A Morte do Caixeiro Viajante

A Morte do Caixeiro Viajante Arthur Miller




Resenhas - A Morte dum Caixeiro Viajante


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Slytheus 15/06/2024

Um bonde chamado desejo
E esse ano decidi reler uma das poucas peças de teatro que eu já li (até agora). A primeira vez que li "Um Bonde Chamado Desejo" foi em 2017, eis que sete anos depois, eu pego para revisitar a narrativa.
Um dos meus atores favoritos é o Marlon Brando, que foi o motivo pelo qual eu assisti a adaptação cinematográfica da peça teatral.
Nessa peça, temos muito da época na qual ela foi escrita e apresentada pela primeira vez, é aquele tipo de conto que para a pessoa gostar, ela tem que estar ciente do momento que foi escrito e que se trata de uma ficção, onde tudo é permitido para se contar a história, então não pegue para ler se for para ficar caçando o politicamente correto na obra.
Temos aqui, 3 personagens principais: Stanley, que é um homem de sua época, machista e fanfarrão. Stella, sua mulher, que representa bem a mulher do século 20, que é bem passiva em relação ao seu marido. Blanche, a irmã de Stella, que é totalmente oposta ao Stanley, e que não aceita que sua irmã tenha deixado sua vida boa, para viver com um homem como ele.
A peça começa com o nosso casal se despedindo, para que Stanley saia de cena, e que Blanche possa chegar. Logo de cara, já vemos que a irmã de Stella, não é uma personagem confiável, ela esconde alguns segredos e vive na defensiva quando sua irmã a questiona, as vezes até mesmo, atacando a própria irmã como se ela estivesse colocando Blanche contra a parede.
Com o decorrer das cenas, vemos os embates nada amigáveis entre os cunhados, é nesse embate que o livro se encaixa e se conta.
Assim que Blanche conta para Stella que elas perderam a casa, Stella sem entender e sem querer saber o motivo, conta para Stanley, que se revolta, pois o que é de sua mulher, também é seu, e ele, ao contrário de sua mulher, quer saber o que aconteceu, como que Blanche perdeu o que também era dele. Blanche, por outro lado, tenta de todas as formas se esquivar das perguntas que vai recebendo, o que faz com que, quem estiver lendo ou assistindo, começa a ficar com uma pulga atrás da orelha para descobrir o que ela tanto esconde.
Enquanto Stella, se soltou de sua vida boa, para viver com seu marido pobre, sua irmã Blanche, que nunca entendeu os motivos da irmã, se casa por aparência com um homem homossexual, que acaba se suicidando. Após o acontecido, é visto pelas atitudes de Blanche, que ela acaba enfrentando uma depressão, e vai enlouquecendo aos poucos durante o livro.
Após alguns segredos serem revelados, não vai demorar muito tempo para que o livro entregue um final bruto. Apesar de ser uma peça de teatro, onde a narrativa não tem descrição, fica bem sugestivos os acontecimentos para a interpretação, e talvez, o acontecimento ali beirando ao final do livro, faça com que, um leitor de hoje em dia, que não esteja famigerado com a obra, saia por aí, criticando.
Um bonde chamado desejo é peça teatral rica, e que mostra muito de sua época e talvez que ainda possa ser muito real para os dias de hoje. Leia com mente aberta, pesquise um pouco sobre a obra, e sobre seu escritor.
Tennessee Williams, sempre escrevia peças reais, aquele tipo de conto, que você talvez, possa vivenciar em algum canto de sua rua. Não procure aqui, o politicamente correto, procure pessoas reais, que não são perfeitas, que estão sujeitas a vários erros (até mesmo de crimes!), e que não são nem um pouco heróicas.
Assista o filme, leia o livro, se algum dia tiver a oportunidade, assista a alguma adaptação da peça, debata sobre. É uma história rica, simples, mas que tem muita coisa para entregar mesmo que tenha sido escrita a mais de dez décadas.
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Clau Melo 11/01/2024

Peça teatral
Literatura americana, 1949/1958. Peça teatral.

