Thiago Barbosa Santos 29/03/2018
Casos de Bellini
Além de excelente músico, Tony Belloto é um autor policial de mão cheia. Há três anos, li 'Bellini e o Labirinto' e gostei bastante do universo criado por ele no livro, me identifiquei com o detetive dele, o Remo Bellini, um dos funcionários da Agência de Investigações Lobo.
Recentemente li um outro livro da série dos casos desvendados pelo investigador paulista. Na verdade, este é um dos mais famosos, o 'Bellini e o Demônio'. A história é dividida em duas partes. Na primeira, Bellini é escalado para acompanhar um detetive gringo na busca por uns originais de um escritor famoso. Na primeira página, tem uma cena de Bellini lendo o jornal e se impressionando com um crime bárbaro, uma garota assassinada no banheiro de uma escola, com um tiro na cabeça, quando fazia xixi. Aquela barbaridade fica da cabeça de Bellini.
Após o desfecho do primeiro caso, Bellini atende no escritório uma jornalista foca que quer a ajuda da agência para desvendar a morte da garota e consequentemente conseguir um furo. A polícia trabalhou com a hipótese mais óbvia, a de que o namorado ciumento, que desconfiava de um relacionamento dela com o professor de português, tivesse cometido o crime.
Os dois começaram as investigações e um relacionamento amoroso. A história vai ficando cada vez mais intrincada e por pouco não termina de forma trágica. Ao fim, descobre-se que foi uma colega de classe a autora do assassinato. A assassina, para não ser descoberta, atraiu a jornalista para uma emboscada, deu um tiro nela e só não atirou em Bellini porque a chefe dele, Dora lobo, ao saber do caso, chegou a tempo e matou a garota antes. A jornalista se salva. É um livro envolvente e que assegura ao guitarrista dos Titãs o posto de um dos melhores autores policiais brasileiros da contemporaneidade.