Madame Bovary

Madame Bovary Gustave Flaubert




Resenhas - Madame Bovary


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Felipe Ribeiro ð 27/03/2022

M. Bovary divide opiniões.
Não pela narrativa, mas pela personagem. Creio que a grande jogada do Flaubert foi apresentar uma personagem, que por uns pode ser vista como uma mulher à frente de seu tempo, e por outros uma mulher inconsequente e muito imatura. Sem entrar em zona de spoilers, no final das contas, sua atitude foi crucial a todo desenrolar da narrativa, e às consequências devastadoras, ainda mais!
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Antony.Trindade 27/03/2022

Emma, carpe diem
Sem dúvidas, um dos melhores já lidos!
Um livro onde o autor teve que parar no tribunal para defender a sua obra, se ainda hoje uma personagem como a Emma causa ?polêmicas? em meio à hipocrisia da sociedade moralista, imagina naquela época?
Emma era uma mulher que queria se sentir viva, ela esperava uma vida como a que lia nos romances, cheias de acontecimentos emocionantes.
Para alguns ela é uma vítima, para outros ela é julgada promíscua.
Sou homem, e sei que muitas mulheres ainda nos dias de hoje estão fadadas a viver um casamento monótono em nome da moral.
Um livro que abre debates para muitas discussões de ideias, não só na questão do gênero mas sobre a vida em si, sobre escolhas principalmente?
Pena ler um livro desse e não ter ninguém para um papo literário?
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Monteiro 23/03/2022

Muitas expectativas...
Assumo que coloquei expectativas de que iria me apaixonar pela história e pela personagem ao ponto de se tornar um dos meus livros favoritos, mas não foi o caso. O enredo em si, é interessante, bem escrito, mas o meu problema maior foi com a protagonista.
Pensei que iria amar a Emma, que iria defende-la com unhas e dentes, mas acabei me frustrando tanto com as atitudes dela que comecei a torcer contra. Apesar disso, gostei do livro.
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daniellyvasconi 19/03/2022

livro essencial para qualquer mulher
Muitos me recomendaram esse livro, por várias vezes, eu não me senti ligada aquelas linhas, distantes, séculos distantes, parecia outra época outro tempo, não tendo muito que ser visto hoje.
Pois as primeiras linhas da linda e sonhadora menina internada em uma colégio de freiras, com livros e livros de romance não me pareceu muito a ver comigo, e com as mulheres do meu tempo. Ai vejo ela , angustiada por ser amada, fantasiando amores onde não existem, tendo uma vida comum, e sonhando com uma Paris de luxos, festas, grandes vestidos, etc. Se deixando levar pelas lábias de um homem que desde o início não a prometera nada, além de noites ao luar, nada de concreto, mesmo assim sua concretude a sufocava, o ócio da vida conjugal a mantava por dentro, a falta de proposito de visão de um futuro melhor, abandonada pelo amante, com ódio do casamento infeliz, péssima mãe , nunca a quis , ela não era mais uma forma de preencher uma grande lacuna em sua vida miserável. Se apaiona por um moço , universitário, Leon que a leva a beira da loucura, se endivida , se endivida , assina notas promissões, podemos dizer que equivale aos nosso cartões de créditio, para manter uma vida refinada que não ha pertence, que nunca foi possível , isso tudo para mostrar a uma sociedade decadente , como a nossa, que era singular , especial, eis que temos o sonhos não realizados, os amores não vividos, os desejos suprimidos, por momentâneas orgias , em orgias perpetuas que nunca são suficientes para acalmar os nervos, que não passam de desculpas para o tédio de uma visão sem significação, a que ninguém gostaria de ter .
Melhor livro este ano.
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Paulo 18/03/2022

