Carla.Parreira 01/11/2024
O Colecionador (John Fowles). O livro apresenta a história de um narrador que se torna obcecado por uma jovem chamada Miranda. Ele a observa de longe, descrevendo sua beleza e a admiração que sente por ela. O narrador, que vive uma vida solitária e repleta de sonhos, revela detalhes de sua infância e da relação com sua família, especialmente com sua tia Anne e seu tio Dick, que o apoiaram em sua paixão pela entomologia e pela coleta de borboletas. Após ganhar na loteria, ele decide mudar-se para Londres e, com o dinheiro, planeja conquistar Miranda, que está estudando artes.
Ele se sente cada vez mais atraído por ela, mas também inseguro sobre como se aproximar. O narrador começa a traçar um plano obsessivo para capturá-la, acreditando que, ao mantê-la em cativeiro, poderá conquistar seu amor. Ele a segue, observa seus hábitos e, em um momento de impulso, decide sequestrá-la. A narrativa se aprofunda em seus pensamentos distorcidos, revelando sua visão de amor possessivo e a maneira como ele justifica suas ações. Quando finalmente consegue capturá-la, ele a leva para um local isolado, onde planeja mantê-la em segurança, acreditando que isso é o melhor para ambos.
Miranda, por sua vez, reage com resistência e confusão, questionando suas intenções e tentando entender a situação em que se encontra. O narrador, por sua vez, se sente excitado e satisfeito por finalmente ter a mulher de seus sonhos, mas também começa a perceber a gravidade de suas ações e a complexidade da situação. A tensão entre os dois personagens cresce, enquanto Miranda tenta se adaptar à sua nova realidade e o narrador luta com seus próprios demônios internos, refletindo sobre o que realmente significa amar alguém.
O narrador, que mantém Miranda em cativeiro, começa a se sentir cada vez mais confuso sobre seus sentimentos em relação a ela. Durante uma conversa, Miranda questiona a legitimidade de sua situação e menciona o Sr. Singleton, insinuando que ele pode ser um predador. O narrador tenta desviar a conversa, mas Miranda continua a pressioná-lo, revelando sua desconfiança e a necessidade de entender o que realmente está acontecendo. Ela se mostra resistente e crítica em relação ao que ele faz, desafiando suas justificativas e expressando seu desejo de liberdade. Com o passar dos dias, a dinâmica entre eles muda. Miranda começa a fazer pedidos, como ter acesso a materiais de arte e a possibilidade de sair para tomar ar fresco, o que leva o narrador a ponderar sobre as regras que impôs. Ele acaba concordando em permitir que ela tenha um banho e um pouco de liberdade, mas sempre sob suas condições rigorosas. A relação entre os dois se torna uma dança de poder, onde Miranda tenta manipular a situação a seu favor, enquanto o narrador luta para manter o controle. Miranda, por sua vez, usa sua habilidade artística para expressar seus sentimentos e desafiar o narrador. Ela desenha e pinta, criando uma conexão entre eles, mas também revelando sua frustração e descontentamento com a situação. O narrador, por sua vez, se vê cada vez mais atraído por ela, mas também angustiado pela realidade de suas ações. Ele tenta convencê-la de que suas intenções são puras, mas Miranda não hesita em expor suas fraquezas e a hipocrisia de sua posição. A tensão entre os dois aumenta quando Miranda tenta escapar, levando a um confronto físico que deixa o narrador se sentindo culpado e inseguro. Ele percebe que sua obsessão por ela está se transformando em algo mais complexo, enquanto Miranda, mesmo em cativeiro, mantém sua força e resistência. A relação deles se torna um campo de batalha emocional, onde cada um tenta entender o outro, mas também se defende de suas vulnerabilidades. O narrador, cada vez mais consciente de sua própria loucura, se vê preso em um ciclo de amor e possessividade, enquanto Miranda luta para manter sua identidade e liberdade, mesmo nas circunstâncias mais sombrias.
