malucpinheiro 11/08/2024
?Os mitos não estão nos livros sobre mitos, mas nas ruas, na vida e nas relacoes das pessoas, na praça e na arena públicas. Ou seja, atuamos inconscientemente suas histórias, suas ficções, e a essas ficções damos o nome de realidade. Os deuses são, nessa perspectiva, arquétipos do inconsciente coletivo, reservas culturais e ancestrais.
É a partir dessa perspectiva que busquei então falar sobre o amor fraterno, seus matizes e paradoxos na experiência individual, e sobre a irmandade como um campo fundamental de experiências e de ação no mundo, pois o eixo da horizontalidade estende-se no mundo, com aqueles que podemos chamar de irmãos.
Fraternidade não é unificar diferenças; é diferenciar semelhanças. A experiência da alteridade é inquietante, desafiadora, e começa com o irmão. O campo do Outro é vasto, cheio de prazeres e dores. Tanto do ponto de vista pessoal quanto do ponto de vista coletivo, as possibilidades do arquétipo fraterno são imensas: solidariedade, companheirismo, amizade, associações, cooperação, entendimento, lealdade, aceitação.
Também grandes são suas feridas: rivalidade, inveja, hostilidade, autoritarismo, guerras civis, intolerância, preconceito.?