Os Trabalhadores do Mar

Os Trabalhadores do Mar Victor Hugo




Resenhas - Os Trabalhadores do Mar


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Alessandro460 20/04/2014

O homem versus Natureza na visão romântica de Victor Hugo
Menos conhecido que outros romances que integram uma trilogia temática sobre a fatalidade, constituída por Os Miseráveis e O Corcunda de Notre Dame, Os trabalhadores do mar,também atesta as qualidades da escrita de Hugo,um dos grandes romanticistas do século IXI e grande expoente do romantismo na França. Assim como as outras obras, Hugo por meio de uma escrita exuberante, cheia de metáforas investe na criação que um romance que, aparentemente, sob o formato de uma história de aventura marítima, traz interessantes reflexões sobre o conflito entre o homem e a Natureza. É em suas descrições de elementos da Natureza, que aparecem sempre como algo sublime, vivo e em movimento, às vezes, impossível de serem alcançados e, até mesmo difíceis de serem derrotados pelo homem, que se encontra um dos maiores atrativos dessa obra de Hugo. Além disso, o sentimento do protagonista, Gilliat, que também representa o homem Natureza, por sua amada, Dereuchétte, a personificação da mulher etérea e inacessível, bem ao gosto do românticos, remete ao amor cortês espiritual que tem suas origens na literatura medieval. Assim como em outras obras, o final é de uma ironia cortante, capaz de comover o leitor e reforça os elementos românticos de seu enredo. Além disso, em algumas passagens, o romance remete ao exílio do próprio Hugo, isolado pelo mar e seus segredos fascinantes e assustadores ao mesmo tempo, conforme atesta este clássico da literatura.
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Zana 11/03/2014

Não convence!
Em uma tradução talvez se perca, altere ou se modifique algo do original, devido à barreira da língua, sentido linguístico, ou mesmo quem sabe, devido ao próprio tradutor. Contudo, se assim for, as características e particularidades de Victor Hugo estão impecavelmente reconhecíveis em "Os Trabalhadores do Mar”, cuja tradução coube ao conhecido Machado de Assis.

Tomando como base “Os Miseráveis” (primeiro livro que li do autor sob a tradução de Martin Claret) em um comparativo, percebe-se que mesmo em menor intensidade, o apego de Hugo a minúcias, devaneios e apartes também está presente em "Os Trabalhadores do Mar", características que já reconheço como indubitáveis ao autor. Esses atributos não contribuem para uma leitura fluida, embora, essa morosidade termine por ser ofuscada pela admirável capacidade narrativa do autor. Apesar de "Os Trabalhadores do Mar” ser considerado por muitos críticos e leitores como a verdadeira obra-prima de Victor Hugo, a meu ver não chega aos pés de “Os Miseráveis”, nem de longe é tão intenso e marcante.

Como o título encerra, a história do livro envolve personagens e costumes do mar de uma pequena ilha chamada Guernesey, situada na Normandia, local utilizado por Hugo para viver seu auto imposto exílio. O livro conta a história de Gilliat, um jovem trabalhador repudiado pela comunidade em que vive, apaixonado por Déruchette, a linda sobrinha do armador Lethierry. Para viver esse amor impossível, Gilliat, enfrenta um duelo com a natureza para recuperar o motor do navio a vapor naufragado de Lethierry, um grande invento da época.

Os núcleos de personagens masculinos são destaque na trama, enquanto os femininos quase inexistem. Para esta leitora Victor Hugo é bom em qualquer circunstância, mas depois de rotular “Os Miseráveis” como um dos melhores livros já lido confesso que "Os Trabalhadores do Mar" não convenceu.
Luciana.Rabelo 26/09/2019minha estante
Para mim também Os miseráveis é a obra-prima de Vitor Hugo.




