Erika 18/08/2011
Deparei-me com este livro casualmente, nas Lojas Americanas. Nunca havia ouvido falar dele ou da autora. Como gosto de obras que tratam sobre relacionamentos e fiquei atraída pela sinopse, resolvi adquirir e, claro, ler.
Inicialmente, o título em Português engana bastanta. Basta olhar a contracapa do livro para se ter uma idéia do que ele realmente trata (ou deveria tratar). Conforme o texto da contracapa, a escritora ensinaria seus segredos, com técnicas tendentes a tornar qualquer mulher capaz de revolucionar seus relacionamentos, transformando-a, por meio da adoção de atitudes positivas e felizes, em alguém muito interessante e, consequentemente, realizada.
Tal objetivo, como tudo o que representa esta obra, é um engodo. A autora vai para os "fins" sem indicar os "meios". Ela não expõe claramente qualquer técnica e nem lança uma análise ao menos profunda o suficiente sobre o comportamento de homens e mulheres nas conquistas e relacionamentos. Tudo o que é de bom no livro poderia ser resumido a umas 15 páginas.
Na maior parte do tempo, "La Baronne" se ocupa a enaltecer sua pessoa, mostrando-se como uma salvadora de mulheres, enorme conquistadora, riquíssima e usuária das grandes grifes. Ah, as grifes... quanta menção desnecessária! A autora ou uma cliente ou a leitora é sempre visualizada usando vestido da marca X, sapato Y, bolsa W, etc. Chega a ser pedante e irritante! Para quem essa mulher escreve? Para as grã-finas? Só esse tipo de pessoa mereceria seus "preciosíssimos" conselhos e deveria mudar de atitude? Só a ricaça deve ser feliz? Ah, faça-me o favor...
Em um dado momento do livro (para mim, o mais "pérola" de todos) a escritora, como parte do programa de mudanças, propõe que a leitora se lance a um bom dia de compras. Transcrevo o texto com todas as suas "sublimes" lições: "Pensar em dias de compras, inevitavelmente, é pensar em dias para se revigorar e ter orgasmos. Idéias que gostamos de associar, e não é por menos, pois nesses dias você pode encontrar o seu eu, demonstrar seus talentos, sonhar, viajar, se estimular e se gabar pensando que outras mulheres estão presas em um escritório, submetidas às críticas do chefe, enquanto você... Ah, Você está no reino da felicidade, deleitando-se com alegria e mais alegria, provando roupas e prevendo os olhares que elas atrairão para você e seu sucesso garantido! Nesses dias, é você e só você, ou melhor, é você e seus cartões de crédito (ou talão de cheques, se os seus cartões de crédito forem cancelados por causa do limite estourado - coisa que acontece bastante com muitas de nós). Você e seus desejos realizados; você e as peças hit da estação: sandálias Jimmy Choo, sapatos Manolo Blahnik, bolsas Gucci, tailleurs, jeans, saias, lingeries finas e 'incidentalmente' acessórios...".
Ou seja, pobre da mulher que precisa trabalhar e não tem essa grana toda! Aliás, economia e bom uso do dinheiro parecem passar longe!
Enfim, para a resenha não ficar mais longa, trata-se, na minha opinião, de um emaranhado de futilidade e auto-promoção. Dei duas estrelas por causa das pouquinhas sacadas boas e também porque a leitura é dinâmica. Mas, não recomendo.