A Rebelião das Massas

A Rebelião das Massas José Ortega y Gasset




Resenhas - A rebelião das massas


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Lista de Livros 26/01/2014

Lista de Livros: A Rebelião das Massas, de José Ortega y Gasset
“O vaidoso necessita dos demais, busca neles a confirmação da ideia que quer ter de si mesmo.”
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“O tolo é vitalício e impermeável. Por isso dizia Anatole France que o néscio é muito mais funesto que o malvado. Porque o malvado descansa algumas vezes; o néscio, jamais.”
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“Todo gesto vital, ou é um gesto de domínio ou um gesto de servidão.”
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Mais em:

site: https://www.listadelivros-doney.blogspot.com.br/2014/01/a-rebeliao-das-massas-jose-ortega-y.html
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13marcioricardo 27/04/2022

Um dos melhores livros do séc. XX
Excelente livro, onde o autor apresenta ensaios que contêm filosofia, história, política e outros. Os temas principais são o homem de massa ou homem médio e a união da Europa fazendo do continente algo parecido a uns Estados Unidos da Europa. Existem outros assuntos ainda e, além disso, o livro começa com um texto dirigido aos franceses e perto do final outro aos ingleses. É um livro erudito, com mensagens fortes, mas por vezes o autor enrola e fica divagando... Como eu gosto de ir direto ao ponto achei chato, mas é um livro que vale a pena ler. Edição lindíssima.
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Leia.o.livro! 23/03/2021

Boa leitura
Livro difícil para mim mas tenho certeza que pra vc será ótimo. Motivo: sou loura. Kkkkkkk
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Humberto Serrab 07/11/2013

Um livro fundamental para entender vida e política atuais
Escrito em 1925, antes da ascensão definitiva dos Fascismos sobre a Europa, Ortega y Gasset traça um inquietante perfil psicossocial do cidadão médio do seu tempo. Conceitua-o como "homem-massa". O que raios vem a ser isto? O "homem-massa" nada mais é do que o indivíduo desgarrado de qualquer consciência histórica, pois para ele o passado não é um parâmetro seguro para a inspiração de valores e regras de conduta que possam balizar a própria visão de mundo. Para ele, a categoria de "Tradição" mostra-se tão rarefeita quanto imagina-se senhor natural do seu tempo e artífice único de suas escolhas. O "homem-massa", coitado, acha que inventou a pólvora.

Se a História não significa absolutamente nada para o homem deste tempo, de onde então ele retira os valores que lhe pautam as ações? Resposta: de lugar nenhum ou, melhor dizendo, dos grupos políticos que gritarem o suficiente a ponto de galvanizarem uma opinião/comportamento padronizados. Daí como Ortega y Gasset brilhantemente observa que a sofisticação tecnológica dos tempos hodiernos se fez contrastar pelo primitivismo da alma humana. Afinal, para o "homem-massa" a realidade em si passa a ser tomada como "natural", suficiente por si mesma, auto-reprodutiva. O funcionamento das instituições políticas, por exemplo, começa a ser superficialmente criticado por sujeitos que, distantes das responsabilidades reais, imaginam cândidos projetos para a condução do Humano com a mesma facilidade com que tomam o café pela manhã.

É nesse tocante em que o livro atinge sua culminância. Vivenciamos uma era de completa irresponsabilidade - e, portanto, de inconsequência - no debate público. E essa "irresponsabilidade" pode conduzir a vida humana para o precipício dos enganos, nascedouro da dor coletiva. Afinal, uma sociedade composta pelos "homens-massa" não tem mais os filtros da aristocracia, que por séculos inauguraram padrões de sociabilidade progressivamente incorporados pelos demais setores da sociedade. Agora não, visto que democracia política e progresso material abriram um perigoso precedente para que o Homem, sem saber de onde vem, desconheça o rumo por que seguem seus passos.
Marcelo 12/04/2016minha estante
"Escrito em 1925, antes da ascensão definitiva dos Fascismos sobre a Europa"
"Fascismos"? Acho engraçado esse rótulo, tão em moda nos dias atuais, para designar todo e qualquer movimento e governo totalitário na Europa do século XX. Se você comparar as vítimas do Nazismo e do Comunismo com os "fascismos" ( na verdade, só existiu um), verá que o grande mal Europeu, maior que todos esses regimes, é, na verdade, o Comunismo, seguido do Nazismo e, de muito longe pelo fascismo. O medo que os brasileiros têm de expor o maior regime assassino de todos os tempos, o COMUNISMO, a suas críticas é deplorável. Até hoje não consigo entender essa covardia.