DIÓGENES ARAÚJO 01/10/2013

Genial
Impossível ler um livro de Victor Hugo e não se impressionar com a capacidade narrativa do autor. Sem dúvidas um dos melhores dele.
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Bells 17/08/2013

Obra Emocionante
Minha primeira experiencia com Victor Hugo, Sua escrita nos aproxima muito dele, como uma especie de intimidade amistosa; Um livro agitado, que não apenas conta a história de Gilliath, mas os pensamentos do autor em diversos assuntos. Um livro para emocionar no fim,uma linda história sobre a capacidade humana e seus limites.
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Dose Literária 28/07/2013

Mais um "cinematográfico" Victor Hugo
Victor Hugo continua bastante “cinematográfico” para mim. A própria escolha da “gente do mar” para contar suas histórias já dá mais profundidade à obra. As viagens ao mar permitiam literalmente ir além do horizonte, conhecendo o mundo, relativizando suas verdades culturais. Que caldo mais nobre para o fortalecimento da alma humana?
Seu desenrolar das histórias em diferentes núcleos de personagens que se cruzam (que comentem em resenhas anteriores), faz com que se crie uma espécie de cumplicidade com o leitor. Assim, ele pode num capítulo descrever um vulto, com uma determinada roupa, que desempenha determinadas atividades, sem nunca citar qual o personagem, mas com a certeza de que sabemos qual é , e de que continuamos no “fio” da história. O ambiente inteiro é descrito, sem que esta exposição seja enfadonha. Você conseguirá sentir a brisa, o cheiro de mar, a rispidez do solo, o ferimento numa pedra pontiaguda, a dificuldade de uma peripécia...

Continue lendo em...

site: http://www.doseliteraria.com.br/2013/05/mais-um-cinematografico-victor-hugo.html
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Fabio Michelete 22/05/2013

Mais um "cinematográfico" Victor Hugo
Os Trabalhadores do Mar – Victor Hugo

Ao começar a leitura do terceiro Victor Hugo de minha prateleira, logo de início já recebi um presente. A coleção da Abril Cultural – “Os imortais da Literatura Universal” inicia esta edição e Julho de 1971:

- Tradução de Machado de Assis
“O texto de “Os trabalhadores do mar” que aqui publicamos é o da segunda edição da tradução de Machado de Assis, feita em 3 volumes, pela Tipografia Perseverança, RJ, em 1866, e citada no “Dicionário Bibliográfico Brasileiro” de Augusto V. Alves Sacramento Blake (vol.IV, Pag 197, ed Imprensa Nacional, Rio, 1898). Atualizamos apenas a ortografia e permitimo-nos emendar alguns evidentes erros tipográficos. Conseguimos esse texto, hoje em dia bastante raro, do Dr Plínio Doyle, que mui gentilmente nos permitiu reproduzir, em xerox, um exemplar de 1866 de sua propriedade.”

Não tenho conhecimento técnico sobre tradução. Sou apenas um apaixonado por livros. Acho que a tradução é quase uma adoção – ou co-autoria. A obra do mestre Victor Hugo, traduzida por outro Mestre, só podia encantar! Eu me lembro de ter comentado em uma resenha recente, que estranhava a antiguidade da linguagem de uma tradução. Me questiono quando uma tradução deve ser atualizada – e agora mais especialmente – quando ela NÃO deve ser alterada.

Victor Hugo continua bastante “cinematográfico” para mim. A própria escolha da “gente do mar” para contar suas histórias já dá mais profundidade à obra. As viagens ao mar permitiam literalmente ir além do horizonte, conhecendo o mundo, relativizando suas verdades culturais. Que caldo mais nobre para o fortalecimento da alma humana?

Seu desenrolar das histórias em diferentes núcleos de personagens que se cruzam (que comentem em resenhas anteriores), faz com que se crie uma espécie de cumplicidade com o leitor. Assim, ele pode num capítulo descrever um vulto, com uma determinada roupa, que desempenha determinadas atividades, sem nunca citar qual o personagem, mas com a certeza de que sabemos qual é , e de que continuamos no “fio” da história. O ambiente inteiro é descrito, sem que esta exposição seja enfadonha. Você conseguirá sentir a brisa, o cheiro de mar, a rispidez do solo, o ferimento numa pedra pontiaguda, a dificuldade de uma peripécia.