Miranda, após um período de tensão, começa a se abrir para o narrador, revelando suas emoções e a complexidade de sua situação. Durante um passeio noturno, o narrador sente uma mistura de respeito e desejo, mas tenta manter a compostura. Ele expressa seu amor de maneira intensa, mas Miranda, ciente de sua vulnerabilidade, impõe limites, deixando claro que não deseja ser forçada a nada. A relação entre eles se torna um jogo de poder, onde Miranda tenta escapar, mas o narrador, sempre atento, consegue frustrar suas tentativas. A rotina entre eles se estabelece, com momentos de conversa e troca de ideias sobre arte, mas a tensão persiste. Miranda, em um momento de fraqueza, finge estar doente para tentar escapar, mas o narrador, desconfiado, percebe o truque. A dinâmica entre eles oscila entre momentos de compreensão e confrontos, onde Miranda critica o narrador por sua visão limitada e por não se permitir ser mais do que um colecionador de borboletas. O narrador, por sua vez, se vê cada vez mais atraído por Miranda, mas também angustiado pela realidade de sua situação. Ele tenta convencê-la de que suas intenções são puras, mas Miranda não hesita em expor suas fraquezas. A relação deles se torna um campo de batalha emocional, onde cada um tenta entender o outro, mas também se defende de suas vulnerabilidades. Quando o dia da libertação de Miranda se aproxima, ela sugere uma festa, o que deixa o narrador ansioso. Ele se esforça para agradá-la, comprando um vestido e um colar de safiras e diamantes, mas a tensão entre eles continua. Durante a festa, Miranda se transforma, parecendo uma mulher sofisticada, e o narrador se sente desajeitado diante dela. A noite avança com risadas e danças, mas a atmosfera é carregada de uma expectativa que não pode ser ignorada. Em um momento de desespero, Miranda tenta provocar o narrador, mas ele a impede, levando a uma luta física que termina em um incêndio acidental. O narrador, em pânico, usa clorofórmio para subjugá-la, mas isso apenas intensifica a tensão entre eles. Após o incidente, ele se vê em um dilema moral, refletindo sobre suas ações e a natureza de seu relacionamento. O narrador decide escrever uma carta a Miranda, pedindo desculpas e tentando justificar suas ações, mas ela permanece furiosa e distante. A comunicação entre eles se torna cada vez mais difícil, com Miranda se recusando a comer e se isolando emocionalmente. O narrador, preocupado, tenta se redimir, mas a situação se deteriora, levando a um impasse que parece insustentável. Miranda, em sua dor e raiva, se recusa a ceder, enquanto o narrador se vê preso em um ciclo de obsessão e desespero, sem saber como reverter a situação.
Miranda, em um momento de desespero, confronta o narrador, expressando sua indignação e a sensação de estar presa. A tensão entre eles aumenta, e ela se recusa a aceitar a situação, desafiando-o a se responsabilizar por suas ações. O narrador, por sua vez, tenta manter o controle, mas a dinâmica de poder se torna cada vez mais complicada. Ele percebe que suas tentativas de dominação estão falhando, e a resistência de Miranda se intensifica.
Após uma série de confrontos, Miranda começa a se comportar de maneira diferente, mostrando sinais de fraqueza e vulnerabilidade. O narrador, confuso, tenta entender suas emoções, mas a relação entre eles se transforma em um jogo psicológico. Miranda, em um momento de aparente fragilidade, pede para ser libertada, mas o narrador se recusa, insistindo que ela deve permanecer sob seu controle. A situação se agrava quando Miranda, em um ato de rebeldia, tenta atacar o narrador com uma machadinha que ele havia deixado à vista. O confronto físico resulta em um ferimento para o narrador, que, apesar de ferido, consegue dominar Miranda novamente. A luta deixa ambos exaustos e emocionalmente desgastados, e o narrador começa a questionar suas próprias motivações e a natureza de sua obsessão. Nos dias seguintes, a relação entre eles oscila entre momentos de tensão e tentativas de reconciliação. Miranda, ainda ressentida, tenta manipular o narrador emocionalmente, enquanto ele luta para manter o controle. O narrador, em um momento de fraqueza, acaba se deixando levar pela sedução de Miranda, mas logo se arrepende, sentindo-se envergonhado e confuso. A situação se torna insustentável quando Miranda, em um momento de aparente fraqueza, finge estar doente, o que provoca uma mudança na dinâmica entre eles. O narrador, inicialmente cético, acaba se preocupando com a saúde dela, mas a desconfiança persiste. Miranda, percebendo a vulnerabilidade do narrador, tenta usar isso a seu favor, mas ele se recusa a ceder completamente. A relação deles se transforma em um ciclo de manipulação e resistência, onde ambos tentam entender o que realmente desejam um do outro. O narrador, cada vez mais obcecado, começa a ver Miranda não apenas como uma prisioneira, mas como uma parte de sua própria identidade. A luta pelo controle se intensifica, e ambos se veem presos em um jogo psicológico que parece não ter fim.
