Macunaíma (eBook)

Macunaíma (eBook) Mário de Andrade
Angelo Abu




Resenhas - Macunaíma


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Kenia Pinheiro 20/07/2013

Leitura obrigatória no Ensino Médio. Acho que não lhe dei o devido mérito, na época. Preciso relê-lo, agora, sob a ótica de uma licenciada em Letras, que sou.

De qualquer forma, o livro não tem uma leitura fácil: há trechos em Tupi e a alegoria da criação das raças que constituem o povo brasileiro não é tão clara assim.
Vou reler, um dia...rs
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Felipe 27/03/2013

Estrela maior
É inacreditável que um livro como Macunaíma exista. Era necessário que ele existisse. Ele existe, está no mundo e este fato emudece a tristeza de qualquer leitor que entre em contato com ele. Mário De Andrade escreveu o livro oficial do Brasil. O almanaque do tipo psicológico brasileiro, o tortuoso cicerone da alma fragmentada de um país sem caráter – porque sem identidade fixa.

É possível escrever um livro sobre um tipo psicológico que é, por excelência, uma mentalidade avessa aos ditames estéticos e ideológicos europeus tomando como perspectiva a pena estética e ideológica de um europeu? Não, não era possível. É por isso que Macunaíma existe: ele existe para mostrar que essa figura desconcertante do brasileiro deveria ser tratada com a perspectiva mito-estética de um brasileiro, de sua mentalidade profundamente enraizada em sua gênese sinuosa, cruel e multiforme. Não é sob o conceito obtuso de “regionalismo” que esse livro se inscreve no panteão das obras máximas do Brasil (stricto sensu, o Ulisses de Joyce é tão regional quanto Macunaíma), mas antes porque este livro é um êxito sem paralelos, êxito da Literatura e da Linguagem.

Bataille dizia que a literatura pode dizer tudo, porque ela é inorgânica. A literatura pode ser tudo, pois não há um corpo que reduza sua forma a uma estrutura fixa. Em Macunaíma esse radicalismo inorgânico é radicalizado: não há forma fixa das coisas, pois elas são tudo e podem “se virar” em tudo. Assim, Macunaíma é homem-índio-preto, é homem-louro-europeu, é peixe, é pássaro, mas não é pedra não – “Não vim ao mundo pra ser pedra” – é, finalmente, uma constelação. Não é realismo mágico, não é realismo poético, esqueçam os gêneros e lembrem-se: a literatura não é a realidade, mas algo maior que ela. Assim, o mais descritivo dos realismos pode se passar pelo mais fantástico dos acontecimentos.

A linguagem utilizada em Macunaíma é um tour de force inigualável. Somos arremessados, seduzidos, enfeitiçados por uma língua estranha e tão familiar. Denunciando uma literatura pomposa e insípida construída sob a linguagem padrão (o Português), Mário De Andrade escreveu o primeiro livro no Brasil escrito na língua brasileira (diferente da portuguesa), trouxe para dentro de Macunaíma a língua de um povo que não pertence mais a Portugal. É lindo, lindo, lindo!

Macunaíma deveria ser o livro de cabeceira de todo brasileiro. É impossível não reconhecer neste livro um espelho erguido contra a bandeira verde-amarela. Como diz o provérbio: não é culpa do espelho se a cara é torta. Macunaíma é o herói sem nenhum caráter, mas isso não se resume ao sentido moral, mas também identitário. Encontramos neste livro uma sequência de alegorias que interpretam e resumem o nascimento desta Vênus ameríndia, a terra brasileira. Não, não há qualquer vestígio de chauvinismo nesta resenha, é apenas um leitor impactado com a força de um livro que conseguiu radicalizar a linguagem, os sentidos da Literatura e a sua destinação sem se tornar um experimento patético ou um desses abortos que o Modernismo engendrou aos montes.
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Cordeiro 06/03/2013

"Pouca saúde e muita saúva os males do Brasil são!"
Macunaíma foi a obra-prima de Mário de Andrade e, provavelmente, do Modernismo! A equação que o autor mesmo cita em um dos prefácios interessantíssimos é a seguinte: Amar, verbo intransitivo + Clã do Jabuti = Macunaíma. A obra representa não apenas os resultados de pesquisas sobre uma identidade fielmente brasileira, mas também a tentativa de realização de um projeto totalmente nacionalista. Esse ideal de nacionalismo literário surgiu em virtude dos elos étnicos, linguísticos e culturais que compunham a nação brasileira. Assim, a rapsódia Macunaíma; o Herói sem Nenhum Caráter, foi escrita em poucos dias no mês de dezembro de 1926, estando Mário de férias numa chácara da família em Araraquara. O ponto de partida foi a leitura que o autor fez da obra Vom Roraima zum Orinoco, do etnógrafo alemão Koch-Grünberg, que colheu na Amazônia (Brasil e Venezuela), um ciclo de lendas dos índios taulipangues e arecunás.