Em alguns trechos, o emocional vai crescendo – e você intui o que vai acontecer. Ainda que previsível, uma alegria te invade quando suas expectativas se confirmam, qual uma criança que ganha o que tinha pedido. Te faz correr pelas páginas, perder um pouco do sono noturno, atrasar o próximo compromisso, protelar uma tarefa importante – continuar colado no livro.

Seu ritmo é ágil, e não há trechos áridos, como em “O corcunda..” ou “Os miseráveis..”. Nada é excessivo – tudo compõe os personagens e cenários. Agora com 3 livros dele no currículo, reconheço seus personagens masculinos como sobreviventes fortes, unidirecionais – ou muito bons, ou muito maus. Não mudam de ideia, mas se entregam ao amor romântico. Já os femininos são dominados pelas emoções. Passam por dificuldades, mas não renunciam a seus sentimentos e vontades – desapercebidas de seu poder.

Para quem quer conhecer o autor, fica a dica – mas eu iniciaria por “Os Miseráveis”.

Trechos selecionados:

“Havia nele a ligação do alucinado e do iluminado. A alucinação entra na cabeça de um campônio como Martin, do mesmo modo que na cabeça de um rei como Henrique IV. O Desconhecido faz surpresas ao espírito do Homem. (...) Resulta daí um mistoerioso estremecer de ideias: o doutor dilata-se até o vidente, o poeta até o profeta...”

“Em certos pontos, a certas horas, contemplar o mar é sorver um veneno. É o que acontece, às vezes, olhando para uma mulher.”

“Tem mistérios aquele canto; uma virgem é o invólucro de um anjo. Feita a mulher, desaparece o anjo; volta, porém, depois trazendo uma alma de criança à mãe. Esperando a vida, aquela que há de ser mãe algum dia, conserva-se muito tempo criança, a menina persiste na moça; é uma calhandra...”
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Inymie 21/05/2013

Entre o amor e o ódio
o amor em razão do galante enredo, e ódio em decorrência do prolixo texto

Aí quando o valente Gilliat escapou do Escolho, fui eu que mentalmente gritei: "Venci! passei por toda essa parte do escolho, como sou persistente!"

Mas sejamos justos: o texto pormenorizado, detalhista, algumas vezes prolixo, e outro tanto, arrastado, nos ajuda a absorver o romance do livro, a acreditarmos nele, compramos a ideia e nos apegamos a Gilliat - e daí vem todo o mérito do romance.

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Raquel Lima 01/03/2013

O que dizer desta leitura ?
Como sofri para terminar esta obra, mas antes das criticas dos protetores da obra, esclareço, que gostei imensamente.

Victor Hugo consegue de forma fantástica, registrar o momento que viveu; cria um sonho, faz viver rochas, montanhas, personagens, pássaros, mar, monstros marinhos, barcos, e por fim um amor. Faz vida, em um momento em que sua vida vivia uma suspensão, meio em um limbo, entre viver e deixar a vida passar. Acredito, que este deve ser o sentimento da prisão.

O início é encantandor, " entrar" nesta ilha em que preconceitos, supertições, mar e terra são vivos, protagonistas do enredo é algo maravilhoso, mas...aí...a coisa vai cansando, porque acostumados, a protagonistas humanos, tentamos seguir somente a vida dos humanos, não consguimos acompanhar o enorme elenco que ele descreve.

Soa tudo muito fantástico, quando escrevo este relato, mas é assim que senti a obra...

Terminei , apesar de um clássico final que seria para classificar como triste, com um sentimento de paz, a morte de Gillart, não é morte, é vida...Mar e vida se fundindo, enquanto o amor passa por ele em um barco.

Quando mais uma vez, terminamos um clássico, o sentimento que fica é ter aprendido um pouquinho mais, aprendido que a leitura é algo que transcede a realidade: livro não é livro, é sonho impresso.

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Adriana 02/10/2012

Esta resenha é muito especial porque é a primeira que eu faço para o projeto Indique Um Livro. Ou seja, este livro é uma indicação de leitor e eu estou super feliz por ter seguido a recomendação do Eduardo.