Humberto Serrab 28/04/2016minha estante
Marcelo, obrigado pelo feedback. Leia a minha resenha de "A Nova Ciência da Política", de Eric Voegelin, para a devida menção ao comunismo.




Dalmo 22/08/2021

A desmoralização da humanidade
A Rebelião das Massas, ao contrário do que possa parecer, não é um livro sobre política - ele é essencialmente um livro sobre filosofia e sobre humanidade. O autor, José Ortega y Gasset, considerado o maior filósofo espanhol do século XX, faz uma análise primorosa da civilização europeia do final da década de 1920 e das transformações que a influenciaram. Inicialmente escrito na forma de artigos para o jornal El Sol em 1929, ele foi lançado em forma de livro no mesmo ano.

Para assimilar o significado da obra, é preciso entender o que Ortega conceitua como massa e o que a expressão que dá título ao livro significa. Mas a tarefa não é tão simples como parece, dado que sua definição só vai ficando mais clara durante a leitura, fazendo com que sua construção mental para nós, leitores, seja gradual. E mesmo após quase 100 anos, as palavras do autor nos remetem a uma contemporaneidade impressionante, tamanha é a similaridade deste conceito com o homem atual e com a época em que vivemos.

Podemos entender como massa o homem médio, o homem medíocre, aquele que, segundo Ortega, tem ideias taxativas sobre tudo, mas que perdeu a capacidade de ouvir. A rebelião, neste caso, consiste na obliteração dessa alma média. Ao descrever a década em que vive para exemplificar esse tipo de homem, Ortega evoca tempos de mudança (ou de ruptura) em relação ao passado, especialmente em comparação ao século XIX, um século onde o progresso da ciência e os avanços da tecnologia transformaram radicalmente a vida em sociedade. Essencialmente revolucionário, este século preconizava a implantação de uma nova ordem que tergiversava com a tradicional.

(leia a continuação da resenha em redumbrella.me)

site: https://www.redumbrella.me/post/a-desmoralização-da-humanidade
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Suzanie 09/08/2020

O conceito de Massas e sua atualidade
Indico o livro a todos que desejam conhecer melhor a sociedade do século XX e desse início do XXI. Escrito em 1927, conserva sua atualidade de forma desconcertante, diria que especialmente para o leitor brasileiro.

Para o leigo em sociologia traz um repertório vasto de novos conhecimentos, sendo o mais interessante o conceito de homem-massa.

Houve momentos no livro em que me deparei com algumas ideias do autor que me pareceram um tanto controversas, carregando um pouco dos preconceitos de uma época.

Isso, porém, não apagou o brilho das ideias de Gasset, que viriam a se configurar quase como que previsões do que ocorreria na Europa alguns anos depois.
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Valério 04/08/2017