Ao ler Macunaíma o leitor faz um pacto com o narrador, com o enredo da história e com o surreal*. Mário de Andrade usou e abusou da linguagem, inserindo o que tinha que inserir e até o que não tinha. Tornando assim, Macunaíma, uma leitura cansativa linguisticamente por conta dos neologismos de adjetivos e substantivos que o autor faz. É uma obra constituída por vocábulos indígenas, africanos, expressões e provérbios populares, que formam um estilo narrativo-dinâmico e irônico de representação do povo brasileiro. Que é, sem dúvidas, um povo sem cultura própria. Propositalmente, a aventura de Macunaíma dissolve a geografia do Brasil, quando o personagem segue de um Estado para outro como quem atravessa uma rua*.

Uma questão que é importante ressaltar, é que Macunaíma é o fundador da cultura brasileira e representa o povo brasileiro que não tem caráter definido. Cria, por exemplo, o futebol, o truco e algumas expressões populares. É um herói exemplar apenas no interior do Mato-Virgem, onde a presença dos mitos, do folclore, enfim, a sua cultura não é ameaçada pela civilização urbana e pelo progresso industrial. Este, por sua vez, ao entrar em contato com a civilização de São Paulo, perde a sua identidade cultural. (Uma analogia do autor com a civilização dos portugueses aos índios).

Eu não poderia dizer que o livro é as mil-maravilhas da literatura. Apesar de ser divertido por conta dos mitos e das diversas fantasias, é, de certa forma, truncado e monótono, apesar de utilizar linguagem simples, porém rebuscada (folcloricamente)(?). Não é o livro que lê-se antes de dormir. Todavia é o tipo de livro que merece uma chance de ser lido uma, duas, três vezes. Macunaíma é apenas uma diversão...

Resenha baseada em um resumo publicado no site da Unicamp, e outras resenhas do Skoob[*]. (etc., etc.)
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Juliana 29/12/2012

O herói sem caráter
Macunaíma foi uma das melhores histórias que já li.
Adorei as frases as sacadinhas, o fato de o personagem principal sem mal, literalmente sem caráter, sacaneava os irmãos, preguiçoso, mulherengo,com Mario de Andrade aprendi a gostar de literatura.

"Urubu quando tá cagado de arara o de cima caga na cabeça do de cima"
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Felipe 13/05/2012

Modernista, ilógico e surrealista. Não é meu tipo de livro, o que não quer dizer que seja ruim.
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Rita Nunes 18/04/2012

Credo
Só mesmo sendo obrigatório para ler isso até o fim. É horrível.
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Jessyca 27/03/2012

Sua leitura é obrigatória pois se trate de um clássico literário.
Ler outra vez? Nunca maaais! Cansativo e muito detalhista, linguagem complexa pois ele aparece, salve engano, na 1° geração modernista brasileira!
O que o autor tenta mostrar é a diferença entre os antigos heróis românticos e Macunaíma, um herói sem nenhum 'pingo' de caráter.
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Aldir 09/01/2012

Um dos melhores livros que já li para o vestibular!
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Welisson 15/12/2011

A história é legal, mas a linguagem é muitooo complicada...
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Fabricio 24/10/2011

Explicativo
Numa linguagem de fácil acesso e sem maiores vocábulos rebuscados, Noemi Jaffe sintetiza a vida do Herói sem Nenhum Caráter. Livro ideal para que m tem que fazer trabalhos para faculdade/universidade, ou que simplesmente pretende entender melhor essa obra de Mário de Andrade. Traz também fatos curiosos e relacionamentos interculturais, frutos da pesquisa do autor.
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Claudia 06/10/2011

Livro mais difícil que já li, depois de muito estudar a história vi o quanto Mário de Andrade era um gênio.