Ilusões a pó
Ainda estou impactado com este livro. Não sentia tanto prazer e deslumbramento desde a leitura de Dom Quixote, o melhor que já li. Carpeaux disse que Madame Bovary é a “maravilha do mundo” entre todos os romances. Ele tem razão.
A história é muito simples. Charles Bovary, médico e viúvo, casa-se com Emma, filha de um fazendeiro. Ao longo da história, o jovem casal mora em duas pequenas cidades fictícias do interior da França. Emma logo se desilude com a vida real de casada, pois esperava viver de acordo com as aventuras e ilusões românticas descritas nos livros que lera. Por outro lado, Charles, conformado e resignado com sua situação pequeno-burguesa, tem devoção incondicional à sua mulher. Eles têm uma filha, Bertha. Emma é uma mulher infiel que se relaciona sucessivamente com dois amantes: Rodolphe, um cafajeste galanteador rural, e Léon, um jovem romântico, escrevente e estudante de Direito. Emma possui compulsão por compras e se endivida com um comerciante-agiota até o ponto de levar a residência do casal à penhora, sem que Charles soubesse de nada. Desesperada e incapaz de saldar a dívida, ela se suicida ingerindo arsênico, deixando a família na mais completa ruína. Charles, no final, descobre os adultérios de Emma, ao encontrar as cartas que ela trocava com seus amantes. Desgostoso, falece sem deixar bens. Bertha passa a morar com a avó, que morre no mesmo ano. Uma tia se encarrega de cuidar dela, mas, por ser pobre, envia a criança para trabalhar em uma fábrica de fios de algodão.
A leitura desse breve resumo pode levar à sensação de banalidade e repetição do tema tratado no livro. Afinal, seria apenas mais uma história de adultério feminino na longa tradição literária que aborda o mesmo assunto, desde o “rapto consentido” de Helena de Tróia, aos “olhos de cigana oblíqua e dissimulada” de Capitu.
Mas Flaubert constrói algo maior, como um carpinteiro da realidade francesa. Não se trata de mais uma história de adultério, mas sim do descompasso entre as expectativas ilusórias e a realidade crua (“a grama do vizinho é sempre mais verde”) retratada na conduta de Emma, em contraste com a absoluta acomodação de Charles com sua condição medíocre. Há um realismo acachapante construído em frases curtas e estilo preciso. Absolutamente tudo tem seu lugar na obra-prima de Flaubert: a descrição das cenas, os diálogos, a construção da personagens, a extensão dos capítulos e a divisão da obra em três partes. Nada é supérfluo ou cansativo, mas harmonioso e coerente.
Emma é uma personagem multifacetada que vive em constante tensão entre sua vida real – tediosa, medíocre, interiorana, pacata, banal e modesta – e os delírios e sonhos extraídos da literatura de livros românticos e revistas parisienses que devorava, os quais lhe indicavam um caminho de luxúria, luxo, aventura, adrenalina e amores. Foi, em curtos espaços de tempo, filha obediente, esposa virtuosa, frequentadora da Igreja, amiga e inimiga de sua sogra, adúltera incorrigível, pródiga e perdulária, mentirosa contumaz, cruel e doce, depressiva e eufórica. Madame Bovary teve um marido fiel, dois amantes, uma filha, mas não amou ninguém. Ela possuía uma grande ambição, mas não tinha os meios necessários para satisfazê-la, “como se a plenitude da alma não transbordasse, às vezes, pelas metáforas mais vazias, já que ninguém, jamais, pode fornecer a exata medida de suas necessidades, nem de suas concepções, nem de suas dores, e que a palavra humana é como um caldeirão rachado no qual batemos melodias para fazer os ursos dançarem, quando, na realidade, gostaríamos de enternecer as estrelas”.
Assim, havia uma disparidade enorme de expectativas de realização pessoal entre Madame Bovary e Charles. O médico levava uma vida pacata, ciente de sua condição tacanha de médico, de suas limitações e do meio em que estava inserido. Sua devoção por Emma, a qual amava incondicionalmente, talvez justificasse sua “cegueira deliberada” em não perceber o que de fato ocorria com a mulher que dormia a seu lado. Ao contrário de sua mulher, Charles não possuía qualquer ambição, era limitado intelectual, financeira e sexualmente.
O completo desajuste entre a realidade e a mente romântica de Emma levou-a à ruína total. Ela nunca se satisfazia, caindo no tédio e enfado. Os versos de Cartola, em um “O mundo é um moinho”, traduzem com perfeição o destino da Madame Bovary:
“Ouça-me bem, amor
Preste atenção, o mundo é um moinho
Vai triturar teus sonhos, tão mesquinhos
Vai reduzir as ilusões a pó
Preste atenção, querida
De cada amor, tu herdarás só o cinismo
Quando notares, estás a beira do abismo
Abismo que cavaste com teus pés”
A inspiração de Cervantes, autor declaradamente lido por Flaubert quando escrevia o romance, se faz notar explicitamente no fato de Emma Bovary portar-se sob a influência direta dos livros românticos que lia. Dom Quixote correu o mundo em busca de aventuras imaginárias, enfeitiçado pelas histórias dos livros de cavalaria. Emma teve dois amantes e destruiu completamente sua família. Se o cavaleiro da triste figura, ao menos, teve seus momentos de felicidade e glória, Madame Bovary, por outro lado, teve um final digno das grandes tragédias gregas.
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Yali 17/03/2022

