Alipio 27/06/2020
O Retorno de Martin Guerre
O Retorno de Martin Guerre é uma história " Sui generis ". O fato ocorreu no século XVI, na região de Artigat no Languedoc, região francesa.
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Martin Guerre , um camponês de uma familia tradicional basca, casa-se aos 14 anos, com Bertrand de Rols ( 9 a 10 anos) filha de uma abastada família de Rols da Região de Léze, pois era desejo da familia casar cedo os seus filhos para que pudessem continuar neles a sua posteridade ( além dos bens e trocas de serviços).
Durante 8 anos, o casamento não fora consumado devido impotência de Martin Guerre. A família suspeita de feitiço e após alguns rituais, Martin consegue ter relação sexual com a esposa e engravidá-la.
Mesmo assim, Martin Guerra não estava feliz com a vida que levava e após desentendimento com seu pai, vai embora da região, abandonando a familia e parentes.
passados alguns anos, enfim reaparece na região um homem afirmando ser Martin Guerre, que na verdade era um vigarista chamado Arnaud de Tihl.
Arnaud de Thil foi recebido por Bertrand de Rols e por 3 anos conviveu traquilamente até que resolveu pedir ao " seu tio " Pierre Guerre , contas das propriedades o que causou estranheza,
diante de algumas atitudes concernente às tradições que eram praticadas entre as famílias basca. O conflito fora estabelecido e o caso indo à justiça para julgamento, pois o tio desconfiava que aquele homem era um impostor.
O caso fora julgado por um juiz respeitado e conhecido, Jean de Coras, que ficou convencido que o réu era realmente Martin Guerre. até que no final do julgamento aparece o verdadeiro Martin Guerre que estivera servindo no exército espanhol .
Era o Retorno de Martin Guerre.
Arnaud du Tilh é desmascarado e condenado à forca.
o grande dilema é: " Por que Bertrand de Rols calou-se durante três anos diante de tal farsa?"
É uma história sui generes instigante e extraordinária.
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A historiadora Natalie Zemom Davis, baseou sua narrativa em registros de textos produzidos pelos próprios juristas da época, entre eles, o juiz que conduziu o julgamento, Jean de Coras que após o caso , escreveu um livro sobre a surpreendente história.
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