Histórias de cronópios e de famas

Histórias de cronópios e de famas Julio Cortázar




Resenhas - Histórias de cronópios e de famas


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Camila 10/01/2014

gargalhadas e pausas. gosto de quem me faz pensar sorrindo, e o Julio Cortázar fez isso.
sinto-me culpada por algumas vezes ter pensado que as histórias não tinham pé ou cabeça. espero que numa releitura eu consiga mergulhar de fato nas histórias - como até consegui um pouco agora no final.

fiquei imaginando os rostinhos e cores dos cronópios, famas e esperanças. associei um pouco com a animações que já vi, como Horton e o mundo dos Quem. seja pelos traços, seja pelas questões abordadas com a delicadeza/ingenuidade que às vezes só uma criança consegue rir e entender de fato.

confesso que me identifiquei e me apaixonei com/pelos Cronópios. queria abraçá-los.
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Peterson Boll 09/11/2013

Lembrando muitas vezes o estilo de seu conterrâneo Borges, Cortazar imiscui-se pelo realismo fantástico e pelo metafísico, sem cair no lugar comum e no dramático. O capítulo "Instruções para..." e o "Geografia para formigas" são espetaculares.
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alineaimee 31/07/2013

O livro, que eleva os recursos de Bestiário à enésima potência, abandona o mistério para adentrar o nonsense. Dividido em quatro partes – “Manual de instrucciones”, “Ocupaciones raras”, “Material plástico” e “Historia de cronopios e de famas” é um convite à renovação do olhar sobre as coisas cotidianas. O “Manual de instruções” quer na verdade que desaprendamos a ver de forma viciada e alheia, instando-nos a nos ater cuidadosamente sobre as pequenezas do mundo, como se o olhar detido e muito aproximado destituísse os objetos e fatos de sua familiaridade, assumindo um caráter novo e, por vezes, bizarro.

O exercício criativo é novamente posto em evidência através da narrativa lúdica, claro exercício de criatividade. Aqui, a referencialidade é posta em xeque, sob nova perspectiva, como os hábitos inusitados e esdrúxulos das famílias e personagens de “Ocupaciones raras”. A descrição das personagens insere-se, por vezes, na tradição do realismo maravilhoso, que se utiliza de alegorias para fazer menção ao real. É o caso das criaturas imaginárias da última divisão: os cronópios, as famas e as esperanças têm seus correspondentes no mundo real, servindo como divertidas caricaturas dos tipos humanos, como metáforas lúdicas. Buenos Aires e seus moradores aparecem nesse livro, e um pouco nos outros dois, sob uma abordagem estetizada que se apropria das diferentes peculiaridades no que elas têm de mais original. Cortázar busca manejá-lo de modo a elevar o particular da realidade urbana portenha a um caráter mais universal. E o faz com humor.

É sintomático que seja este o livro que antecede o celebrado O jogo da amarelinha, romance cujos capítulos podem ser lidos em diferentes ordens. Há quem questione a qualidade das obras do escritor, considerando-as leituras adolescentes. Esse tipo de julgamento é comum com autores cujos textos conseguem promover uma identificação mais imediata pelo leitor (Salinger?). E é claramente o caso História de cronópios de famas, que é a um tempo tesouro e brincadeira. Uma homenagem, uma louvação à literatura e à imaginação e um convite ao rechaço da vida como alienação e rotina embotada. Um refresh do olhar que permite que reavaliemos também a nós mesmos.

É desses livros que se ama ou odeia, que se adota para a vida ou se abandona antes do fim por excesso de presepada.

site: http://www.little-doll-house.com/2013/06/encontros-e-desencontros-com-cortazar.html
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Dose Literária 20/02/2013

Apaixonante livro.
Lançado em 1962, o livrinho de pouco mais de cem páginas reúne pequenos contos cuja veia poética, acentuadíssima, conduz o leitor a um mundo de comoventes absurdos surrealistas. Não é, apesar disso, um livro “triste”: bem me lembro de que li diversos contos com um sorriso no rosto, como por exemplo "Correios e telecomunicações” ou em histórias com singulares títulos como “Pequena história que tende a ilustrar o precário da estabilidade dentro da qual cremos existir, ou seja que as leis poderiam dar terreno às exceções, azares ou impossibilidades, e aí é que quero te ver”, para dar ao leitor a exata dimensão dos absurdos que preenchem esse livro saborosíssimo, que li esperando que não terminasse nunca.