Pungente
Este livro precisa ser lido.
Muito. Pelo maior número de pessoas. Precisa ser debatido, aprofundado, estendido.
Ortega Y Gasset desbrava o que leva multidões inteiras a seguir líderes que os levam a destruição, ao sofrimento.
É muito difícil escrever uma avalição/resenha deste livro, dada sua importância e alcance. A responsabilidade me pesa às costas. Sua relevância torna a tarefa complicadíssima.
Portanto, ao contrário do que geralmente faço, usarei trechos do próprio livro para que quem ler esta resenha possa ter um melhor vislumbre.
"O homem é, deseje ou não, um ser constitutivamente forçado a buscar uma instância superior"
"Inumeráveis vidas humanas marcham perdidas pelo labirinto de si mesmas por não terem a que se entregar"
Com base nessas e em várias e bem destacadas premissas, Ortega enxerga que pessoas no mundo todo precisam ter uma ideologia, algo em que acreditar. Mas ao mesmo tempo, não estão dispostas a estudos aprofundados para definir em que apostar suas fichas.
O que entende por massa é "o conjunto de pessoas que não são especialmente qualificadas". E não "operários" ou "proletários".
Pessoas como Tico Santa Cruz. Que dedicaram sua vida à arte e agora acham que discutem política com profundidade filosófica, geralmente são os que arrebatam a "massa", tão carente de quem os conduza.
Fenômeno semelhante ocorre com políticos carismáticos e radicais, sejam eles de direita ou de esquerda. A massa os vê como líderes, como algo a seguir e defender fanaticamente. E aí começam nossos problemas.
Ditadores como Hitler, Stalin, Fidel Castro, Maduro, General Franco, sempre tiveram a "massa" para os defender e jurar sua lealdade.
O "homem massa" tem ideias taxativas sobre tudo. É intransigente. Mas suas ideias geralmente são um espelho das ideias de seu ídolo político.
Lembra aquele seu amigo que fala que é "neutro" em política? Que é "isento", mas repete todos os discursos propagados por um partido ou político?
Veja a descrição (pagina 49):
"Esse homem-massa é o homem previamente esvaziado de sua própria história, sem entranhas de passado... Só tem apetites, crê que só tem direitos e não crê que tem obrigações; é o homem sem a nobreza que obriga"
E não vemos muito isso? Uma turma (ainda bem que cada vez menor) vai às ruas para cobrar direitos. Direito a tudo: andar de ônibus de graça; receber dinheiro do governo, ser financiado pelo governo, ter os melhores serviços gratuitamente.
Outro trecho forte:
"Quando vejo que o aplauso se dirige fácil e insistente a um homem ou a um grupo, surge em mim a veemente suspeita de que nesse homem e nesse grupo, talvez junto a excelentes dons, haja algo extraordinariamente impuro"
Como Ortega, sou contra qualquer idolatria a políticos. Seja ele Lula ou Bolsonaro. Um político pode até ser admirado. Mas nunca idolatrado, colocado acima do bem e do mal. Ser visto como herói e modelo inquestionável. Na maioria das vezes, os idolatrados são demagogos. Convencem muito pela conversa. E, para Ortega, "Os demagogos têm sido os grandes estranguladores das civilizações".

Por fim, é um dos livros mais excepcionais que já li. Muito diferente, muito abrangente, muito inteligente. Único.
Leia apenas o prólogo. E já perceberá a irresistível força de uma verdadeira reflexão político-filosófica-social.

Bem sei que fracassei em demonstrar a relevância e grandiosidade desse livro. Fica então apenas o apelo. Leia. Posso garantir que terá contato com pontos de vista e análises bem fora do lugar comum.
Henrique_ 04/08/2017minha estante
Conheço alguns trechos de minhas leituras na faculdade. De fato, uma obra imprescindível. Ótima resenha.


Renata 17/12/2017minha estante
Adorei sua resenha! A menção ao Tico Santa Cruz me fez rir.

A conclusão do autor sobre os demagogos é mt boa tb, mas acho que o que me fisgou foi aquele trecho que vc transcreveu logo no começo: inumeráveis vidas humanas marcham perdidas pelo labirinto de si mesmas por não terem a que se entregar.




Like a Sir 20/04/2023

Punhetação mental
Esse livro é bom só até a metade.

Depois o autor vai entrando em assuntos tipo "BLÁ, 🤬 #$%!& ", sobre a Europa, sobre nações, sobre masculinidade...

Cara, sinceramente não sei quem se interessa por esses assuntos.

Fora que mesmo a primeira metade (que é boa), pode ser resumida em uma simples ideia, que é o seguinte: as pessoas estão ficando rasas.

E o autor não se conforme com isso.

Mas sempre foi assim. Quem vive no presente, tende a ver uma "degradação" das coisas. Mas essa degradação é apenas uma modificação da realidade, que parece ser uma degradação - mas não é.

As coisas, com o tempo, apenas parecem ficar mais simples. É só isso. Não precisava de um livro inteiro pra dizer isso.
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Elton.Oliveira 21/06/2023

Não me despertou o interesse
Aos que tão bem avaliaram esse livro, me perdoem o comentário... Não gostei !!!

Um livro curto mas com um conteúdo denso e filosófico sobre a teoria das massas .... Como elas se formaram e suas aspirações. Motivos e porquês delas se unirem nos grandes aglomerados sociais.

Achei muito massante a forma e exposição dos argumentos. Por diversas vezes me perdia do conteúdo... Até já esqueci rapidamente de algumas explicações.....

Me sinto aliviado de ter terminado pq infelizmente não consigo abandonar um livro que escolho ? !

