Geison_Pacheco 26/09/2020
O mesmo motivo que, a princípio, desanimou a minha leitura, ao fim me encantou, a linguagem do livro.
Em Macunaíma, Mario de Andrade utiliza uma linguagem incomum, surreal, bem a proposta dos Modernistas.
O herói retratado é um indígena, o que proporciona um olhar a uma parte de nossa história tão esquecida, os nativos, e mais, um olhar que foge a certos pré-conceitos e traz uma pessoa astuta, com religiosidade, desejos e comportamentos, uma pessoa completa.
Apesar de o personagem ser um índio, nele se vê muito de todo o Brasil - como as expressões, regiões e regionalismos utilizados na obra - e de todo o brasileiro, em especial, o brasileiro de uma sociedade em constantes modificações e adquirindo personalidade, por isso, mesmo "sem nenhum caráter".
Uma leitura que, com certeza, exige um pouco de força de vontade, ao menos até se compreender a proposta do autor e a forma como ele se expressa no livro. Uma leitura como nenhuma outra, e por isso, uma boa recomendação.