Escolhi esta obra para começar porque Os Trabalhadores do Mar, ou qualquer obra do Victor Hugo, não era um livro que eu teria escolhido se passasse por ele em uma vitrine, sebo ou biblioteca. Que bom que eu tenho vocês para me ajudarem, pois estava perdendo uma obra muito boa.

O livro é de 1866 e a edição que eu li foi traduzida por Machado de Assis e republicada pela editora Abril em 1979. Como dá pra imaginar, este é um clássico do período e fiquei feliz de ter a oportunidade de lê-lo.

Uma das maiores qualidades que encontrei na obra é que ela é muito fácil de se apegar. Logo nas primeiras páginas fui fisgada pela trama, que fluiu rápida e coerentemente. Isso não quer dizer que seja um livro simplório ou bobo, muito pelo contrário. Refleti sobre ele durante dias até conseguir começar esta resenha. Não é uma obra fácil de se entender e, ao fechar o livro, fiquei com uma sensação tipo a do Kiko de “o que será que ele quis dizer com isso?”.

Mas vamos aos fatos, assim posso explicar melhor minhas dúvidas…

O livro narra a história de Gilliatt, um homem recluso, fechado e muito inteligente. No lugar onde mora, ele é taxado de bruxo, filho do demo e por aí vai… Tudo porque a ignorância do povo daquela época era grande, e os estrangeiros sempre foram desprezados (Gilliatt era um francês vivendo na Inglaterra).

Depois da morte de sua mãe, ele acabou ficando ainda mais solitário, até o dia em que se encantou pela jovem Deruchette. Ela é sobrinha de um dos homens mais influentes do povoado, dono de um dos primeiros barcos a vapor do local, a Durande. Vítima de um golpe ardiloso, o tio de Deruchette acaba perdendo seu bem mais valioso e entrando em profunda depressão.

Como vida com o sofrimento do tio, no calor do momento, Deruchette afirma que irá se casar com que resgatar Durande, embarcação que foi destruída em uma tempestade.

Gilliatt parte então em uma jornada épica para resgatar o barco e conseguir a mão da moça. Com ele, vivemos aventuras do mar, compartilhamos sua dor e sofrimento na tentativa de realizar um feito dito impossível. Como eu disse, Gilliatt é um personagem muito inteligente e com o qual é fácil se identificar. Simpatizei com ele desde o início por causa do meu jeitão fechado de ser.

Apesar deste resuminho que eu fiz, Os Trabalhadores do Mar é muito mais do que isso e parece trazer muito mais mensagens do que a passada por escrito. Ao final, tive a impressão de que o autor quis dizer algo que não consegui captar, além de me bater uma melancolia imensa. Não dá pra se dizer que é uma obra que não mexe com o leitor, com certeza fará você refletir muito. Os Trabalhadores do Mar, além de muito bem ambientado por Victor Hugo (que o escreveu em homenagem à ilha de Guernesey, no canal da Mancha, onde o autor se expatriou), é um texto que traz muitas reflexões em seus parágrafos extensos.

Uma das coisas que me incomoda um pouco em todos os clássicos é justamente isso: muita enrolação pra dizer pouca coisa (falando o português simples). As divagações do autor muitas vezes não davam em lugar nenhum, mesmo assim gostei de lê-las, pois sempre vi Victor Hugo como escritor brilhante (amo de paixão este texto). Alguns parágrafos intermináveis realmente se mostraram importantes no decorrer do livro, por isso foi bom que eu ficasse ligada e apreciasse a obra em sua totalidade.

É uma obra que recomendo totalmente para um público mais maduro, que aprecia romances inteligentes e sagazes. Se você procura conhecer estilos de escrita diferentes, com certeza este livro merece sua atenção.