É isso ...
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Almerissa 10/03/2022

Um autor à frente do seu tempo
Este livro jamais entraria na minha lista de leitura se não fosse a Mariana Brito. O livro começa com uma introdução deveras poética da Julián Marías. Só essa introdução nos faz querer adentrar o livro com fome de palavras que fazem sentido para a nossa alma.

O livro gira em torno da explanação do que Ortega chama de Homem Massa, ou homem médio. Acontece que ele não faz isso de forma linear. A leitura não chega a ficar truncada, mas não daria cinco estrelas e nem pretendo favoritar este livro.

No entanto, muito do que foi discutido nos textos de Ortega me trouxe reflexões para a vida.

No capítulo A Altura dos tempos por exemplo, o autor traz uma reflexão que há muito tempo eu já havia pensado: seria o nosso tempo o melhor para vivermos? Ou épocas passadas seriam melhores que a nossa? E isso inclui a Idade Média, Renascimento ou Romantismo seriam uma época superior à nossa, por ter criado tantos gênios e homens marcantes?

O livro explica o que é o homem massa sim, isso fica claro durante a leitura. Mas o livro também traz vários capítulos que nos fazem analisar o nosso próprio caráter. Somos parte dessa massa? Queremos continuar nela? O que estamos fazendo com a nossa existência e juventude? Como queremos envelhecer? Por que a história da Europa tem influência na nossa vida?

Só por pensar nessas perguntas, acho que já vale a leitura. Como disse, não é uma leitura linear. Mas reconheço que tem muitos conceitos que nos fazem abrir a cabeça para entender mais sobre a nobreza, sobre a evolução de um homem, bem como sua decadência.

Apesar de ter sido escrito em 1926 o assunto parece que foi escrito para essa época e isso só reforça o quanto Ortega era uma pessoa à frente do seu tempo.

“O homem ‘médio’ tem ideias dentro de si, mas carece da função de idear. Nem sequer suspeita de que sutil elemento as ideias vivem. Querem opinar. O que faz com que suas ‘ideias’ não sejam mais que apetites com palavras, como as canções românticas.“
GiSB 07/06/2022minha estante
Interessante a sua resenha.




Mariana_Dalmaso 09/12/2023

Tão atual?
Quem é o tal Homem Massa? É aquele que ?ACHA? que tem todos os direitos e nenhum dever, é o cidadão que não tem interesse pelo conhecimento. É aquele que impõe opiniões e vulgaridades ao seu redor, tenta eliminar tudo o que não esteja de acordo com ele, com tendência a resolução de conflitos através do uso da violência. Não é o sem estudo, mas o sem noção mesmo? Na época em que o livro foi escrito, este tipo de homem estava tomando seu espaço na Europa, e Ortega y Gasset aborda as consequências que isso traria para a civilização ocidental a partir do século XVIII. Quase 100 anos depois, o livro talvez seja mais bem entendido pelo leitor atual, em um mundo que foi tomado pelo homem massa e cujos fatos do dia a dia refletem sua influência incontestável - mais do que na época em que foi escrito. Você conhece um homem massa, eu conheço? São os que se apegam a ignorância, a falta de questionamento, a falta de conhecimento humano e ainda acha que estão certos,e mais: impõe sua opinião na base da violência física ou psicológica?
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Deeh 23/02/2022

Pra quem não tinha lido nada do autor?
Segundo livro do CLMB 2022, achei que a leitura se conectou com o livro de janeiro e de certa forma ampliou o alcance sobre o Ocidente, sua cultura e como isso tem influenciado nossa vida atualmente.

Não me sinto pronta a falar com propriedade do livro, mas me sinto empolgada em mudar, ou aprimorar minhas leituras e com ela minha visão de mundo.

Relível e de preferência depois de uma boa dose de história Ocidental.
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Olguinha 25/09/2019

Obra enriquecedora!
A Rebelião das Massas é um livro não ficional, um ensaio filosófico de José Ortega y Gasset que o escreveu em forma de artigos publicados, em 1929, no antigo periódico espanhol El Sol.