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Luis Netto 19/07/2011

“Macunaíma”
Hoje publico a 101ª resenha. Meu blog ainda não completou um ano e quando volto a ver o que fiz neste período, até fico surpreendido. Não tem este comentário nenhum direcionamento de vaidade ou coisa similar. É apenas uma constatação. Quando meu AVÔ quis que eu escrevesse sobre o que eu lia, não gostei muito da idéia, afinal, não tinha a menor noção de como escrever, mas pacientemente, fui desenvolvendo uma técnica, nada especial, coisa simples, e fui avançando. Já publiquei 100 edições. Ao mesmo tempo em que continuo lendo inúmeros livros, vou selecionando aqueles que julgo mais adequado para o publico jovem, que é a maioria dos meus leitores. Para comemorar este momento, vou publicar uma das historias mais comentadas dos últimos anos, já transformada em peças de teatro e eternizada no cinema no papel vivido pelo pequeno, mas genial Grande Otelo, que é Macunaíma
“Macunaíma” foi escrito pelo paulista Mário Raul de Moraes Andrade, mais conhecido como Mário de Andrade. Ele nasceu no dia 9 de outubro de 1893 e iniciou seu trabalho na literatura bem cedo, em críticas escritas para jornais e revistas. Já em 1917 publicou o primeiro livro "Há Uma Gota de Sangue em Cada Poema". Foi o início de uma carreira repleta de obras, dentre elas “Macunaíma”.
Grande Otelo em Macumaima
Macunaima nasceu à margem do Rio Uraricoera. Filho de uma índia da tribo dos tapanhumas era um menino negro e feio, que somente aos seis anos começa a falar e uma das poucas coisas que repete continuamente é: 'Ai, que preguiça'. Contudo, é muito ativo em seus brinquedos e com as mulheres. Tem dois irmãos mais velhos, chamados Maanape e Jiguê, e uma cunhada, Sofará, mulher do segundo irmão. Quando esta o leva a passear, Macunaíma transforma-se em um belo príncipe e brinca com ela, o que irrita Jiguê, que a devolve aos pais e faz de Iriqui sua nova mulher, a qual, por sua vez, também brinca com Macunaíma. Desta vez, porém, Jiguê se conforma.
Por artes da cutia, que lhe dá um banho de água envenenada de mandioca, Macunaíma se transforma em homem, mas sua cabeça, a única parte do corpo que não fora molhada, fica pequena. Um dia sai à caça e encontra uma veada com cria e a mata. Fora uma peça que Anhangá lhe pregar a, pois ao aproximar-se do animal morto vê que é a própria mãe. Aflito, chama Maanape, Jiguê e Iriqui e todos choram muito.
frutos da arvore guaraná

Após a morte da mãe, partem sem rumo em busca do destino, Macunaíma encontra CI, a Mãe do Mato, rainha das icamiabas [uma tribo de 'mulheres sozinhas', ou amazonas] e a possui, transformando-se, em virtude disto, em Imperador do Mato-Virgem. A viagem continua e Ci, que os acompanha, ao final de seis meses tem um menino de cor encarnada e cabeça chata. Uma cobra morde o peito de Ci e o filho que ela amamentava suga o seu leite e morre. Depois do enterro do menino, Ci entrega a Macunaíma uma muiraquitã (amuleto confeccionado em jadeíte, nefrite, ordósia, diorite, estratite ou pedra-cristal), e sobe aos céus, utilizando-se de um cipó. Ao visitar o túmulo do filho no dia seguinte, Macunaíma vê que sobre ele nascera uma planta: era o guaraná.
Continuando a caminhada, Macunaíma e os irmãos enfrentam a boiúna Capei . Na fuga, o herói perde o amuleto que ganhara de CI. Embora procurem muito não o encontram. O Negrinho do Pastoreio (outro personagem do lendário brasileiro) envia a Macunaíma um uirapuru e este revela que a sua pedra-amuleto está nas mãos de Wenceslau Pietro Pietra, um regatão peruano que mora em São Paulo. Macunaina parte à sua procura. Junto com os irmãos.. No dia seguinte Macunaíma vai à ilha de Marapatá para ali deixar sua consciência e reunir o maior número possível de bagos de cacau, que têm valor de dinheiro. Ali encontra uma poça de água, que, por ser a marca do pé de São Tomé - o apóstolo que andara pela América -, é encantada. Macunaíma entra nela e fica branco. Jiguê também se banha, mas fica de cor vermelha, porque a água estava suja. E Maanape, como a poça ficara quase seca depois do banho de seus irmãos, consegue branquear apenas as palmas das mãos e dos pés, daí se explica, pelo texto do autor, o surgimento das raças brancas, o ruivo e o negro.

