Memorial de Maria Moura

Memorial de Maria Moura Rachel de Queiroz




Resenhas - Memorial de Maria Moura


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Clio0 14/03/2015

"Nunca vi rastro de cobra, nem couro de lobisomem, se corrê o bicho pega, se ficá o bicho come"

Esse definitivamente vai para a estante. Num mundo fantástico em que hoje as meninas são soterradas por avalanches de heroínas insossas e submissas, temos Maria Moura - ops, Dona Maria Moura - que não permite que nenhum cabra lhe falte ao respeito.

Alguns ainda se lembram da minissérie com Glória Pires, mas se não é do seu tempo, não se preocupe, o livro vale ser lido por si só, quer com aceno ao feminismo ou não. A história, passado no sertão, retrata a vida de um povo que praticamente nada sabe além daquilo que acontece em seu quintal...

No pequeno espaço em que se situa a história, famílias se matam por pedaços de terra, crimes de morte acontecem para lavar a honra e o cangaço adquire não a forma do ativismo político que hoje tantos historiadores e jornalistas parecem abordar, mas sim a uma confluência de política e miséria - mas principalmente da última - pois, como diria o Beato Romano, que sabem eles da vida do imperador?

Há vários personagens no livro que são assim, simples em relação ao que acontece em seu próprio país, porém não há, nem por um instante, a ideia de que os personagens são simplistas. O sertanejo é um ignorante, mas não um bruto.

E voltando novamente a Maria Moura, esse é o tipo de mulher que basicamente todas as leitoras deveriam conhecer. Forte sem ser cruel, firme sem ser insensível. Não confundam Maria Moura com um Virgulino de saias, você não vai ter a impressão de estar lendo sobre um homem ou pior ainda, uma personagem desexualizada - praga que domina a literatura e o cinema, pois aparentemente, para uma mulher ser levada a sério, ela não pode ser sensual.

Recomendo.
Renilde 15/02/2022minha estante
Comecei a ler, e já estava encantada, depois que li sua resenha não quero mais parar... Que escrita! Que povo! Meu povo!


Aline221 13/08/2023minha estante
O livro é maravilhoso e a resenha também!




Luis 25/04/2010

Lampião de saias.
Nâo vi a minisérie homônima da TV Globo que teve Glória Pires no papel principal, mas me arrisco a dizer que "Memorial de Maria Moura", que se tornou uma obra extremamente popular por conta dessa adaptação, já traz em seu estilo um perfil muito cinematográfico, com uma riqueza ímpar nas descrições das cenas de ação, o que deve ter ajudado em seu sucesso na TV.
O último romance de Raquel de Queiros foi a prova definitiva da maestria narrativa da primeira mulher a adentrar a Academia Brasileira de Letras (foi eleita em 1977). Maria Moura está no panteâo das grandes personagens femininas da nossa bibliografia, fazendo companhia a Dona Flor, Capitu, Tereza Batista, Diadorim, entre tantas outras. A trama em si não deve nada a um bom livro de aventuras, repleta de riscos e situações limites em que o bando da protagonista, uma espécie de Lampião de saias, se envolve ao longo das mais de 400 páginas do romance. A aridez sertaneja, tão presente na obra da escritora, dá o tempero especial a essa página fundamental da nossa literatura.
Danielle 30/06/2010minha estante
Fiquei com vontade de ler. Obrigada pela dica!


Monique 21/02/2014minha estante
Excelente resenha! :)




Carolina.Gomes 20/02/2022

Gostei, mas não amei
Depois de ler O quinze, resolvi embarcar na leitura de Memorial de Maria Moura.
Assisti a adaptação da globo e tinha gostado muito da história da sinhazinha que resolve romper com os padrões e assumir o comando de uns jagunços, em busca de poder e fortuna.

Maria Moura é uma personagem controversa, cheia de contradições, como todo ser humano, aliás.

Raquel de Queiroz, contrói uma anti heroína bastante verossímil que desperta ódio, admiração e às vezes, piedade.