Escrita em 1949, A morte de um caixeiro-viajante subverte a clássica história da queda trágica do herói para contar a história de Willy Loman, um vendedor de sessenta e poucos anos que vê sua vida familiar e profissional sucumbir à revelia de sua ilusão de grandeza. Willy crê representar o típico herói do sonho americano, por mais que o relativo fracasso de sua vida deponha em contrário.

A ambígua relação de dependência com o filho Biff, no qual projeta o sucesso que ele próprio gostaria de ter alcançado, é o principal conflito da trama. Em sua estreia em 1949, a peça teve 742 apresentações e garantiu a Miller um Pulitzer e um Tony, entre outras premiações.

Também assisti a adaptação de 1951, com Frederic March. Ótima!

Desafio Hard 10 - Batatas Literárias 2024: que ganhou o prêmio Pulitzer.
Desafio Skoob 2024 - novembro: peça teatral.
LC Falando de Clássicos - Outubro/2023
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mateusin18 16/11/2022

o fracasso pessoal moldando uma família
Cara, que livro bom!
o livro não tem nenhum acontecimento grandioso, e foca mais em diálogos entre a família, e seu fracasso, e como a cegueira egocêntrica de um destrói os sonhos de todos. SENSACIONAL DE BOM.
não vamos entra muito quanto ao autor né, abafa um pouco.
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dmassler 12/09/2022


pra falar a verdade, A morte do caixeiro viajante é
uma peça, então esse "livro" é basicamente uma trilha teatral.
Mas não deixa de ser bem maneiro.

É basicamente uma crítica cáustica bem ácida
do "sonho americano de sucesso através do
empreendorismo.
Eu imagino que como peça ela deva ter sido até bem engraçada, pq eu achei o livro muito fluido, como quem lê uma crônica.
Bem zica ok, recomendado!

o Willy é um vendedor de sessenta e poucos
anos que vê sua vida familiar e profissional
sucumbir à sua ilusão de grandeza. Willy
acredita representar o típico herói do sonho
americano, por mais que o relativo fracasso
de sua vida deponha em contrário
COMPLETO. É real massa
2ª crítica top
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Anderson 09/01/2022

A ilusão do esforço
Uma obra que retrata de maneira translúcida a ilusão do sucesso. Muitas vezes somos levados a crer que o esforço individual e o trabalho duro são os únicos elementos necessários ao sucesso profissional/financeiro. A verdade é que para a maioria dos trabalhadores isso é apenas um prêmio de loteria em que se aposta a vida toda sem ganhá-lo. A ilusão da riqueza é a cenoura do capitalismo na frente de seus cavalos de corrida.
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Jean 03/01/2017

“ O teatro está escuro e silencioso. Como que escoando-se a própria atmosfera, ouve-se a melodia duma flauta- é uma ária delicada que fala das ervas, das árvores, do horizonte. O pano sobe. ”

Morte dum caixeiro Viajante (título em português de Portugal) é uma peça de teatro escrita por Arthur Miller. Conta a história da família Loman, onde Willy Loman é o patriarca que sustenta a casa sendo um caixeiro viajante.

Linda Loman é a esposa de época, está sempre ao lado do marido e cuidando da casa e dos filhos, mas ultimamente anda preocupada, pois o marido está passando por momentos difíceis e está reagindo de uma forma suicida.

Os filhos do casal são Biff (o mais velho) e Happy (o mais novo), Biff descobriu algo sobre seu pai e o relacionamento dos dois ficou muito abalado durante anos.

Durante a peça, Willy muitas vezes se vê arrependido por não ter seguido para o Alasca junto com seu irmão Ben.

“Quando um homem sabe o que quer só tem um caminho a seguir – atirar-se para a frente. ”

Esse foi o primeiro livro em formato de peça que li.

A descrição de cena é ótima, muitas vezes você se sente dentro de um teatro assistindo à peça.

O livro possui uma forma de flashback bem interessante, onde Willy não sai de cena e fica preso em seus devaneios.

O drama do livro é bem legal, mesmo que se passe após a Grande Depressão de 29, muitas famílias hoje em dia ainda vivem com casos relacionados a traição, pouco mercado para emprego, depressão e suicídio.

