spoiler visualizarviolet 22/01/2021
INEFÁVEL!
Gostaria de esquecer o conteúdo do livro só para que me fosse possível lê-lo novamente como se fosse a primeira vez.
O conto é narrado por um tripulante da marinha mercante, Ishmael, que embarca em uma aventura de caça à baleias partindo de Nantucket. "Quero ver como acontece a pesca de baleias. Quero ver o mundo", cita o mesmo.
No alojamento, conhece seu fiel companheiro de batalha: Queequeg, um canibal que, apesar das diversas disparidades, encontra no outro um parceiro digno de "casar-se" com ele, de acordo com a cultura do arpoador.
Já no navio, nos é apresentado o até então misterioso Ahab, capitão obcecado por vingança que teve sua perna dilacerada em um confronto direto com a Grande Baleia Branca. Diante deste infortúnio passado, a viagem cujo objetivo seria adquirir o maior número de barris de óleo de baleia possíveis, transforma-se em uma busca insaciável pelo monstro que habita o inescrutável e insondável oceano.
Em sua jornada, o famoso Pequod cruza com tipos curiosos de navios: ouve relatos de rebeliões, entra em contato com o fanatismo religioso e a crença cega, até que, finalmente, encontra uma desolada tripulação que teve a indizível má sorte de deparar-se com a Baleia.
Ao fim de três dias de caça intensa, após avistar Moby Dick, Pequod é destroçado. E o meu bom arpoador, meu bom Queequeg amigo, tem um date com a única coisa que não há como escapar duas vezes: a obscureza tépida da morte. O "protagonista" (entre aspas pois, após uma análise minuciosa, percebemos que o real objeto de interesse e protagonismo do livro é a Baleia Branca) é o único sobrevivente e, sua última narrativa, digna de nota: "em seguida tudo desapareceu e a imensa mortalha do mar voltou a ondular, inalterada como há cinco mil anos."
Como é adorável nossa insignificância no mundo!