Lismar 07/12/2018
Obra-Prima.
Terminei de ler esta que é considerada a Obra-Prima de Dostoiévski e TB da literatura universal: Os Irmãos Karamazov. E faz jus a todo elogio e prestígio que conquistou ao longo dos anos. É uma leitura robusta, detalhista, visceral que demanda bastante atenção do leitor para absorver tanta informação, tanto que demorei 3 meses para finalizá-lo. Posso dizer que é a obra mais complexa que li, sendo, na minha opinião, impossível de classificá-la em um gênero específico, pois há romance,drama, suspense investigativo, psicologia, filosofia.
O russo consegue abordar toda essa gama de característica sem ao menos se atropelar ou perder o controle da obra, como facilmente acontece em autores mais limitados.
Sem falar que é o livro que deu a vida a célebre frase "Se Deus não existe, tudo é permitido", bradada aos 4 ventos de forma bastante equivocada, e deslocada de seu significado original, tanto que o autor responsável pelo sua origem na ficção, Ivan Karamazov, um ateu, fica furioso em como distorcem sua teoria, distorção essa que passou dos livros para a realidade. Como diria certo personagem do livro:" É uma filosofia complexa demais para sua capacidade intelectual".
Por falar em Ivan, a meu ver, foi o responsável pelas melhores partes desse Magnus Opus. Seu debate com Aliocha é para ser lido diversas vezes, e seu conto "O Grande Inquisidor" é atual como nunca.
Apesar de Aliocha ser nomeado o herói dessa aventura ao longo da escrita, nada me tira a virtuosidade de seu Irmão ateu após ter prestigiado seu conteúdo. Personagem responsável tanto por um ato condenável quanto pelo sacrifício. Senda esta uma das características mais pungentes dos personagens do escritor russo: a tridimensionalidade psicológica dos integrantes de seus romances, sempre fugindo do maniqueísmo fácil que transbordam em muitos romances contemporâneos.
Por fim, um grande livro que, tal qual uma troica furiosa, vai atropelando, ruindo e destruindo nosso senso comum sobre religiosidade, comportamento humano e comodismo literário sem piedade.
A edição da editora 34 é soberba, com uma leitura bastante fluida e notas nos rodapés para situar o leitor a referências e momentos históricos que influenciaram certas passagens no livro. Em seu posfácio, há a informação que essa edição é a mais completa da obra já publicada em terras tupiniquins, que as demais sofreram cortes decorridos do governo stalinista, e que nesta, essas informações foram recuperadas em um estudo sobre os manuscritos do autor. Não li as edições anteriores das outras editoras para verificar a autenticidade do texto, mas futuramente, quem sabe?!
Enfim, uma edição caprichada, digna dessa obra prima da literatura universal.O russo consegue abordar toda essa gama de característica sem ao menos se atropelar ou perder o controle da obra, como facilmente acontece em autores mais limitados.
Sem falar que é o livro que deu a vida a célebre frase "Se Deus não existe, tudo é permitido", bradada aos 4 ventos de forma bastante equivocada, e deslocada de seu significado original, tanto que o autor responsável pelo sua origem na ficção, Ivan Karamazov, um ateu, fica furioso em como distorcem sua teoria, distorção essa que passou dos livros para a realidade. Como diria certo personagem do livro:" É uma filosofia complexa demais para a capacidade intelectual de xxxxxx".
Por falar em Ivan, a meu ver, foi o responsável pelas melhores partes desse Magnus Opus. Seu debate com Aliocha é para ser lido diversas vezes, e seu conto "O Grande Inquisidor" é atual como nunca.
Apesar de Aliocha ser nomeado o herói dessa aventura invariavelmente ao longo da escrita, nada me tira a virtuosidade de seu Irmão ateu após ter prestigiado seu conteúdo. Personagem responsável tanto um ato condenável como pelo sacrifício no fim do livro.
Por fim, um grande livro que, tal qual uma troica furiosa, vai atropelando, ruindo e destruindo nosso senso comum sobre religiosidade, comportamento humano e comodismo literário sem piedade.
A edição da editora 34 é soberba, com uma leitura bastante fluida e notas nos rodapés para situar o leitor a referências e momentos históricos que influenciaram certas passagens no livro. Em seu posfácio, há a informação que essa edição é a mais completa da obra já publicada em terras tupiniquins, que as demais sofreram cortes decorridos do governo stalinista, e que nesta, essas informações foram recuperadas em um estudo sobre os manuscritos do autor. Não li as edições anteriores das outras editoras para verificar a autenticidade do texto, mas futuramente, quem sabe?!
Enfim, uma edição caprichada, digna dessa obra prima da literatura universal.