O spleen de Paris

O spleen de Paris Charles Baudelaire




Resenhas - O Spleen de Paris


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Cuca 17/10/2024

Chás do Mal
Terminado este livrinho e já pelas metades das "Flores do Mal" eu consigo entender planamente a força desse tal Baudelaire. É um poeta e um observador brilhante. Um flaneur com uma compreensão da cidade, dos seus palcos e seus personagens, que deixaria qualquer grande urbanista encabulado.
A obra segue o princípio baudelairiano de tirar diamantes da lama. Os "poemas em prosa" (que poderiam ser chamados de crônicas, mas que são muito melhor nomeados daquela maneira) são incrivelmente poderosos. Pílulas de essência concentrada, remédio que virou veneno.
Na minha opinião, a potência desse formato está justamente na capacidade de estabelecer uma narrativa - mesmo que incrivelmente curta - em todos esses textos, algo que a poesia lírica nem sempre é hábil. São composições curtíssimas que convidam a uma exploração descontinuada, seja por seu formato, seja pela visceralidade de algumas passagens e temas. Cada poema tem um quê de xícara de chá ("Chás do Mal", por assim dizer), são saborosos, fortes e sempre deixam um gosto na boca.
É certamente um livro para revisitar vez ou outra e habitá-lo de vez em quando.
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adrianlendo 01/07/2024

Incrível a companhia desse livro antes de dormir, ou enquanto tomo um chá, ou enquanto espero algum amigo que está em ligação com a família. o pequeno compilado de poemas em prosa de baudelaire nos transporta para as ruas de paris com facilidade, mas é tudo tão cru que é como se fosse qualquer centro urbano do qual temos acesso. acontecem coisas lindas, coisas terríveis e coisas terrivelmente lindas (ou lindamente terríveis) e tudo soa tão palpável que eu me via andando por porto alegre sentindo que poderia, na verdade, ser algo daqui. ou de são paulo. até mesmo de floripa. mas era paris, e que bom que era paris, no fim de tudo.

também acho que estar embriagado possa ser a solução.
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Joaozinho, Artista, Jonas 07/06/2024

Conhecendo um autor
É um dos primeiros livros que leio de Baudelaire. Gostei muitos dos contos e da forma como autor aborda cada tema em cada poema. Pretendo rele-lo futuramente e ler outras obras.
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CAcera3 12/12/2023

Uma leitura modernista que tem como proposta textos que são poemas em prosa. Nessa ideia bem contraditória o autor pinta um retrato da vida moderna sob uma ótima bem pessimista; ou muito realista alguns podem dizer.
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Heitor 03/08/2023

PROSAS PROFUNDAS
Estava animado para conhecer as obras de Baudelaire e decide começar por está por conta do custo benefício.
A obra traz uma série de prosas do autor que confesso me surpreenderam muito por tema e genialidade na escrita, me trazendo até algumas reflexões profundas.
Estou ansioso para conhecer mais pois para uma primeira impressão ofi ótima!
Daniela340 12/08/2023minha estante
seus poemas dao um pau nesse tal de charles




juuuwidy 25/06/2023

"Embriagai-vos sem cessar! Com vinho, poesia, virtude! Como quiserdes!" Não sei bem o que, mas algo em mim renasceu após essa leitura. Às vezes a gente procura por algo que já está entre nós ou mesmo em nós, talvez algo que sempre esteve aqui e apenas não damos a devida atenção, e com isso me refiro a poesia em geral; a beleza, ternura e tudo o que se faz querer continuar ouvindo o som do próprio coração dia após dia. É verdade que me dei melhor com a prosa poética desse escritor do que propriamente com os poemas dele, mas ler Baudelaire é ler o mundo aos braços da hipersensibilidade e conseguir tranquilamente justificar sua existência através dela.
Maria 30/07/2024minha estante
Que bonito!




Sitor 28/02/2023

Intraduzível
Terminei de ler, mas tendo lido alguns dos originais previamente, percebi que a tradução tira muito da musicalidade, do ritmo dos poemas. Não fosse isso, daria 5 estralas. Baudelaire é um gênio.
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Alexson.Almeida 15/10/2022

Início na poesia
Demorei muito tempo para terminar esse livro, mas não foi pelo fato da qualidade ser duvidosa, nada disso. A questão é que estava entrando agora no mundo da poesia e, devo dizer, foi uma experiência agradável. Aqui há um compilado de vários poemas dos mais variados tamanhos e assuntos que debatem situações palpáveis do dia a dia. Uma experiência super positiva e um ótimo livro
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Jasmine 18/01/2022

Sobre O spleen de Paris
Uma leitura que avivou minhas sensibilidades e pôs uma lupa em tudo aquilo que mais atrai o meu olhar e, igualmente, não se furtou a execrar o que eu desejaria não ter a capacidade de ver. É confortável ler algo que abraça quem nós somos (ou quem poderíamos ser), mesmo quando escrito no século XIX e retratando de algum modo, nas possibilidades da ficção, uma sociedade (ou melhor, um segmento desta, uma classe) com as mesmas presunção, ganância e maldade as quais estamos acostumados dois séculos depois, no Brasil, na Europa ou em qualquer parte do mundo onde o poder e a dominação fazem morada. ?Quanta bizarria não se encontra numa cidade grande, quando se sabe passear e olhar! A vida formiga de monstros inocentes??; é disto que ele fala e é esse olhar sensível em palavras o que se apresenta.

