Alex BS 16/06/2012
Deadman Wonderland #02
Resenha publicada no blog: http://caldeiraofuradoplus.blogspot.com.br/
Volto a analizar mais um volume de DW. Se da primeira vez, fiquei relativamente satisfeito com o mangá, não se pode dizer a mesma coisa deste segundo.
Eu esperava que a história engrenasse de vez, e não foi o que aconteceu. Tirando algumas poucas revelações sobre uma nova área na prisão, e alguns novos personagens, nada demais acontece. Simples assim. Se pegássemos só as páginas de interesse no mangá, teríamos umas cinqüenta, o resto é enrolação.
Mas o pior mesmo são as cenas que causam vergonha alheia, como o fim da luta de Ganta contra Crow. Será que Crow precisava explicar mesmo qual foi a intenção de Ganta, sendo que o desenho nos mostrava isso claramente? Corrija-me se eu estiver errado, mas uma das coisas que diferenciam um livro de uma história em quadrinhos não é justamente a narrativa visual? As ilustrações e o texto devem se completar e não se repetir.
Mas temos mais momentos de causar vergonha alheia. Lembra que eu falei sobre novos personagens? Pois é, eles até podem ser legais mais pra frente, mas o artifício que o autor usa para apresentá-los, é não - intencionalmente hilário. São quatro quadros, com os nomes de cada um deles, OK. Mas em cada quadro, um deles fala algo que remete diretamente a sua personalidade, exceto pelo velho Hitara, que não fala nada. O problema é que não tem nenhum contexto para eles falarem o que falam. Quando eles apresentam uma personagem, que seria inocente, ela fala isso: “Err Desculpe... Muito prazer... Err... Desculpe.”
É uma abordagem completamente infantil, uma escrita pobre, que poderia combinar com uma história para crianças, mas não combina nem um pouco com uma historia de prisão, onde volta e meia o sangue jorra das páginas. Tem alguns outros momentos desses, mas menores, e a maioria envolvendo piadas que não funcionam como deveriam.
Outro fator que incomoda, são os pretextos para os personagens lutarem. É uma e duas e eles estão se pegando no pau, só que sem um motivo importante o suficiente. Temos o clássico personagem que quer dar porrada pra ver qual é a do personagem principal, a luta organizada pela diretoria da prisão, uma máquina que deveria capturar fugitivos mas ao invés disso parece estar disposta a triturar um prisioneiro que é supostamente importante para os “vilões”.
Enfim, se não fossem pelas últimas 10 páginas, onde algo realmente bacana acontece (onde o desenho complementa o texto de maneira admirável em uma cena específica), nada aqui teria um valor real como história, como trama, e nem mesmo como um apanhado de cenas pelo menos, empolgantes.
Quanto a arte, ao contrário do que normalmente se espera, está inferior ao primeiro volume, mas ainda é legal, com algumas páginas mais bem trabalhadas e as vezes até impressionantes.
Agora vem a hora de falar mal da Panini, o que é uma coisa rara. Ouvi comentários da péssima qualidade física de Sora No Otoshimono e Karin, mas não esperava ver DW#2 tão ruim (fisicamente agora). As páginas estão tão transparentes que é possível enxergar a próxima página sem nenhum esforço. No review do volume 1 um eu falei que comprei o mangá por que Bakuman não tinha chegado aqui onde moro, e pelos comentários da qualidade ruim do papel. Bom, acontece que meu amigo Éd!ner comprou o mangá da JBC e a qualidade do papel está anos luz na frente deste volume de DW. O que que é isso Panini? Que chinelagem é essa? Pessoal que compra mangás, vamos dizer não as histórias impressas em papel higiênico (e nem é Personal Folha Dupla, é daqueles bem vagabundos), assim talvez as editoras comecem a fazer algo de qualidade. E neste ponto, me obrigo a elogiar a L&PM, que entrou no mercado esse mês com dois títulos que já comprei e pretendo fazer reviews em breve, publicados em papel de excelente qualidade, por apenas quatro reais a mais que o principal preço das editoras concorrentes. Quatro reais que paguei a mais com gosto quando vi a edição de Solanin #1.
Finalizando
Curto e grosso: Se DW não melhorar nos próximos dois volumes, vou dropar certo.