Lariane 20/04/2010
Antes de tudo, se quiserem conhecer mais da Simone entrem no blog dela, clicando AQUI e na comunidade do orkut AQUI.
Marcante. Forte. Irreverente. Nada previsível. São palavras que encaixam muito bem nesse livro.
Paganismo X Cristianismo X Muito romance. Em doses certas esses elementos fizeram esse livro entrar na lista de livros totalmente INESQUECÍVEIS.
"Uma verdadeira trama de letras, palavras e frases, aliadas com precisão literária a um enredo alucinante e cheio de vigor, tornou-me cativa de sua leitura até a última linha. E a surpresa? A história não terminava ali, havia mais." Georgette Silen - opinião publicada no SKOOB.
Portugal no sec. XVII, precisamente na data de 1673, numa época onde barbaridades aconteciam em nome da fé, essa bela história acontece. Não é uma história redondinha, com personagens perfeitos, eles são ambíguos e com defeitos, acertos e erros.
Gleide, a vovó, a matriarca, descendentes de celtas e uma pagã assumida é uma mulher fantástica. Muitos a acharão insuportável, não aceitaram o modo com que ela tenta conduzir a vida de sua filha e neta tendo como motivo, a missão que os Deuses dizeram que Daniele (neta) teria. Entretanto, eu consegui ver nela uma mulher impregnada dos valores que a levaram a ser dura. Mas é uma mulher apaixonante, a partir do momento em que pude notar, que ela era a remanescente, que lutava para manter sua religião em meio a Inquisição, com isso tive uma série relação de amor e ódio.
Adele, filha de Gleide, é uma mulher apaixonada. O livro começa com o nascimento de Daniele, e a morte de Alan, seu marido. Nesse momento, aparece Diogo, filho de um nobre, ou seja, um cristão. Apesar das mulheres serem o foco desse livro, o Diogo tem destaque, é um homem cheio de caráter, ele se apaixona prontamente pela linda mulher com um bebê no colo, a pequena Daniele. É lindo o relacionamento de ambos, a força que ultrapassou as religiões naquele momento onde ser pagão era morte certa.
Daniele, anos depois, quando tudo estava “redondo”, ela descobre ser predestinada a cumprir sua missão. É o meio termo entre Adele e Gleide, nem apaixonada e nem tão fria em relação ao amor, é uma jovem pagã que teve que esconder sua fé por trás do cristianismo. E é essa, a meu ver, a personagem mais "difícil de engolir", como dito por uma leitora ela deveria ser a maior FORTE, a mais GUEIRREIRA. Entretanto, escolheu o caminho mais conveniente para conseguir executar sua missão, até mesmo, fazendo seu primeiro amor sofrer.
Confesso, que essa foi a pior resenha a escrever. Não pela falta de qualidade do livro, e sim, pelo receio de não conseguir transmitir todo o misto de sentimentos que esse livro engloba.
“Além disso tudo, Simone ainda nos brinda com uma belíssima história de amor, de devoção para com o ser amado, entrega e sacrifícios como não mais encontramos nos dias de hoje. Em tempos onde o amor é banalizado e tratado como algo consumível e descartável, Simone O. Marques nos faz ver e crer que o homem pode ser maior do que ele imagina. Pode amar incondicionalmente e se entregar, de tal forma, que ousa desafiar os deuses, cristãos ou pagãos, em nome desse sentimento.” Georgette Silen - opinião publicada no SKOOB.
Não é um romance simples, é um romance SUPER bem pesquisado, todos os costumes místicos da época, a geografia do lugar perfeitos. Tudo, tudo.
Só tenho a agradecer a essa escritora pela oportunidade de ler Gênese Pagã, por seu enorme talento e torcer para ler logo os outros livros da série. Por que, a missão de Daniele foi cumprida, mas seus descentes, frutos da matriarca Gleide, terão suas lutas nos próximos livros.
Segue relação (é só clicar e você conhece a comunidade dos livros):
Gênese Pagã
Triskle
Tribo de Dana
Era de Aquário (parte 1 e parte 2)
Sintetizando, e terminando, fazia tempo que não lia algo bom assim. Se tiverem em dúvida sobre qual livro comprar, não tenham dúvida, “Simone O. Marques na cabeça”