O sabor que emana dos escritos cortazarianos tem momentos de uma ternura dolorida, como ao descrever as desventuras da tia da família que mora na rua Humboldt, que tinha um medo singular: de escorregar e cair de costas no chão, pois tinha a certeza de que nunca conseguiria levantar e morreria ali, sem socorro de nenhuma pessoa da casa. Seus jovens sobrinhos, com aquele típico desdém que os jovens nutrem pelas velhas caprichosas, viam no medo da tia apenas o absurdo.
Continue lendo... http://www.doseliteraria.com.br/2012/06/historias-de-cronopios-e-famas-por.html#more
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Marcos Faria 03/09/2012

O que há de melhor em “Histórias de cronópios e de famas” (Civilização Brasileira, 1998) é a capacidade de Julio Cortázar de não apenas desnaturalizar o cotidiano (como fazem questão de ressaltar quase todos os críticos), mas também de, ao forçar a repensar a realidade, perceber que ela é múltipla. Assim, as partes aparentemente desconexas do livro se completam: se é preciso pensar sobre a técnica de subir uma escada, então também é possível esbarrar em famas, cronópios e esperanças por aí, dançando trégua e catala.

Publicado também no Almanaque: http://almanaque.wordpress.com/2012/09/02/meninos-eu-li-26/
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Air 05/08/2012

É incrível como Cortázar dá significado e uma atenção poética às coisas mais simples da vida que geralmente passam desapercebidas. De pequenas formigas a instruções de como subir escadas e dar corda em relógios. Histórias fantásticas sobre fios de cabelo caindo em ralos, um jornais abandonados e gotas d'água. E sua capacidade de abstração é sem igual. Primeiro Cortázar que leio, de muitos que virão, e já conquistou minha admiração.
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Serena 07/01/2011

"Um cronópio pequenininho procurava a chave da porta da rua na mesa de cabeceira, a mesa de cabeceira no quarto de dormir, o quarto de dormir na rua. Por aqui parava o cronópio, pois para sair à rua precisava da chave da porta."


Cortázar é incrivel, mesmo quando me perco na subjetividade dele!
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cason 01/01/2011

Livro para se ler e reler
Acredito que este seja o livro que mais frequentemente releio.

É um livro de várias partes, vários textos de formato indefinível e inúmeras provocações à atitudes e avaliações das nossas ações, das partes que compõem o quotidiano.

É um livro à parte na bibliografia de Cortázar e é um livro à parte na literatura.
Algo para se ter na mesa de cabeceira e se consultar sempre.
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ElKaiser 07/03/2010

Cronópio Cronópio Cronópio

O humor do Cortázar é bom demais
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Gabriela Amorim 04/02/2010

O mundo mágico de Cortázar
Ler as incríveis histórias dos cronópios e famas do Cortázar é uma boa maneira de entrar no mundo mágico desse autor. Vagarosamente se vai conhecendo a beleza da poesia mirabolante e simples de Cortázar. Não nos assustamos com as histórias mais assustadoras, não é possível abandonar a leitura antes que ela termine, porque, obviamente, queremos saber o que acontece aos úmidos e verdes cronópios, às sedentárias esperanças e todos os outros maravilhosos personagens.

Me encanta principalmente o Manual de Instruções que ensina a chorar, sentir medo, entender um quadro de Ticiano ou mesmo matar formigas em Roma. Nunca ninguém me havia ensinado tais coisas que são o cotidiano! Ler as Histórias de Cronópios e de Famas é se assustar das coisas cotidianas.

