Yentl 16/07/2023
Um gigante (quase?) imbatível
Moby Dick para mim foi uma experiência, em partes, árdua. O começo fluiu muito bem, até mais ou menos a página 100, mas se tornou maçante até mais ou menos a página 400, quando voltou a fluir novamente. O problema é que, para vencer essas 300 páginas, eu levei meses a fio, pois nunca me animava para ler descrições técnicas pra lá de enfadonhas de barcos, baleias e caça. Parecia até outro livro dentro do livro legal que eu queria voltar a ler, sabe?
Queria ouvir mais sobre Ishmael, Queequeg, Ahab e o Pequod, mas aqueles capítulos intermináveis estavam no meio disso. Sem contar que eu tive certa dificuldade em imaginar certas coisas que Melville descrevia, e não pela qualidade da descrição, mas pela pura ignorância em relação aos assuntos tratados. Por fim, decidi enfrentar os capítulos desinteressantes e foi a melhor coisa que eu fiz.
Na fase em que fiquei de saco cheio do livro cheguei a duvidar dos motivos que o fazem um clássico, mas aproveito a oportunidade para me redimir e dizer que entendo, enfim, o porquê Moby Dick é um clássico: apesar das tecnicidades, o livro narra uma história épica, com emoção e reviravoltas, além de ser muito bem escrito. Não há como negar a qualidade da obra, ainda que algumas partes tenham me desagradado. Fico feliz de ter vencido essa leitura e indico que você, caro leitor que está lendo a minha resenha neste momento, também o faça. Conhecer os clássicos é ter para sempre um pedacinho da história viva dentro de si. Nem sempre é fácil, mas sempre vale a pena.