Minhas ressalvas ficam por conta do desfecho de alguns personagens que ficaram perdidos na trama.

Gostei da leitura, mas O quinze, romance de estreia, da autora, segue sendo meu favorito.

Não é nada imperdível, mas gostei da leitura.
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Karamaru 01/02/2021

MULHER DE FIBRA
“Memorial de Maria Moura” trata-se do último romance escrito por Rachel de Queiroz. Em 1994, foi adaptado para a televisão, no formato de minissérie, obtendo sucesso de audiência. Coube à atriz Glória Pires interpretar Maria Moura, em um dos papéis mais icônicos de sua carreira. Provavelmente, muitos devem se lembrar.

Por meio de uma linguagem fluida e de um regionalismo leve, Rachel de Queiroz conduz o leitor à saga dessa mulher: de órfã aliciada a uma mandatária temida no sertão cearense. Nesse longo percurso, muitas personagens cruzam o caminho da “Dona Moura”. Algumas figuras bem interessantes, como Duarte e Libânia, ambos negros forros, que têm participação decisiva na vida da protagonista.

Os fatos do livro são narrados por diversas personagens, entre as quais se destacam: Maria Moura, Beato Romano e Marialva. Mas não se enganem com o título: apesar de predominarem memórias sobre a “heroína”, existem tramas paralelas – que necessariamente não se conectam à trama central – ocupando uma boa quantidade de páginas.

Um dos grandes méritos dessa narrativa é o oportuno painel histórico do Brasil imperial oferecido ao leitor, especialmente no que diz respeito aos escravos “alforriados”: há cenas aterrorizantes sobre as condições de penúria a que eles ainda eram submetidos.

Em contrapartida (infelizmente), a nosso ver, erros crassos permeiam a obra, e a seguir comentamos alguns deles.

O primeiro diz respeito à construção das personagens: com exceção do Beato Romano, todas as demais (principais) ou são rasas ou controversas. Vez por outra, fomos “assaltados” por algum tipo de atitude incoerente delas, inclusive de Maria Moura!

Além disso, algumas personagens simplesmente desapareceram! E as pistas e os prognósticos iniciais levaram-nos a crer que sua participação seria cabal para o desenrolar dos fatos. Inclusive, isso repercute em outro grave entrave: não há um antagonismo suficiente aqui – a protagonista obtinha o que desejara como num passe de mágica.

Por falar nisso... Quantas coincidências! Muitas, inúmeras. Registramos uma delas: a certa altura, Maria Moura demonstrou preocupação com o fato de os seus jagunços estarem necessitados de sexo. Simultaneamente, numa cena quase idílica, surgiram, a poucos metros de onde o grupo se encontrava, índias esbeltas colhendo frutos... Adivinhem o resto da história.

Para se ter uma ideia dos disparates, o livro é narrado, de forma intercalada, por diferentes vozes; nas últimas cento e poucas páginas da narrativa, entretanto, há uma sequência de capítulos narrados por Maria Moura de forma praticamente açambarcadora.

Por tais razões, admitimos que “Memorial de Maria Moura” é um projeto audacioso, cuja força talvez resida mais no imaginário que se criou em relação a essa narrativa ao longo das duas últimas décadas. Mas, lamentavelmente, as variadas inconsistências esparsas ao longo do texto fizeram com que ele se tornasse, para nós, uma obra olvidável.

Leitura e microrresenha feitas em parceria com Carlos (IG: @o_alfarrabista).
Daniel 15/02/2021minha estante
Também achei a ?Moura? um tanto problemática.
Gostei mais de ?Dôra, Doralina?.


Karamaru 16/02/2021minha estante
Olá, querido! Temos as mesmas impressões - muitos probleminhas mesmo, infelizmente. Abraços!!!




