Gomezzzz0 23/04/2024
O fundador do romance moderno: Dom Quixote
O que temos depois do esgotamento de nosso corpo e mente? Com grande sorte: desejos.
Dom Quixote (cujo nome real não sabemos) é um homem que vive em uma memória do passado, mas não apenas de seu passado, mas de um que foi projetado por outros, por meio de livros, contos, e lendas passadas pela oralidade.
Um livro que demonstra o desespero de um homem que não fez tudo o que desejava, que ao se ver frente ao fim de sua vida, não sabe o que fazer, indo para a única dimensão que lhe resta, que é a fantasia.
Sancho Pança, seu fiel escudeiro, um homem comum, por algum motivo cativado por seu nobre cavaleiro, tem em si a ideia de ascensão social, longe de seu mestre que aspira questões de idealismo, é sempre aquele que quer o que é concreto, justamente por ainda vislumbrar uma vida à frente.
Em meio a essa divertida e atrapalhada jornada, seus sonhos de certo modo são cumpridos, pois realmente encontraram gigantes, exércitos, feiticeiros, reinos e ganharam provisões materiais, mas no final ficou o senso de que não alcançaram o que deviam, pois é algo inevitável ao desbravador, ao cavaleiro quando se retira, àquele cuja missão não se restringe a um ponto só. Não é apenas sobre demonstrar o cavaleirismo, é sobre alcançar o amor de Dulcinéia; Não é apenas sobre ter um cavalo sobre o qual você consegue cavalgar, mas conseguir vencer o duelo contra o cavaleiro da armadura negra.
A jornada é infindável e de vez em quando nos deparamos com os nossos limites. Dom Quixote, encontrou o seu.