Maria 30/06/2020
E S P E T A C U L A R
São tantas coisas pra falar nessa resenha que fico em dúvida por onde começar!
Bom, cometi um equívoco terrível que deve sempre ser evitado que é julgar o livro pela capa. Ou, melhor, eu julguei o livro pelo aspecto dele inteiro!
Entretanto, teve um lado bom! Não imaginava que esse livro fininho e com título mediano fosse render uma história tão incrível e surpreendente!
A história se trata de um assassinato de um ricaço. Antes de morrer, ele contrata Poirot porque acreditava estar em terrível perigo... Bem, estava certo, né? Aí acontece o que a gente já sabe que é a investigação de Poirot e, nesse caso, simultaneamente a investigação de seu rival francês, Giraud.
Eu já havia lido dois outros romances em que o Poirot é o protagonista, e não tinha gostado nem um pouquinho do belga! Nesse livro foi diferente... Não sei se porque neste ele estava menos egocêntrico e chato, ou se simplesmente admiti que essas são as características do personagem - e que não é nada diferente disso que Agatha quer transmitir - e, assim, desenvolvi um afeto pelo personagem.
Minha opinião a respeito de Hastings também não era das melhores, e seguiu a mesma coisa após ler esse volume. Pra começo de conversa, ele é uma porta! Faz qualquer confusão quando tenta organizar os fatos e palpitar a respeito da solução do crime, e as vezes até esquece detalhes importantíssimos que desqualificam a hipótese sugerida por ele. Outra coisa que me incomoda um pouco nele é a sua vulnerabilidade quanto às mulheres. A impressão que eu tenho é que ele se apaixona por qualquer uma! E, mais cômico ainda, aqui ele encontra uma mulher TRÊS vezes - não digo que tiveram três encontros, eles realmente só se viram três vezes na vida - e na terceira oportunidade ele já solta um "eu te amo"! Ah, fala sério! Fico incomodada, sim, com essa facilidade que alguns personagens tem de apaixonar-se. Entretanto, nem sei porque estou reclamando disso... Porque tive os mesmos contatos que Hastings teve com essa mulher e também me apaixonei pela personagem! É uma mulher incrível de personalidade forte e que coloca o machismo de Hastings no lugar dele. Para os padrões da época, é lógico.
Com relação a solução do crime, como sempre, eu achei que iria acertar. E estava enganada. Pelo menos entendi que não devemos validar o que o Poirot diz, pois, justamente por ser egocêntrico, sua ânsia por desvendar o mistério é enorme! Ele precisa desse mérito. Então, acredito que muitas vezes ele deboche de palpites corretos de outros personagens para ganhar vantagem. Aliás, o próprio Poirot, chama atenção de Hastings aos fatos, sempre destacando que os dois possuem exatamente as mesmas informações, só o que muda é a forma de processamento. Então, enquanto leitores, é justamente isso que deve ser feito: a nossa própria investigação. E também não podemos nos fiar muito em Hastings porque, coitadinho, é totoca das ideias.
Ah, e devemos ficar alertas pois o maior talento de Agatha é despistar o leitor. Frequentemente eu me via facilmente comprando uma ideia apresentada no texto, o que me induzia a errar o palpite.
Digamos que dessa vez eu tenha acertado 1,25/10 kkkkkk
Finalizando a resenha quilométrica: o livro é incrível! Diversas reviravoltas, uma história muitíssimo bem bolada, personagens maravilhosos, enredo divino.... Enfim, a perfeição!