Porque um clássico se torna um clássico?
Com certeza o grande chamariz desse livro é o fato de autor e editor terem sido processados na época. Foram absolvidos e o fato de o livro ter sido um escândalo (apesar de não ter uma única descrição sexual), foi também o grande marketing do livro.
O que escandalizou a sociedade da época foi o fato de que quem traía era uma mulher e não um homem. Evoluímos muito, mas ainda tem gente que se choca com a liberdade e o desejo sexual das mulheres.
O que fez desse livro um clássico foi justamente esse posicionamento da personagem principal de perceber que seu casamento não a satisfazia e foi caçar na rua ?aventuras" para suprir suas necessidades sexuais e sentimentais. E o que torna esse livro incrível é o final absolutamente inesperado e surpreendente.
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Edmar.Candeia 16/03/2022

Sem sal
A leitura não foi fácil, talvez pela edição que li, algumas vezes apareciam termos desconhecidos por mim e cujos significados nos dicionários não batiam com o contexto. A história começou fluída, mas me parece que se perde um pouco no meio, parece que o autor quis ser realista no final.
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Jessyca68 15/03/2022

Um clássico?
Conta a história de Emma Bovary, uma jovem criada no campo e educada em um convento. Leitora ávida e com grandes sonhos burgueses, Emma vive a imaginar uma vida mais apaixonada e agitada que a sua. Para sair do campo, casa-se com um médico interiorano sem ambições.
Foi um dos livros que marcou bastante minha adolescência.
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Cami 15/03/2022

Madame Bovary é o tipo de romance que permanece com a gente após a leitura. Ainda estou impactada com a história, com muita dó de certos personagens e chocada com o rumo que as coisas tomam no decorrer da leitura.
Flaubert soube bem pintar as futilidades e hipocrisias de sua época. Os personagens, em especial os principais, têm profundidade e múltiplas facetas. Em momentos os amamos, em outros os odiamos por serem tão... humanos. As temáticas são universais, embora algumas coisas já estejam distantes da realidade contemporânea.
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Dri 11/03/2022

Minha querida Emma ?
Li esse livro na escola durante o ensino médio, como leitura obrigatória para fazer a prova, lembro bem que a professora falava que era um clássico francês que quase não foi publicado por ser polêmico inclusive escritor foi julgado por ser um livro imoral mas foi absolvido, diferente dos outros alunos eu gostei, como era nova algumas situações e comportamentos eu não entendia e por isso julguei Emma, a professora na época até sugeriu que eu retornasse a ler o livro depois de alguns anos, e foi o que eu fiz.

