spoiler visualizarLitteratureFan 20/01/2024
Esperava mais.
Não tem muito o que falar dele. Ele é um homem inexpressível, sem personalidade e apático em relação ao mundo. Ele contratou um equipe de decoradores profissionais para trabalharem na casa dele, o que por si só mostra que ele não tem muita vontade de se expressar, já podemos ver que uma estudante de arte não vai se interessar muito nele. Além disso ele não parece ter muita paixão por nada, até quando fala sobre suas borboletas ele não demonstra tanta afeição por elas. Quando ela senta para conversar com ele sobre a bomba H, ele diz que não tem uma opinião sobre isso, ele parece não se importar com nada que acontece fora de seu próprio mundinho. Ademais ele faz tudo que lhe mandam, mais uma vez demonstrando 0 personalidade. As ações dele são estranhas, ele não parece fazer nada por vontade própria, apenas deixa a vida levar ele ou alguém guia-lo (quando , por exemplo, ele fala que no começo sua ideia de sequestrar ela era vista apenas como uma brincadeira sendo que na verdade ele arquitetava tudo, a casa, o porão, etc, como se uma força do além o tivesse o manipulado a fazer isso). Por fim, dá pra ver claramente as tentativas que ele faz para parecer sofisticado, como a decoração de sua casa, por exemplo. É engraçado comparar a percepção dele sobre as decorações e a percepção dela, para ele tudo era sofisticado e aconchegante, para ela tudo era cafona (como os patos), maltrapilha e irritante aos olhos (como o tapete tangerina que parecia querer faze-la vomitar toda vez que ela o mencionava, enquanto isso ele o descreveu como tapete "laranja vivo"). Enfim, um homem tedioso.
Já ela é insuportável e hipócrita. Logo no começo ela diz ser budista e odiar qualquer coisa que tire a vida dos outros (criticando a coleção de borboletas dele), isso logo depois de comer frango. Depois ela diz não se importar com a classe dele mencionado que tem vários amigos de classes sociais diferentes (Duvido), mesmo assim diversas vezes ela traz a tona o jeito dele de falar ("um ignorante que tenta se passar por sabe-tudo"), diversas vezes ela diz se sentir superior a ele (mesmo que ela reconheça que é uma coisa ruim, não deixa de ser hipócrita). Enfim, ela é uma típica menina de classe media alta que cursou Artes para fazer suas críticas ao mundo por meio dela (Enquanto isso ela não percebe seu privilégio de fazer um curso como esse). Ela parece ser o tipo de pessoa que se senta numa roda de amigos ricos da faculdade para discutir sobre os problemas sociais, esse é o pior tipo de rico: os que fingem que se importam. Ela parece a personificação do movimento hippie, achando que vai mudar o mundo com seus panfletos conscientizadores. No fim ela se acha mais intelectualizada que os outros, como quando discute sobre a bomba H. Ela também não é nada interessante, não gostei da personalidade dela, tentei simpatizar mas não consegui. Li esse livro com uma apatia em relação a tudo que acontecia, por mim poderia cair a tal da bomba H na cabeça dos dois que eu iria simplesmente pensar "Ah, tá bom" e virar a página.
Não gostei do final, senti que o livro acabou meio que do nada, acho que dava pra se aprofundar mais na história.
Não significa que o livro seja ruim, não é um livro horrível, é razoável. É ótimo para mostrar o quanto o mundo é desinteressante e as pessoas são chatas.