipar um esporte de acordo com a cor da pela (o basquete para os negros). E, o caso da diretora, que mesmo sabendo que houve trapaça, preferiu ficar dos lados dos brancos.
Por fim, super recomendo a leitura!