Hoje, eu entendo Emma em alguns momentos, como mulher apaixonada, como leitora romantista fascinada por um amor igual aos livros (é o que acontece quando a gente ler muito romance pequeno gafanhoto), como uma mulher frustrada por idealizar uma imagem de um casamento com uma vida esplêndida, cheia de aventuras e desejo. Eu julguei ferozmente Emma pela forma que tu tratava sua filha com desdém, pelas traições e por afundar seu marido em dívidas e mais dívidas, eu não conseguia entender esses comportamentos de Emma na época que eu li pela primeira vez no ensino médio. Minha relação com Emma é de amor e tristeza por conta desses comportamentos, ela foi meio sacana, tanto com a filha quanto com o marido.
Digo meio sacana porque por outro lado, Charles errou, e muitooo, ele era pacato, um homem sem graça, sem sal, e não fez absolutamente nada para apimentar a relação, com a cabeça cheia de fantasias era óbvio que Emma iria procurar satisfazer seus desejos fora de casa, o desdém que ela demonstrava com a filha eu só comecei a entender um pouco depois da quarta leitura ( SIM, eu já li esse livro quatro vezes, e a cada leitura percebo algum diferente), ela não queria aquela criança, ela queria desejo de amor, felicidade, liberdade, atração para que pudesse sanar a angústia e a depressão que estava sentindo naquele casamento infeliz, onde vivia cansada do marido, porque Charles nunca conseguirá satisfazer os seus desejos de amor.
Mas os amores de Emma fora do casamento, os sacanas conhecidos como Rodolphe e o Léon, afunda ela ainda mais em um sofrimento angustiantes e deprimente, ao ponto que quando junta as dívidas, a angústia de não ter mais os seus amantes e ser rejeitada por eles, a infelicidade do seu casamento, tudo isso acaba acarretando na sua morte, fazendo com que em um ato de desespero tire sua própria vida tomando arsênico achando que tudo irá acabar depois que morrer, de fato acaba, exclusivamente pra ela, mais a dor que ela deixa ao se suicidar e dívidas afeta Charles e Berthe diretamente, Charles porque fica desolado quando descobre as traições, nossa é doloroso demais ver que a pequena Berthe encontrou Charles morto, me pergunto como foi a vida dessa criança, rejeitada pela mãe e agora órfã.

Hoje eu tenho uma clareza porque o livro causou tanta polêmica, na época em que a mulher era um instrumento de troca entre famílias, com casamentos arranjados e dotes, e Emma, tadinha, imaginava ter o amor verdadeiro dos livros que leu enquanto estava no convento. E na época tal coisa, tal cogitação de que a "mulher do lar" poderia ter os mesmos comportamentos que alguns maridos tinham como o adultério, era repugnante e uma ofensa a sociedade, os direitos das mulheres era inexistente, igualdade ? onde já se viu KKK (contém ironia), isso não era nem cogitado. Enfim, foi um livro que me tirou alguns sorrisos e euforia com a adrenalina de Emma ser pega em flagrante KKK (MDS, meu coração quase saia pela boca as vezes), mas me tirou mais tristeza e lágrimas porque conseguir sentir um pouco da dor dela.

A escrita de Gustave Flaubert é minuciosa e bem detalhista, descrevendo tudo e todos, não era uma coisa maçante porque com os detalhes eu conseguiu ter uma imagem perfeita na minha cabeça como era cada pessoa, cada casa, cada rua, e isso me fez sentir como se eu estivesse lá vendo tudo que tava acontecendo.

Quando se fala de Emma eu me empolgo, enfim, te entendo Emma e descanse em paz ?
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Flora.Dantas 02/03/2022

Leitura fascinante. Te prende do início ao fim!
Sabe aquele livro que você compra, mas deixa engavetado e só depois de um tempo você resolver ler? E quando finaliza a leitura se questiona: por que eu não o li antes? Pois é, foi o que aconteceu com essa preciosidade aqui.

Madame Bovary é simplesmente uma leitura fascinante, uma obra precursora do realismo, na qual critica a idealização do amor trazendo temas polêmicos como adultério e suicídio. Flaubert, relata a rejeição aos burgueses materialistas de sua época, retratados através da sua personagem principal: Emma Bovary, vítima do seu desenfreado consumismo. Mesmo escrevendo esse livro em 1857, ele propõe um mergulho fascinante no universo feminino. Antes de Emma ser a traidora, ela é a traída, pois apesar de Charles ser um marido fiel e bonzinho, digamos assim, não se esforça para identificar os anseios da sua esposa, seus desejos, suas fantasias, seus sonhos? deixando-a na solidão, levando-a a buscar, consequentemente, esse vazio através das suas aventuras extraconjugais.
Uma obra que vale muito a pena ser lida, que tem a capacidade de ressignificar, nos dias atuais, a vida de um casal que passa por turbulências em seu relacionamento, por falta de diálogo, falta de compreensão e insensibilidade.
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