Michele 21/04/2021

Literatura nacional é muito bom
Que satisfação ter contato com esse tipo de história, que mostra, mais uma vez, o quanto nossa literatura é rica e grandiosa. Gostei muito dos conflitos que cada uma das personagens carregava consigo, apesar de achar que, no geral, algumas situações se desenrolaram muito facilmente em favor da protagonista. Nada que tenha diminuído a experiência de leitura que foi muito boa, e a vontade de ler mais Rachel de Queiroz num futuro próximo.
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Fabiana.Amorim 08/02/2022

Incrível
Para os apaixonados pelo sertão. Pelas histórias de cabras valentes e, recebam esta, uma mulher pra lá de arretada. "Era ou ele ou eu". E assim Dona Moura vai dando cabo de quem atravessa o seu caminho feito a gente se livra de uma espinha de peixe com um punhado de farinha. Maria Moura é com um tiro de bacamarte. É armando emboscadas e dando ordens aos seus homens. A sua cabroeira! Quem não queria estar sob a proteção desta mulher?
Rachel foi uma contadora de história maravilhosa. A obra, ambientada num Brasil no final do XIX ainda tem traços escravocratas e uma visão que se tinha naquele tempo.
Junto com José Lins do Rego, Rachel vai entrar para a minha lista de escritores brasileiros mais queridos.
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Polly 06/04/2020

Memorial de Maria Moura: aquela personagem que te causa um conflito interno (#104)
Tenho que começar essa impressão literária dizendo que a leitura de Memorial de Maria Moura foi conflituosa para mim. A protagonista não é definitivamente uma personagem fácil de se analisar. Ela é dual, cheia de nuances, abismal de um jeito que eu nem sei descrever. Deve ter sido por isso que este livro ganhou uma adaptação para TV em um tempo tão curto, em apenas dois anos de sua publicação, que inclusive aconselho muitíssimo a assistir ( apesar de eu ainda não a ter terminado).

Maria Moura é dura, casca grossa mesmo, mas não porque ela é simplesmente “assim”, mas sim porque a vida fez isso dela. Moura é uma sobrevivente. Tudo, ou quase tudo, o que ela faz é por que ela tem que fazer. “Ou era ela, ou era o outro”, frase repetida umas mil vezes por ela durante o livro explica quem e por que Moura é o que é. Não dá para julgá-la por uma única perspectiva. Moura é heroína e anti-heroína ao mesmo tempo. E é isto.

Para ser respeitada, para se tornar a “Dona Moura”, ela tem que assumir muito do seu lado masculino. E não só no jeito de se vestir, mas sobretudo na maneira de se comportar. Moura é agressiva, intransigente, toda isto ou aquilo, ou morte ou vida. É incontestável que ela precisa agir de tal maneira para vencer àquele mundo bruto. Ela precisa “deixar de ser mulher” para ter valor. No entanto, o que me deixou incomodada mesmo foi que, sempre que Moura é vulnerável, frágil é quando ela deixa sua feminilidade escapar, como se fragilidade e feminilidade fossem sinônimos, algo que não é verdade. Mas para aquela realidade sem amor, talvez essa premissa funcione.

E falando em amor, outra coisa que me dilacera na história é a violência que vira amor, é o estupro que vira sexo. Maria Moura é tão órfã desse sentimento, que ela não percebe os abusos que sofre e o quanto eles determinam tudo o que ela é e todas as escolhas que faz. Moura é tão carente de amor, tão desconhecedora desse afeto que cairá na armadilha mais vil: apaixonar-se por qualquer um. Tal fato a colocará em um dilema moral: proteger o amor de sua vida ou conservar sua fama e honra? Só lendo para saber isso.

Enfim, aconselho muitíssimo a leitura. Memorial de Maria Moura é um daqueles livros que fazem a gente ter conversa até o fim do mundo (apesar de ultimamente nem parecer que ele está tão longe assim ~risos de nervoso~), daqueles livros que nos dividem porque o certo e o errado se misturam ao ponto de parecer uma coisa só. Sem falar que a escrita da Rachel é uma coisa linda de se ver, com aquela latinidade/brasilidade que só nossos autores sabem ter. Texto incrível!

site: https://madrugadaliterarialerevida.blogspot.com/2020/05/memorial-de-maria-moura-aquela.html
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Lucas Whitethorn 24/08/2022

Muito bom!
Acabei lendo esse livro para um trabalho da escola, foi minha primeira vez lendo um clássico nacional pensei que não ia gostar e que ia ser difícil de entender, mas ler o ebook junto com o dicionário no kindle ajudou muito.

