Jaime77 17/11/2024
"Eu nunca poderia curá-lo. Porque eu sou sua doença."
Apesar de já estar afeito a livros sobre gente maluca, não é sobre esse tipo de louco que costumo ler. Sou mais próximo de existencialistas do que de obsessivos, mas "O Colecionador" supriu com as expectativas que, no entanto, nunca foram tão altas. Ele é o que se propõe a ser: uma leitura agradável, simples, rápida e interessante. Não é uma grande obra de literatura, mas não é um livro ruim. Apesar disso, me incomoda a falta de suspense em um livro que, supostamente, deveria ser de mistério - ou um thriller. Não sei bem em que categoria encaixá-lo. Em "B.K. a Mascará da maldade", por exemplo, eu senti um desconforto e uma ansiedade inerentes a narrativa que eu sequer consigo explicar. O colecionador, por outro lado, não me surpreendeu nada. Do início ao fim tudo foi mais ou menos previsível. Fora a ideia principal da narrativa, nada de especialmente inovador.
Gosto quando dois pontos de vista são apresentado, mas a forma como o autor introduziu a segunda versão da história foi, ao meu ver, repetitiva. Ainda assim, achei que essa construção foi essencial para entendermos melhor Miranda, torná-la mais real e menos colecionável.