Resenha em http://mundodaleitura.net/?p=4304
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Bella Oliveira 05/06/2012

Sem Palavras!
Sabe aquele livro que você não consegue definir??? Bem, esse é o livro!! Foi o primeiro livro que li quando me interessei por leituras de verdade, foi ele que abriu caminho para a minha fome de leitura de hoje... kkkkkk ... E recentemente, ganhei ele do meu avô, fiquei tão feliz que ele tenha lembrado do acontecido (o livro que li era dele). Eu recomendo...
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Adri 29/05/2012

Magnífico
Inacreditavelmente eu QUASE não o li....
Comecei a ler e o início detalha bastante o equipamento de um navio, nomes e funções de cada peça, e isso me deixou entediada, daí larguei a leitura. Mas depois pensei: Poxa, é Vitor Hugo, o cara não ia escrever algo assim tão chato... e pra mim livro é como gente, em geral merece uma segunda chance; então voltei a ler e foi a melhor coisa que fiz naquele ano...
Impressionante.... é de uma riqueza tão grande no mergulho da alma humana, tão poeticamente mostrando tanto o lado digno qto o ridículo, um tratado sobre as baixezas humanas, a hipocrisia então... palavras que nunca vi para descrever sentimentos humanos e que inesperadamente constroem a historia de maneira brilhante.
Depois de ler este, finalmente entendi a diferença entre um bom escritor e um escritor genial... E ainda por cima uma doce surpresa: a tradução do texto foi feita por ninguém menos que Machado de Assis!!! Simplesmente um dos meus autores favoritos, que eu amo de paixão!
É um livro pra reler ao longo da vida, com certeza...
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Lila 03/09/2011

Favorite Excerpt
*Assim chegou à impotência o inaudito heroísmo, acabava-se pelo desespero aquele formidável combate, aquela luta de Nada contra Tudo, aquela Ilíada de um.

Gilliatt, desvairado, contemplava o espaço. Nem mesmo tinha roupa, estava nu diante da imensidade.

Então, no acabrunhamento de toda aquela enormidade desconhecida, não sabendo já o que queriam dele, confrontando-se com a sombra, em presença daquela obscuridade irredutível, no rumor das águas, das ondas, dos marulhos, das espumas, das lufadas, debaixo das nuvens, debaixo dos ventos, debaixo da vasta força esparsa, debaixo daquele misterioso firmamento das asas, dos astros e das tumbas, debaixo da intenção possível das coisas desmesuradas, tendo à roda de si e em baixo de si o oceano, e acima as constelações, debaixo do insondável, Gilliatt abateu-se, desistiu, deitou-se ao comprido sobre a rocha, voltado para as estrelas, vencido, e pondo as mãos diante da profundeza terrível, bradou ao infinito: Piedade!

Estava só naquela noite, em cima daquele rochedo, no meio daquele mar, caído de cansaço, nu como o gladiador no circo, tendo em vez do circo o abismo, em vez das feras as trevas, em vez dos olhos do povo o olhar do ignoto, em vez das vestais as estrelas, em vez de César, Deus.

Pareceu-lhe que se dissolvia no frio, no cansaço, na impotência, na oração, na sombra e fecharam-se-lhe os olhos.
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Fábio 29/07/2011

"No momento em se afastava do escolho, alguém que lá estivesse tê-lo-ia entoar a meia voz a canção Bonny Dundee. "

Os Trabalhadores do Mar, livro dedicado à ilha de Guernsey, onde Victor Hugo cumpriu exílio, teve sua primeira tradução feita pelo famigerado Machado de Assis. Nesta obra o autor explora principalmente a superação, a perseverança, e a abrenúncia.

Victor Hugo é um exímio perscrutador da alma humana, consegue descrever de forma clara e comovente todos os aspectos emocionais de seus personagens. A força da natureza é uns dos elementos centrais deste livro, as descrições primorosas e seu poder de narração ilimitado é capaz de deixar o leitor molhado junto com Gilliatt depois de uma tempestade.

Gilliatt, protagonista, é um pescador rude que mora na ilha de Guernsey, desprezado pela cidade, leva a alcunha de feiticeiro, vive na solidão. Já no primeiro capítulo sua inércia é abalada pois seu nome é escrito na neve, por Déruchette, que virá ser a sua amada. Esse amor incondicional, que nasce em seu coração, terá consequências inacreditáveis durante o enredo.

Este livro agita os sentimentos do leitor, causa emoção, revolta, pena, indignação; ao terminar o último capítulo perguntamos: acabou? , e ficamos dias, semanas pensando sobre a história, sobre os personagens, imaginamos finais diferentes, imaginamos as causas, as atitudes, de cada personagem.