Gostei muito da leitura, foi muito bom acompanhar a jornada dessa mulher forte que é a Maria Moura e quero ler outros livros da Rachel de Queiroz!
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Fraoliveira180 13/03/2023

Maria Moura é deveras uma das minhas personagens femininas favoritas por sua coragem, força, Destreza Aos quais a mesma sobreviveu.
Lucas Whitethorn 21/03/2023minha estante
Um dos melhores livros que já li


Fraoliveira180 22/03/2023minha estante
Penso a mesma coisa. A escrita é boa, o desenvolvimento é interessante e o fim é digno da protagonista, mesmo não sendo um final aberto.




Nati 07/12/2021

Quando pensei em ler Memorial de Maria Moura eu não esperava gostar tanto desse livro, mas o livro já me fisgou nas primeiras páginas e a leitura foi de um único fôlego.

O livro já começa com a confissão de um crime que o Beato Romano escuta de antemão, mas nada pode fazer para evitar a tragédia, visto que está ligado ao segredo de confissão.

Então, você já fica querendo saber quem era essa mulher que veio confessar um assassinato antes mesmo de cometer e toda a circunstâncias que cerca esse crime.

Contudo, Rachel de Queiroz se mostra uma mestra na narrativa e não nos dar nada de mão beijada. Nesse livro, apesar de Maria Moura não só dar o nome ao livro, ela é também a protagonista, contudo ela não é a única narradora e vai dividir a narrativa do livro com o Beato Romano e sua prima Marialva.
Enquanto, tanto Maria Moura quanto Marialva vão ter suas narrativas contadas linearmente, nosso padre vai contar sua parte da história alternando entre o presente e o passado e nos revelando aos poucos todos os seus segredos.

Contudo, isso não quer dizer que ele rouba a cena da Maria Moura, ninguém rouba nada dessa mulher. Vamos acompanhar a saga de Maria Moura desde a jovem órfã aliciada pelo padrasto, depois a jovem sinhá que vai brigar com os primos por seu lar, até nós chegarmos na Maria Moura lendária, chefe do bando mais temido da região.

Ela é uma mulher que rompe todos os padrões na medida que simplesmente ignora os ditames sociais para viver conforme suas próprias regras. Ela deixa o papel de "sinhazinha" para assumir seu papel de Dona Moura, a chefe, usando cabelo curto e calças, sem que isso a torne menos feminina. E vai lá e conquista seu lugar, impõe respeito e mostra que mulher pode tudo.

Além da história, a narrativa da RaChel em primeira pessoa, que humaniza essa mulher, mostrando seus medos e fraquezas, seus sentimentos perante sua situação e o modo como ela vê o mundo e como ela se vê perante o mundo e intimamente, porque a personagem não tem medo de olhar para si mesma. Isso tudo é o que confere a esse livro a sua grandiosidade.

Sem deixar de esquecer de como o livro é preciso em retratar a realidade sertaneja da época, os costumes, a diversidade, a situação social e econômica do ponto de vista de três personagens diferentes. E não há como deixar de citar em como a autora traz para o livro a linguagem coloquial na fala dos personagens, como foi gostoso de me reconhecer nesses personagens, seja por dividi um pouco da peculiaridade gastronômica ou por algumas expressões tão nordestinas trazidas no texto, daquela que imediatamente nos lembra nossos avós.

Mas também, não esqueci de Marialva, ela que vai trazer para esse livro o romance, a inocência, a doçura do primeiro amor, mas também as amarras que as mulheres em geral estavam presas, além da dificuldade de sobreviver em meio a pobreza extrema do sertão.