Consegui analisar a obra com uma visão mais mercadológica, onde pude apontar alguns motivos de Willy ter uma queda em suas vendas.

O cenário era de crise, mas se ele disse que tinha vários amigos, então por que ele não vendia como antigamente?

A resposta é que os clientes fidelizados dele ou morreram ou se aposentaram deixando os filhos continuarem os negócios, e ele não se preocupou em ir atrás de um mercado que aos poucos foi surgindo, resumidamente, ele vendia bem e se acomodou, logo, quando o mercado mudou ele sentiu uma necessidade de ir atrás de novos clientes, mas já era tarde demais. O comodismo é um dos piores pecados que um empreendedor pode praticar.

“O mundo é como as ostras. Para apanhar as pérolas é preciso mergulhar! “

A obra é bem reflexiva, fazendo com que possamos pensar mais nossas atitudes e como eles repercutirão no futuro.

Espero que tenham gostado da resenha, curtam, comentem e compartilhem, assim o blog cresce e acaba nos dando um gás para que possamos escrever mais ainda para vocês.

Obrigado😉

site: https://leiturasdebrain.wordpress.com/2016/11/10/resenha-morte-dum-caixeiro-viajante-autor-arthur-miller/
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Lucas 04/06/2014

Quase todas as críticas e resenhas limitam-se a reconhecer a aguçada sensibilidade da peça com relação aos temas sociais tão caros à vida política e econômica dos EUA. Prefiro observar o lirismo dos personagens, que têm seus idealismos trucidados pela realidade. O fato mais importante para compreendermos a família Loman é o de que já não bate sol na casa; desde que grandes prédios ergueram-se à sua volta, o lar foi tomado por sombras. O velho Wily Loman ainda tenta, por fim, deixar plantadas as sementes de uma nova vida - mas sabemos que o gesto será inútil. Biff ansia pelo vento, pelas pradarias, pelo sol e pelo suor de uma liberdade que não cabe no pátio de casa, nem nos escritórios daqueles prédios de rapina. É outro desejo que fatalmente irá definhar, lenta e melancolicamente, for falta de sol e de espaço. A vida é, de fato, esse caldo de ressentimentos e de frustrações, interrompidas de vez em quando por alegrias - geralmente enganosas. Ao final, a morte liberta, se não a si próprio, ao menos aos que restam vivos - "estamos livres... livres", são as palavras finais.
Aline 11/12/2017minha estante
Tb achei um livro lirico....emocionante.




L F Menezes 09/04/2013

Um teatro único sobre um tema universal
Já no começo do livro conseguimos ver o cansaço do personagem. Um cansaço diferente mas que não é estranho. O cansaço de um homem que não conseguiu realizar seus sonhos.
Arthur Miller escreve um dos teatros mais importantes do mundo, falando sobre temas que rematem a todos: o individualismo imposto no capitalismo, a rapidez com que as pessoas se esquecem das outras, frustrações por causa dos sonhos não realizados, traição e outros tantos; ou seja, o tema é a sociedade americana.
Mas não é só o tema que vive o teatro. "A morte do caixeiro viajante" enche os olhos também por dois aspectos: a linguagem, que Miller consegue usar com maestria, parecendo que os personagens são reais; e os recursos "modernos" usados na peça, como flashbacks e efeitos sonoros, calculados milimetricamente.
Além disso, a ideia que mais marca é a "você só tem aquilo que consegue vender", uma filosofia expressa no capitalismo, que transforma as pessoas em míseros vendedores e compradores (somos todos caixeiros viajantes nesse universo onde o que vale é o dinheiro). Uma das cenas que mais exprime isso é quando o personagem principal pensa em se matar para deixar o seguro de vida de vinte mil dólares para sua família.
É um teatro para se ver e refletir, com certeza. Defende muito o lado esquerdista, mas não deixa de ser essencial para todos os gostos. Aliás, se não fosse tão bom, como um teatro que fala do esquecimento com o decorrer do tempo, vive até hoje no hall da fama dos teatros mundiais?
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