Viquinha 23/02/2009
Algumas coisas são perfeitas do início ao fim.
Esse livro foi uma grata surpresa. Admito que o crivei de suspeitas. “Hmmm, deve ser pura auto-ajuda”, “deve ser muito depressivo” e blá,blá, blá. Após lido e bem recomendado por minha irmã, decidi lê-lo. E para felicidade minha, todas as suspeitas se mostraram infundadas. A narrativa é permeada de lampejos filosóficos acerca da vida e da morte. Coisa bem introdutória mesmo mas, sem perder a boa base que o tratamento do tema requer. E ao fazê-lo, Nicholls revela um toque genial de não subestimar o seu público. Como mencionado na sinopse, o livro alcança públicos diversificados, sendo por isso um livro sem fronteiras de idade onde não há a infantilização do conteúdo. Ao contrário, o livro tece metáforas sobre a morte e incute reflexões as quais todos, sem distinção, são capazes de considerar.
Com a transposição de um tema denso para uma roupagem leve, simples, otimista mas, não menos instigante, a leitura se desenvolve em uma tacada só, revelando-se uma excelente companhia em salas de esperas pois, capta sua atenção do início ao fim. Daquele tipo de livro que mexe, torce e retorce com suas emoções. E, sim, é difícil não se emocionar com a história de Sam. A seu modo, Sam lança luz a tantas questões que trazemos conoscos e temos medo de formulá-las porque de certo modo, é mais fácil viver criando disfarces para o medo, para a angústia e para o pânico. E é um alívio constatar que os desdobramentos da narrativa apontam para o discernimento da importância que é fazer da vida uma realização feliz, independente das circunstâncias.
Dependendo do ângulo adotado, não é um livro que fala de morte. Fala da vida, como diria Sam.
Altamente recomendado.