As três narrativas vão se entrelaçar durante todo o livro, alternando-se e sobrepondo-se, em uma escrita deliciosa que vai tornar praticamente impossível largar esse livro antes do fim, e que fim! Estou doida para ler mais livros da Rachel de Queiroz, com sua escrita bela que retrata de forma precisa e encantadora esse pedaço marginalizado do país.
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Laura.Bianchini 12/09/2021

Apresentou algo diferente do que imaginava, me trouxe sentimentos conflitantes.
O livro me decepcionou em alguns aspectos.. os eventos que eu pensei que iriam formar a trama da obra não reaparecem, então dá essa sensação de uma história meio perdida, sem começo, meio e fim.
A escrita é maravilhosa, isso é inquestionável, ela te traga para esse universo e te faz sentir parte dele, mesmo que eu nunca tenha nem ido para o sertão nordestino. Acho que o livro me apresentou algo diferente do que eu esperava, ele na verdade trás a trajetória de Maria Moura, e não foca na resolução de alguns conflitos iniciais, como eu esperava.
Em relação à protagonista, é uma mulher difícil de acessar, e nisso eu tiro a grandiosidade da escrita da autora. Maria Moura é extremamente forte, anti-herói em diversos momentos, mas ainda é possível perceber a sua humanidade, suas inseguranças e medos.
É aquelas leituras ''companhia'', deliciosas e imersivas.
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@eu_rafaprado 15/09/2023

Memorial de Maria Moura
Memorial de Maria Moura (Rachel de Queiroz)
5 de 5 ?? (504 páginas, média de 17 horas de leitura).
Finalmente terminei de ler essa obra prima de Rachel de Queiroz, que apesar de polemica não deixa de ser uma das maiores autoras nacionais.

Em 'Memorial de Maria Moura', Rachel de Queiroz nos leva a um Brasil árido e cheio de contrastes, onde a protagonista, Maria Moura, se destaca como uma personagem cativante e rebelde.

Com uma narrativa rica em detalhes e um cenário sertanejo fascinante, o livro nos conduz pela jornada de uma mulher que desafia os padrões de sua época para buscar vingança e justiça. Com coragem, inteligência e uma determinação feroz, Maria Moura se torna um símbolo de empoderamento feminino em meio ao contexto árido do sertão nordestino.

Um dos personagens principais é o sertão nordestino em si. Rachel de Queiroz habilmente transforma o cenário árido e implacável do sertão em um personagem vivo, com sua cultura, desafios e tradições que influenciam diretamente o destino dos protagonistas.

Eu gostei de todos os personagens e conseguia visualizar todas as cenas. Costumo dizer que um livro me convence quando fecho os olhos e imagino o sabor das comidas, o cheiro do lugar, e Rachel consegue fazer isso com maestria, o livro nos transporta.

Um dos meus personagens favoritos é o Padre/Beato, o Beato é uma das peças-chave que tornam 'Memorial de Maria Moura' uma obra rica em nuances e reflexões sobre a cultura e a espiritualidade do sertão brasileiro. Sua presença enigmática adiciona profundidade à narrativa, nos mantendo envolvidos em um mundo de conflitos e crenças.

Se você ainda não leu Rachel de Queiroz, ou se leu apenas ?O Quinze?, te convido a se aventurar pelo sertão nordestino na cia de Maria Moura e seus comparsas.
Andre234 15/09/2023minha estante
Vc e os padres kkkk?. Adorei a resenha, me aguçou a curiosidade em ler o livro


@eu_rafaprado 15/09/2023minha estante
Amo quando tem um padre na história kkkkk




Tha 31/12/2021

Sinhá não, Dona
Eu totalmente não estava esperando pelo que veio em Memorial de Maria Moura!

Acompanhamos a trajetória de três personagens, Maria Moura, seu padre confessor e sua prima Marialva. Partem de um ponto comum e saem por caminhos diversos e inesperados.

Com uma narrativa envolvente e dinâmica, Rachel de Queiroz começa já chutando a porta pra abrir e termina chutando a porta pra fechar!