O nome Gilliatt pode ter apagado na neve, mas na mente do leitor é indelével. Victor Hugo é um escritor para pessoas sensíveis que gostam de se emocionar.

Gláucia 19/04/2011minha estante
Vc tem razão, fiquei "passada" com o final do livro, não podia acreditar no que meus olhos tinham acabado de ler.


Jumpin J. Flash 24/05/2011minha estante
Ótima resenha! Parabéns!


Math 04/02/2012minha estante
E esse "pode ter apagado na neve"? Espero não ter sido spoiler..


Fábio 08/02/2012minha estante
"pode ter apagado na neve" pois o nome foi escrito em uma rua, não é spoiler


vanessamf 12/09/2012minha estante
Uma curiosidade, você não achou a tradução de Machado estranha? Quando li parte desse livro, não parecia uma obra de Hugo, por isso fiquei com a sensação que tinha a ver com a tradução...


Fábio 13/09/2012minha estante
Eu só li, até agora, traduções do Victor Hugo e confesso que há muita diferença de um livro para outro, no que se refere a estilo (pontuação principalmente), todavia, com certeza, tem um toque machadiano nesta tradução, que até certo ponto é normal, porém por falta de outro tradutor neste mesmo livro, não sei dizer até que ponto o Machado foi além.


JosA.Mixto 18/05/2015minha estante
Sim, sim. Vim aqui buscar comentários justamente por isso. Acabei de ler e a imagem final de Gilliat perdura em minha mente. Livro incrível! Fiquei com muita vontade visitar a ilha.


Jefferson.IsaAas 18/04/2019minha estante
Vou dizer como é que encontrei esse livro fantástico: tenho com muito prazer 60 anos de idade. Comecei a ler muito cedo. Primeiro os gibis, depois, vieram os livros de bolso, bang bang e espionagem, tive coleção com mais de 200 destes livros na minha adolescência que eu trocava com outros leitores. Quando inda era garoto meu pai comprou de um vendedor de livros uma coleção de literatura infanto juvenil com 13 livros do autor Francisco Marins - A Aldeia Sagrada, Viagem Aos Martírios, O Segredo De Taquarapoca, O Bugre Do Chapéu De Anta, não lembro agora dos outros títulos. O que mais me marcou nas leituras eram as figuras em preto e branco chamada de xilografia. Todas às vezes que vejo um livro com esse tipo de ilustração sinto-me quase obrigado a lê-lo. Foi assim que dei de cara com o emocionante e inesquecível - Os Trabalhadores Do Mar. O enredo marca qualquer um que tenha a honra da sua leitura.


Fábio 16/05/2019minha estante
Que incrível Jefferson.IsaAas! Realmente é uma literatura de alta qualidade e uma história que é difícil não se emocionar.


Luciana.Rabelo 26/09/2019minha estante
Li-o três vezes e simplesmente a cada vez que releio esse livro consegue me emocionar de forma encantadora! ? claro que há algumas passagens meio enfadonhas nas quais acho que deveria ter algum compêndio de linguagem náutica para ajudar na compreensão de alguns termos técnicos! Outro dia, sem querer acessei o site do google no google livros tem um e-book de Os trabalhadores do Mar com ilustrações lindíssimas!


Fábio 03/10/2019minha estante
Realmente, Luciana.Rabelo, quando li vivia com um dicionário haha bom que aprendi várias palavras e expressões novas ligadas a área marítima.


Raquel 07/05/2020minha estante
Eu me emocionei. Emocionei tanto que não recomendo, na minha visão inclusive Gilliat morre com a ultima frase. Se entrega ao mar, não sei se estou errada sei que eu nunca chorei tanto com o final de um livro MDS chorei mais que com o Pequeno Príncipe eu nunca mais leio Vitor Hugo. Tenho emocional pra isso não...


Fábio 14/05/2020minha estante
Raquel Realmente final triste é com Victor Hugo mesmo. E olha que tem coisa pior viu!




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