Esse com certeza não é um dos mais importantes livros do escritor argentino. Mas quem se importa? É um livro lindíssimo e ótimo para um primeiro contato!
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Pris 22/06/2009

"Um cronópio encontra uma flor solitária no meio dos campos. Primeiro pensa em arrancá-la, mas percebe que é uma crueldade inútil, e se coloca de joelhos junto dela e brinca alegremente com a flor, isto é: acaricia-lhe as pétalas, sopra para que ela dance, zumbe feito uma abelha, cheira seu perfume, e deita finalmente debaixo da flor envolvido em uma enorme paz.
A flor pensa: 'É como uma flor.'"

Cortázar é ótimo. Sem explicação.
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Sudan 10/05/2009

Histórias de Cronópios e de Famas
Do escritor argentino Júlio Cortázar, este é um livro de contos de realismo fantástico com histórias que instigam e desconcertam qualquer um que esteja acomodado por terrenos imediatistas do olhar e do pensamento.
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Élida Lima 13/04/2009

o melhor do realismo fantástico
LIVRO COMPLETO EM PDF --> http://www.scribd.com/doc/7087086/Julio-Cortazar-HistOrias-de-CronOpios-e-de-Famas

PREÂMBULO ÀS INSTRUÇÕES PARA DAR CORDA NO RELÓGIO

Pense nisto: quando dão a você de presente um relógio estão dando um pequeno inferno enfeitado, uma corrente de rosas, um calabouço de ar. Não dão somente o relógio, muitas felicidades e esperamos que dure porque é de boa marca, suíço com âncora de rubis; não dão de presente somente esse miúdo quebra pedras que você atará ao pulso e levará a passear. Dão a você – eles não sabem, o terrí vel é que eles não sabem – dão a você um novo pedaço frágil e precário de você mesmo, algo que lhe pertence mas não é seu corpo, que deve ser atado a seu corpo com sua correia como um bracinho desesperado pendurado a seu pulso. Dão a necessidade de dar corda todos os dias, a obrigação de dar-lhe corda para que continue sendo um relógio; dão a obsessão de olhar a hora certa nas vitrinas das joalherias, na notí cia do rádio, no serviço telefônico. Dão o medo de perde-lo, de que seja roubado, de que possa cair no chão e se quebrar. Dão sua marca e a certeza de que é uma marca melhor do que as outras, dão o costume de comparar seu relógio aos outros relógios. Não dão um relógio, o presente é você, é a você que oferecem para o aniversário do relógio.

Histórias de Cronópios e de Famas - Julio Cortázar
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INSTRUÇÕES PARA CHORAR

Deixando de lado os motivos, atenhamo-nos à maneira correta de chorar, entendendo por isto um choro que não penetre no escândalo, que não insulte o sorriso com sua semelhança desajeitada e paralela. O choro médio ou comum consiste numa contração geral do rosto e um som espasmódico acompanhado de lágrimas e muco, este no fim, pois o choro acaba no momento em que a gente se assoa energicamente.
Para chorar, dirija a imaginação a você mesmo, e se isto lhe for impossível por ter adquirido o hábito de acreditar no mundo exterior, pense num pato coberto de formigas e nesses golfos do estreito de Magalhães nos quais não entra ninguém, nunca.
Quando o choro chegar, você cobrirá o rosto com delicadeza, usando ambas as mãos com a palma para dentro. As crianças chorarão esfregando a manga do casaco na cara, e de preferência num canto do quarto. Duração média do choro, três minutos.

Histórias de Cronópios e de Famas - Julio Cortázar
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Alebarros 01/03/2009

Só alguém dotado de grande inteligência e capacidade de observação para conseguir perceber e contar de forma tão brilhante o inesperado, o engraçado e o patético que se escondem nas poeiras das banalidades cotidianas.
E como resistir à graça e não se reconhecer nos pequenos defeitos de criaturinhas tão encantadoras como os cronópios, esperanças e famas? Só lendo pra saber...
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