Amei amei!!
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Jéssica 04/04/2021

RACHEL NÃO DECEPCIONA!
Já tinha lido esse livro na época da escola, e lembro que gostei a bessa. E agora não foi diferente foi uma otima proposta do clube de leitura que eu participo.
Sobre o enredo é bem regional, com termos da minha cultura e por vezes era como se minha vó ou tias estivessem falando por caua da linguagem. É empolgante e muitas vezes me peguei pensando na historia doida para chegar a hora de ler o restante.
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DIRCE18 18/11/2013

Avant première
“Memorial de Maria Moura” promoveu minha avant première no universo literário de Raquel de Queiróz, uma avant première que, no início, parecia fadada ao fracasso, porém, assim que deixei de lado as comparações da Maria Moura com outras heroínas nacionais: Ana Terra, Bibiana, Diadorim, e também de comparar o romance com um outro que retrata nosso nordeste – “A Costureira e o Cangaceiro” - , essa minha avant première se constituiu em um sucesso total.
A minha comparação do livro “Memorial de Maria Moura” com o livro “A Costureira e o Cangaceiro” era totalmente descabida, pois Maria Moura era uma sinhazinha, morava bem, tinha escravos para servi-la, porém, quando se tornou órfã de pai e mãe, para não cair nas "garras" dos primos, tomou uma atitude radical que a transformou em fugitiva. Já as duas irmãs protagonistas do “A Costureira e o Cangaceiro” eram filhas da caatinga e da miséria.
E a comparação das protagonistas? Por que Maria Moura levou desvantagem na minha comparação Porque aos meus olhos ela era do MAL. Entretanto, algo chamou minha atenção: o comportamento da Maria Moura e tive que buscar alento na famosa frase: Freud explica. É..., talvez Freud explicasse o porquê de Maria Moura, ao contrário da maioria das meninas que imitam e se espelham nas suas mães, espelhou-se em seu pai. Ela se apossou da arma do pai, despiu–se das suas vestes feminina, cortou seus cabelos, vestiu a roupa do pai, despindo-se, dessa forma, da sua feminidade. Mas não é que, à medida que eu me aprofundava na leitura, fui percebendo que o comportamento de Maria Moura era decorrente da sua negação em se manter sob o jugo de uma sociedade patriarcal ( machista) na qual as mulheres tinham que ser submissas aos Liberatos e Tonhos da vida?
Diferentes personagens cujas existências caminham, quase forçosamente rumo à Moura são os narradores:o Padre que mais a frente se transforma no Beato Romano, a própria Moura, Marialva – prima de Moura e minha heroína mor do romance(ela que era tão submissa ao conhecer o amor enfrenta a megera da cunhada, enfrenta as facas e uma vida de privações com muita valentia) e Tonho– irmão de Marialva, portanto também primo de Moura.
Raquel de Queiróz faz, no romance, uma dedicatória a Elizabeth I – sua musa inspiradora. Essa dedicatória me instigou e, claro que mais uma vez, fui consultar meu velho e, a essa altura do campeonato, meu amigo intimo: o Dr. Google. Essa consulta resultou em uma grande admiração pela escritora. Ela conseguiu trazer para o “nosso mundo”, para o nosso regionalismo, aspectos atrelados ao reinado da rainha Elizabeth I sendo um deles o poder decorrente de conquistas. É pela conquista que Moura impõe sua força, mantém sob seu jugo inúmeros jagunços o que faz dela uma espécie de mito. Porém, assim como os brutos, as brutas também amam, e a bruta Maria Moura também foi vítima do amor. Totalmente rendida, o que lhe restou foi o de encontrar um meio para perpetuar sua fama (má fama, quero dizer, mas justiça seja feita, ela também se prestou ao papel de anjo protetor) e o meio encontrado foi o de enfrentar de “peito aberto” o perigo iminente.
Uma obra brilhante e não seria eu que iria ofuscá-la – 5 estrelas, claro.
Ladyce 28/01/2014minha estante
Gostei muito da sua resenha. Maria Moura me marcou muito. Excelente romance!




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