Enquanto isso, Miranda reflete sobre sua situação, sentindo-se dividida entre o desejo de escapar e a complexidade de seus sentimentos pelo narrador. Ela percebe que, apesar de sua situação desesperadora, há uma estranha conexão entre eles que a intriga e a assusta. O narrador, por sua vez, continua a lutar contra seus próprios demônios, questionando a moralidade de suas ações e o que realmente significa amar alguém em tais circunstâncias.
Miranda, em sua reflexão sobre a relação com o narrador, descreve a estranheza de sua situação, sentindo-se como uma prisioneira em um mundo que não a compreende. Ela observa as características físicas do narrador, notando sua aparência desajeitada e a falta de carisma, o que a faz sentir-se superior a ele. Apesar disso, ela percebe que ele a observa com uma devoção quase obsessiva, o que a incomoda e a intriga ao mesmo tempo. A dinâmica entre eles é marcada por um jogo de poder, onde Miranda tenta manipular o narrador, enquanto ele, por sua vez, se esforça para agradá-la, mesmo que isso signifique se submeter a suas ordens. A solidão e o desespero de Miranda se intensificam, e ela se vê presa em um ciclo de tentativas de fuga e momentos de resignação. Ela reflete sobre sua vida antes do sequestro, sentindo falta da luz natural e da liberdade, e se questiona sobre o que acontecerá com ela no futuro. A relação com o narrador se torna cada vez mais complexa, com Miranda tentando entender suas motivações e a natureza de sua obsessão. Ela se sente dividida entre a necessidade de escapar e a estranha conexão que desenvolveu com ele. Miranda tenta se adaptar à sua nova realidade, buscando maneiras de se distrair e manter sua sanidade. Ela começa a desenhar e a escrever, usando essas atividades como uma forma de expressar seus sentimentos e de se conectar com o mundo exterior. Através de suas reflexões, ela percebe que o narrador, apesar de suas falhas, também é uma vítima de suas próprias circunstâncias, o que a leva a questionar sua própria moralidade e a natureza do amor e da possessividade. Enquanto isso, o narrador continua a se comportar de maneira previsível, seguindo uma rotina que Miranda começa a entender e a manipular. Ela se dá conta de que, mesmo em sua situação desesperadora, ainda possui algum controle sobre sua vida, o que a encoraja a planejar uma fuga. A tensão entre eles aumenta, e Miranda se vê em um jogo psicológico onde cada movimento é calculado, e cada palavra tem um peso significativo.
A relação deles evolui para um estado de dependência mútua, onde Miranda se sente cada vez mais presa, mas também intrigada pela complexidade do narrador. Ela reflete sobre suas experiências passadas e sobre como elas moldaram sua visão de mundo, percebendo que a arte e a criatividade são suas únicas formas de resistência. A luta interna de Miranda entre a aceitação e a rebeldia se intensifica, enquanto ela busca maneiras de se libertar das amarras que a prendem, tanto fisicamente quanto emocionalmente.
Eis um pouco do relato: Ele se mostra generoso em relação a mim, mas sua avareza em relação ao mundo exterior é evidente. A discussão sobre doações e a desconfiança que ele tem em relação às intenções dos outros revelam um lado sombrio de sua personalidade. Ele acredita que todos estão tentando enganar uns aos outros, o que o impede de agir de forma altruísta. Essa mentalidade o torna incapaz de ver além de seu próprio egoísmo, mesmo quando se trata de causas que poderiam fazer a diferença na vida de outras pessoas.
Enquanto isso, a relação entre nós continua a se desenvolver de maneira complexa. Ele me presenteia com coisas materiais, como perfumes caros, mas isso não substitui a liberdade que tanto desejo. A ironia de receber presentes luxuosos enquanto estou presa em sua casa não escapa à minha percepção. A luta interna entre a gratidão e a necessidade de escapar se intensifica. Sinto que, apesar de sua generosidade, ele não consegue entender a profundidade do meu desejo por liberdade e autonomia.
