spoiler visualizarSara.Cristiny 20/05/2019
A Ilha perdida
Uma sinopse tão curta, mas uma história de grandes ensinamentos. Foi numa leitura conjunta que decidi ler essa obra e a experiência foi incrível. Cheia de nostalgia e um misto de sentimentos.
Para quem não conhece, a série vaga-lume é uma coleção de livros de autores nacionais lançados pela editora Ática a partir de 1973 onde são voltadas principalmente para o público infantojuvenil. Então dá para imaginar o sucesso que eram esses livros para quem nasceu na década de 80 e 90, né? Eram os livros que tínhamos e que pegávamos na biblioteca das nossas escolas. Onde para a maioria, foram os pioneiros e que fizeram-nos entrar no mundo da literatura e no amor pela leitura.
Dentre os clássicos desta coleção, os mais comentados e lidos está A Ilha Perdida. Por isto foi uma vergonha para mim chegar na idade adulta e ainda não te-lo lido. Já li vários outros da coleção, mas este ainda não tinha me deparado com ele em alguma biblioteca. Para o meu azar, pois foi com certeza uma das melhores leituras que fiz da coleção.
(Resenha com um poquinho de spoiler, pois o livro é curtinho e fica difícil comentar o enredo sem falar algo)
Mas vamos parar de papo e entrar na resenha de fato. A trama gira entorno da aventura vivida por Henrique e Eduardo. Dois irmãos que vão passar uns dias na chácara dos seus padrinhos e que resolvem explorar a ilha que ficava no leito do rio. Muitas eram as histórias que ouviam sobre a ilha perdida, e curiosos para descobrirem se algumas delas eram verdade, decidem pegar uma canoa velha e remarem até a ilha.
Contudo, eles não esperavam que esta ideia traria tantos percalços. Com o aumento das chuvas, o rio começa a encher e eles acabam perdendo a canoa e qualquer outro meio de retornarem para a casa. Ficam completamente perdidos na ilha e passando por necessidades básicas, como fome, sono, etc.
E é ai que a história se inicia. Eles buscam por vários meios para sobreviverem durante o tempo que ficam perdidos e acabam se perdendo um do outro no meio do processo.
Henrique acaba sendo o foco da narrativa depois de uma certa parte do livro, ele acaba adentrando ainda mais na floresta e conhecendo um senhor, Simão, que mora na ilha com vários outros animais como companhia. Nisso, Henrique vai aprender a como conviver com o que a natureza pode oferecer e a ver que os animais não são uma ameaça como ele imaginava e sim os humanos que são os detruidores de tudo. Ele acaba descobrindo não só como a mãe natureza é e dá tudo o que o ser humano precisa para viver, mas também a respeitar a natureza e os seres que vivem nela.
A história tem uma pitada de mistério, pois ficamos curiosos em saber como os meninos iam sobreviver, se iriam ou não sair da ilha juntos, e se alguém morreria.
" - Escute uma verdade, Henrique: quanto mais culto um povo, melhor ele sabe tratar os inferiores e os animais. Isso demonstra grande cultura e você nunca deve esquecer."
Esta citação resume tudo, a maior lição que o livro tenta passar. De nada adiantar evoluir a tecnologia, a civilização. Se não existir a evolução moral nada realmente estará caminhando para o futuro e para o bem maior.
Outro ponto importante do livro foi mostrar como tudo na natureza e no universo é interligado. Que precisa haver o equilibrio e a moderação. E também que a civilização muitas vezes deixa estes príncipios de lado. Começam a crescer em desordem e esquecem que tudo tem uma consequência, seja ela positiva ou negativa, que tudo está interligado como se fosse uma rede universal de informações e energias.
Recomendo para quem curte um livro infantojuvenil leve, que quer fazer uma leitura rápida e que quer conhecer estas obras maravilhosas da nossa literatura nacional que é a coleção vaga-lume.
E como disse a Nati que propôs essa leitura conjunta, do @livrosdanati:
"Nolstagia é um sentimento bom e necessário. Nos impulsiona a resgatar quem já fomos e a sermos melhores no futuro"
site: www.skoob.com.br/a-ilha-perdida-1534ed2065.html