O livro, na edição da Vide Editorial, é precedido de uma introdução de Julian Marías, também filósofo espanhol e discípulo de Gasset. Ela é muito interessante, porque acaba abrindo a mente do leitor para a obra que virá. É como um preparativo e um guia. Um dos pontos levantados por ele é que A Rebelião não é um livro político, embora tenha reflexos nela. O próprio Ortega diz isso "Nem este volume nem eu somos políticos. O assunto de que aqui se fala é prévio à política e pertence a seu subsolo." e critica o "politicismo" que para ele "despoja o homem de solidão e intimidade, e por isso é a predicação do politicismo integral uma das técnicas que se usam para socializá-lo." E acho primordial que o leitor entenda isso ao pegar esse livro, do contrário lerá de forma totalmente parcial e ignorará a tese importantíssima e atual do autor.

Dividido em duas partes (A Rebelião das massas; e Quem manda no mundo?), o livro desenvolve, entre outras coisas, a tese do "homem-massa" e analisa a situação da Europa na época, inclusive prevendo algumas coisas como a organização da União Europeia e os movimentos totalitários que ganhariam um grande espaço nos anos posteriores.

O "homem-massa" é, em outras palavras, um homem médio, medíocre, que ignora o passado, a história, e age com base no imediatismo, sem projeções para o futuro. Isso reflete no poder público representado pelas massas: "onipotente e efêmero". Ele ultrapassa as barreiras de classe social, o homem-massa pode ser encontrado em qualquer uma delas, até mesmo na nobreza. A divisão do autor entre massas ou minorias não é, portanto, uma divisão em classes sociais, mas em classes de homens, sem hierarquização.

O homem-massa não busca de forma alguma ser especial de qualquer modo, não busca ser diferente; pelo contrário, sente-se à vontade em ser igual a todo mundo. Isso se deve a vários fatores: como o fenômeno das aglomerações que leva à angústia do "pertencimento" a um grupo; ou como o fato do avanço veloz técnico-científico que trouxe um sem número de facilidades e direitos, fazendo o homem-médio acreditar que esse sempre foi o estado natural das coisas e não que houve uma luta para consegui-las. Isso leva a massa a acreditar que tem direito sobre tudo, mas nenhum dever; são ingratos a "tudo quanto tornou possível a facilidade da sua existência".

O conceito é amplamente desenvolvido, de forma que não caberia em uma resenha transpor todos os elementos e características do homem-massa, nem é essa intenção, pois isso aqui não é um resumo. Mas é interessante chegar à conclusão do autor de que, porque as massas carecem de um norte, elas se amparam no Estado. Elas precisam dessa instância superior, essa força coercitiva. A qualquer problema, é do Estado que se espera uma solução, como se este fosse pai e mãe da humanidade. A massa parece esquecer-se de que o Estado é uma criação humana e passa a viver em função deste.

A segunda parte do livro se destina a responder a questão "quem manda no mundo?". Aqui Ortega y Gasset se dedica a uma profunda análise da Europa, mas erra ao subestimar os Estados Unidos. É aqui também que expõe sua opinião quanto à formação do Estado: para ele, não é um fenômeno espontâneo de pessoas que se juntam por fatores em comum, como idioma, credo ou etnia. Pelo contrário, "começa quando se obriga a conviver a grupos nativamente separados". A formação do Estado, portanto, é que levaria à homogeneidade do seu povo. E é aqui que, por fim, ele prevê a criação do bloco que hoje conhecemos como a União Europeia.

A leitura dessa obra é enriquecedora. É claro que, para lê-la, como já dito, é preciso despir-se de qualquer visão política. Também é preciso não levar a mal certas tiradas irônicas do escritor, ele consegue ser MUITO ácido com as palavras. Por vezes, pode até parecer que ele era preconceituoso ou elitista pelo seu modo de escrever arrogante, mas é só aparência, numa leitura de mente aberta você entende o que ele quer dizer. Considero um livro para ser lido e relido, acho que sempre conseguiremos aprender uma coisa nova ao relê-lo. Muito à frente de seu tempo, ele conseguiu prever muitas coisas e continua muito atual quando analisamos a conjuntura social e política do nosso país.
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DaniK 17/08/2021

Livro interessante. Me fez refletir bastante sobre a atual situação da sociedade. As massas são tanto de direita quanto de esquerda.
A primeira parte do livro é melhor que a segunda.
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felipe.demattos.94 04/09/2021

Um grande livro
Leitura obrigatória para quem gosta de filosofia.
Gasset é um grande escritor, e fundamenta com maestria seus argumentos.
Livro atemporal.
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