A cada dia que passa, a tensão entre nós aumenta. Ele tenta me controlar, e eu, por outro lado, busco maneiras de me libertar. A ideia de escapar se torna uma obsessão, e cada pequeno avanço em meu plano me dá esperança. O prego que encontrei, embora inútil para escavar, simboliza minha determinação em encontrar uma saída. A luta contra a opressão que sinto em sua presença se torna uma batalha constante em minha mente.
A música e a arte continuam a ser meus refúgios. O desenho de GP se torna um símbolo de tudo que anseio: beleza, liberdade e autenticidade. Enquanto ele se perde em suas inseguranças e medos, eu me agarro à ideia de que a vida pode ser mais do que essa prisão emocional. A conexão que sinto com GP, mesmo à distância, me dá forças para continuar lutando. A esperança de um futuro diferente, onde eu possa ser livre e verdadeira, é o que me mantém viva.
A cada interação com Caliban, percebo mais claramente suas fraquezas e limitações. Ele é um reflexo de tudo que eu não quero ser. A avareza, a desconfiança e a falta de visão dele me fazem questionar o que realmente importa na vida. A luta por um propósito maior, por algo que transcenda o material, é o que me impulsiona a seguir em frente. A arte, a música e a conexão humana são as chaves para a liberdade que busco.
Enquanto isso, a tensão entre nós se intensifica. Ele se torna mais possessivo, e eu me sinto cada vez mais sufocada. A luta pela liberdade se transforma em uma batalha psicológica, onde cada palavra e cada gesto são carregados de significado. A necessidade de escapar se torna uma urgência, e a ideia de que posso ser livre um dia se torna meu mantra. A esperança é o que me mantém viva, mesmo em meio ao desespero. A tensão entre nós se intensifica, e a luta pelo controle se torna cada vez mais evidente. Ele tenta me manter sob seu domínio, enquanto eu busco maneiras de me libertar. A ideia de um jejum se torna uma forma de resistência, uma maneira de afirmar minha autonomia em meio à opressão. Sinto que, ao me recusar a comer, estou desafiando sua autoridade, mesmo que isso me cause dor física.
A relação entre nós se transforma em um jogo psicológico, onde cada um tenta manipular o outro. Ele se mostra sarcástico e brutal, enquanto eu me esforço para manter uma fachada de indiferença. A raiva e o desprezo que sinto por ele se misturam com uma estranha compaixão, como se eu estivesse presa em um ciclo vicioso de emoções conflitantes. A luta interna se intensifica, e a necessidade de escapar se torna uma obsessão.
Enquanto isso, a arte e a literatura continuam a ser meus refúgios. A leitura de Shakespeare me faz refletir sobre a natureza da opressão e da liberdade. A figura de Caliban, com sua mistura de brutalidade e vulnerabilidade, ressoa profundamente em mim. Sinto que, assim como ele, estou presa em uma situação que me desumaniza, mas ao mesmo tempo, a arte me oferece uma forma de resistência. Através da escrita, busco expressar minha dor e minha luta, tentando encontrar um sentido em meio ao caos.
A cada dia que passa, a ideia de escapar se torna mais urgente. A solidão e o desespero me consomem, e a necessidade de conexão humana se torna insuportável. A imagem de GP se torna um símbolo de tudo que anseio: liberdade, beleza e autenticidade. A luta por um futuro diferente se torna meu mantra, e a esperança de que um dia poderei me libertar dessa prisão emocional me mantém viva.
A relação com Caliban se torna cada vez mais insustentável. A brutalidade dele me faz questionar minha própria humanidade, e a luta pelo poder se transforma em uma batalha psicológica. A necessidade de agir se torna uma urgência, e a ideia de que posso ser livre um dia se torna meu objetivo. A arte, a música e a conexão humana são as chaves para a liberdade que busco, e a luta contra a opressão se torna uma batalha constante em minha mente. Enquanto isso, a tensão entre nós se intensifica. Ele se torna mais possessivo, e eu me sinto cada vez mais sufocada. A luta pela liberdade se transforma em uma batalha psicológica, onde cada palavra e cada gesto são carregados de significado. A necessidade de escapar se torna uma urgência, e a ideia de que posso ser livre um dia se torna meu mantra. A esperança é o que me mantém viva, mesmo em meio ao desespero.