Chegam a São Paulo, procuram Wenceslau Pietro Pietra, que na verdade é Piaimã, o gigante comedor de gente. Piaimã mata Macunaima e faz torresmo para comer com polenta. Porém Maanape, seu irmão, com a ajuda de uma formiga e de um carrapato, consegue fazê-lo reviver, salvando-o do gigante. Aqui já se nota toda a versatilidade e inteligência do autor que mostra o personagem inventando o futebol e conversando ao telefone. Macunaíma telefona a Piaimã, e marca um encontro com ele e, travestido de mulher, vai à casa do gigante, que começa a namorá-lo e lhe mostra a muiraquitã, comprada, segundo diz, da imperatriz das icamiabas. Macunaíma, assustado com as pretensões do gigante, resolve fugir. Mas Piaimã o agarra e o coloca num cesto. O herói consegue fugir de novo e é perseguido por um cachorro do regatão e pelo próprio, até chegar à Ilha do Bananal, onde se esconde em um formigueiro. Em determinado momento, quando o gigante já está fora de si e ameaça colocar uma cobra no formigueiro, Macunaíma põe fora o seu pênis e Piaimã, sem dar-se conta, o agarra e o joga longe. O herói, é claro, vai junto até chegar a São Paulo novamente.
Aborrecido por não ter recuperado amuleto, Macunaíma vai ao Rio de Janeiro pedir proteção a Exu, em um terreiro de macumba, no Mangue, onde Tia Ciata é mãe-de-santo, onde ele é consagrado filho de Exu. Macunaíma pede vingança contra o gigante Piaimã. Exu promete ajudar o herói e faz o gigante sofrer no corpo de uma polaca que estava incorporada.

Em seguida, por vingança da árvore Volomã, que lhe negara os frutos, Macunaima diz algumas palavras que irrita a arvore e então ele é lançado em uma pequena ilha deserta da Baía da Guanabara. Lá chega então Vei, a Sol, com suas três filhas e vão numa jangada para o Rio de Janeiro. Ela deseja casar uma de suas filhas com Macunaima e pede a ele eu se comporte, mas ele não agüenta. Arruma uma namorada portuguesa, o que irrita Vei, que queria que ele se casasse com uma de suas filhas, em troca, ficaria jovem para sempre, caso contrario envelheceria igual a todos.

Macunaíma fica durante o dia na jangada com a portuguesa e a noite dorme em um banco, no Flamengo. Uma noite vê uma assombração que come a portuguesa. Macunaima escreve então uma para as icamiabas, contando sob re os costumes dos habitantes da cidade e pedindo-lhes dinheiro, bagos de cacau, pois gastara todo o que trouxera consigo, principalmente com as prostitutas paulistas, que cobram caríssimo pelo seu amor.
Piaimã, que ficara doente com a surra que levou de Exu cuida muito bem do amuleto, mantendo-o protegido todo instante. Macunaíma não consegue recuperar ainda o seu tesouro. Tempos depois ele se envolve em um tumulto de rua, é preso e consegue fugir. Depois de um bom tempo, após se recuperar de uma doença e ainda atrás do seu amuleto, ele encontra um macaco, que está comendo coquinhos, mas diz que aquilo são seus testículos. Macunaíma acredita e, devido à grande fome, pega uma pedra e esmaga os seus, morrendo e ressuscitando em seguida.
Macunaíma não abandona seu gosto pelas mulheres e rouba Suzi, a nova mulher de Jiguê, seu irmão, arrumara. Certo dia Maanape, seu outro irmão, fica sabendo que Wenceslau Pietro Pietra, o gigante que come gente, voltara da Europa. Macunaíma tenta recuperar seu amuleto, mas o gigante é forte e agarra o chofer do carro em que Macunaíma chegara. O chofer cai em uma água de macarrão fervendo. Macunaíma luta com o gigante e consegue enganá-lo, fazendo com que caísse no tacho com água quente, matando o gigante e recuperando o muiraquitã.
Voltando pra casa, quase no final da viagem, cheia de muitas aventuras seus irmãos, Maanape e Jiguê morrem. Macunaíma consegue chegar à antiga tapera, No entanto, atacado de acontecimentos ruins, vive triste e só, tendo como companheiro apenas um papagaio, um aruaí falador, ao qual o herói, ao passar dos dias, vai contando suas aventuras. Certo dia em janeiro, sofrendo intensamente com o calor, Macunaíma não resiste e se atira em uma lagoa, onde é atacado por um cardume de piranhas. Estas lhe comem os lábios, onde sempre trazia pendente a muiraquitã.
A pedra desaparece novamente e Macunaima já desgostoso e desanimando com a vida, planta um cipó, sobe ao céu e se transforma na Constelação da Ursa Maior. A terra do Uraricoera durante um longo tempo ficara deserta. Mas em certa ocasião, um homem chega até lá e ouve uma voz.

É o aruaí falador, velho companheiro de Macunaíma. O papagaio conta ao homem toda a saga do herói e em seguida voa para Lisboa. Este homem era nada mais nada menos que Mário de Andrade.
Mario de Andrade
Sem duvida um livro encantador, repleto de aventuras, intrigas, emoções, duvidas, comedia. Livro para não deixar de ser lido.

Recomendo a todos.
Carol 22/09/2011minha estante
Nossa esse livro é ruim demais.




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