Flávio 29/11/2021
Uma fantástica experiência literária
Macunaíma, O herói sem nenhum caráter. Acho muito importante e mais enriquecedora a leitura se lermos essa belíssima obra de Mário de Andrade - um poeta, romancista, musicólogo, historiador de arte, crítico, fotógrafo brasileiro e um dos fundadores do Modernismo no país. O Modernismo, que sucedeu o movimento Antropofágico, que juntos pesquisaram e resgataram a cultura brasileira, que se popularizou em 1940 com o movimento Tropicália, o livro foi escrito em 1926, logo após a “Semana da Arte Moderna”. Macunaíma, O herói sem nenhum caráter, era um personagem preguiço, mentiroso, vivia mexendo nas coisas das moças. Um herói que se opõe ao estilo romântico, mas que nos dá muito orgulho se sermos brasileiros, que não precisamos de nenhum estrangeirismo, precisamos apenas valorizarmos nossa história e cultura. Talvez, sem nenhum caráter, ou seja, um caráter (um ser) em formação. A criação de uma identidade, Macunaíma é o Brasil, o brasileiro, essa mistura do índio, escravo e o branco europeu. A leitura em si, no começo pode parecer um pouco difícil, uma escrita coloquial e carregada e termos indígenas, uma outra crítica feita por Mário de Andrade: da nossa língua, uma para falar, outra para escrever, mas não dificulta a compreensão. O texto me trouxe, além dessas, várias outras questões e foi muito gostoso de ler, apesar de não ser um texto realístico, me lembrou o fantástico, com uma explosão de criatividade. Obs.: Andrade morreu em 25 de fevereiro de 1945, aos 52 anos. Dadas as suas divergências com a ditadura varguista, não houve reação oficial significativa antes de sua morte. No entanto, a publicação de seus Poemas Completos, em 1955 (um ano após a morte de Vargas), marcou o início da canonização de Andrade como um dos heróis culturais do Brasil.