A não adequação e o mal estar inerente à existência onde o silêncio é a melhor opção, mesmo diante das pessoas com quem se convive mais e a quem dedicamos amor e afeto, pela distância abissal daquilo que compõe o conjunto de coisas que mais nos enternecem e comovem, aparecem em vários dos ?poemas em prosa? de O spleen de Paris. Baudelaire não viu a publicação do livro, mas deixou uma carta especificando em quantidade e sequência os textos que compunham a obra, e, em outra circunstância, também mencionou-a com este mesmo título. Não é meu foco entrar nesses pormenores, muito embora tenha ficado com curiosidade e desejo de ler outras de suas obras, em especial As flores do mal.

O tédio, o amor, o erotismo, o paraíso, a solidão e o silêncio são temas recorrentes nesta obra. Contudo, nada parece ocupar mais sua atenção e sensibilidade do que os olhares dos ?estropiados da vida?. O excerto que mais me marcou de todo o livro foi este: ?(?) Pois se há um lugar que desdenham (o poeta e o filósofo) visitar, como eu insinuava há pouco, esse lugar é a felicidade dos ricos. Esse redemoinho no vazio não tem nada que os atraia. Ao contrário, sentem-se irresistivelmente arrastados rumo a tudo que é fraco, roto, triste, órfão.?

Todos aqueles que são aguçados pela necessidade, ?essa mãe tão bondosa, essa verdadeira padroeira das inteligências?, aqueles que a república não tem tempo de cuidar, merecem ser cantados? é o que ele nos ensina. Muito me comoveu o texto ofertado ao pintor Édouard Manet, que nos revela uma triste história sobre o sofrimento mudo; também um outro dedicado ao pianista virtuoso Franz Liszt e ?Os dons das fadas?, que concede aos filhos dos pobres o dom de agradar. Um livro para pensar, mas sobretudo para sentir, é sempre uma ótima companhia.
Maria 30/07/2024minha estante
Que resenha magnífica!


Jasmine 31/07/2024minha estante
Muito obrigada, Maria! ?




burguês safado 03/01/2022

belíssimo. o texto como um arquivo de imagens, de revelações em meio ao turbilhão confuso da vida cotidiana. a modernidade prismada pela melanco-ira do poeta maldito, que sabe se perder somente para, em seguida, algo encontrar: aparições fulgurantes, gestos clandestinos e outras minúsculas sobrevivências, resgatadas da ferocidade de uma época que parece ter esquecido sua própria história.
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Karinny 28/12/2021

Visualizei um paralelo entre este livro e A Vida Como Ela É, de Nelson Rodrigues. Em ambos, a aura da cidade parece invadir a vida das pessoas, determinando os caminhos a serem tomados e exercendo influência em todos os aspectos do cotidiano.
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esserebru 15/08/2021

Simplesmente Baudelaire
É injusto não poder dar mais estrelas para a obra de Baudelaire, cinco parece tão pouco perto da magnitude do poeta francês. Também parece suspeito falar isso, já que eu leria até mesmo a lista de compras desse autor e acharia ela de outro mundo. O Spleen é uma coletânea de textos difíceis de ler, mas fascinantes como estar cara a cara com a metrópole que ele recria em suas palavras. Há uma mistura instigante de elementos, desde o profano das vielas até a exaltação de uma musa que o coloca sobre a lama. É angustiante e refrescante, tudo ao mesmo tempo. Como eu disse, sou suspeita demais pra falar sobre ele, no entanto, é a mísera verdade: Baudelaire é simplesmente Baudelaire.
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@Marverosa 03/06/2021

Surpreende
Baudelaire surpreende com a prosa poética que revela fatos miúdos e do cotidiano de sua época com tom lírico, mas por vezes satírico e até cruel.
Lembram crônicas.
Bom livro
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Bruno Oliveira 10/03/2021

UM BOM COMPANHEIRO DE BREVES VIAGENS
Recheado de textos breves, que mais lembram (e são) minicontos e/ou crônicas, este livrinho póstumo, e bilíngue, é um bom exemplo de como o poeta francês Charles Baudelaire pensava, via as coisas a sua volta; é um bom exemplo de como ele encarava a (tão) dita (e tão sua própria) modernidade do século XIX. O livrinho prima pelo lirismo – há discussões filosóficas, sociais, morais e estéticas ali –, contudo, para um melhor aproveitamento de tudo o que é apresentado nele, recomenda-se lê-lo em lugares públicos, só assim o(a) leitor(a) perceberá in loco a “magia” de um mestre boêmio, dândi e flâneur.
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