Layn 04/06/2012Horror em AmityvilleO livro é pequeno, com aproximadamente 200 páginas e a história flui sem maiores problemas durante todo o tempo de leitura. A narrativa prende o leitor tanto pelas cenas de tensão quanto pelo dia a dia da família. A escrita não tem a linguagem complexa de por exemplo, um livro do Stephen King, e sim traz algo mais simples e com "cara" de relato.
Outro ponto que chama a atenção logo no começo é que o autor descreve o livro como sendo apenas uma junção de vários relatos verídicos sobre a casa 112. Porém, apesar do massacre ter realmente ocorrido e de haver uma "família Lutz" que comprou a casa e mais tarde a abandonou (por ter se afundado em dívidas, não por eventos paranormais), o próprio autor declara que foi apenas um grande golpe de marketing e nada descrito sobre o dia a dia da família realmente aconteceu. Portanto nada de surpreendente ou medonho por aqui.
Alguns momentos da narrativa se tornam um pouco cansativos para o leitor, principalmente os que contam sobre o dia a dia dos Lutz. Tarefas domésticas, impressões de uma mãe sobre seus filhos cada vez mais rebeldes, pensamentos e diálogos extensos sobre a rotina de uma família tornam alguns trechos meio chatinhos de ler mas³ isso serve para equilibrar o livro entre os momentos de tensão.
A mudança no clima do livro ocorre gradualmente, começando com pequenas alterações de comportamento por parte da família (ainda feliz arrumando a casa nova) e passando por manifestações mais exageradas como portas batendo e fechaduras arrancadas, nuvens de insetos em determinados cômodos da casa, líquido preto manchando as louças dos banheiros, objetos que foram jogados fora retornando à casa e mais tarde levitações, frio intenso, visões e finalmente a fuga.
Claro que existem muitos clichês no texto. Absolutamente todas as obras, literárias ou não, apresentam o começo das manifestações paranormais com pequenas coisas como portas batendo, janelas abrindo e vento frio circulando em cômodos aparentemente fechados. E a levitação que já vimos em milhões de filmes? O fato é que muito raramente um autor consegue fugir desses lugares comuns quando escreve um livro de terror onde o foco não são pessoas vivas e sim aparições, e então o principal objetivo passa a ser descrever esses "clichês" de forma inteligente e que pareça real. E sim, Jay Anson consegue fazer isso muito bem.
Os Lutz acabam sendo apresentados como uma família genérica, sem muitas particularidades (ao contrário dos Torrance em O Iluminado, por exemplo), e de certo modo isso contribui pra que o leitor se sinta mais próximo da história. É como se acontecesse com a família de um vizinho, com um primo, com um amigo.
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