Resenhas - Éramos Seis

Clio0 18/07/2023

A magnum opus de Maria José Dupré traz em paralelo a formação de São Paulo como o coração do Brasil e a desagregação de uma típica família paulistana.

Ao mesmo tempo em que São Paulo ultrapassa os períodos de recessão e apogeu econômico acompanhados pela Revolução Constitucionalista, a família de Lola perde seu arrimo com a morte de Júlio. É a emancipação feminina que no Brasil nunca foi considerada pois nunca houve na história do país um período em que a mulher não trabalhasse, de forma que a grande virada não se dá com a personagem principal, mas com Isabel, sua filha que se envolve com um homem "separado"; o que pode parecer risível hoje, era acompanhado com escândalo até o fim da década de oitenta.

A morte do primogênito que realizaria o sonho brasileiro de ter um "doutor" na família. O sumiço de um filho, o afastamento de outro pela escalada social. Dupré expõe a história que todos têm e nada permanece sem dor e sacrifício.

Essa obra merece todos os láureos que recebeu.

A escrita é relativamente simples e pode ser facilmente entendida por crianças na faixa dos dez. Recomendo a todos.

Ciceli 15/01/2009

Coleção Vaga-lume
Relembrar desse livros da coleção vaga-lume que li na infância, só me fizeram gostar ainda mais de fazer parte dessa comunidade! Será que esses autores sabem o quanto eles foram importantes na formação do gosto pela leitura de muitas pessoas?

Leiliane R. Falcão 21/09/2024

Um dos livros mais bonitos da nossa literatura
Ouvi a vida toda um ditado que diz que ser mãe é padecer no paraíso. Eu que não tenho filhos, nunca pude entender com profundidade o que significa isso, mas lendo a história da Dona Lola e de sua família, ficou mais fácil entender exatamente o que essa frase significa.

Acho que é inútil comentar o enredo, já que a história é muito popular, não só por fazer parte da Coleção Vaga-lume, mas também por conta das suas adaptações pra TV. Prefiro aqui comentar sobre a montanha russa de sentimentos que este livro me proporcionou.

Sem dúvida, a personagem que eu mais me conectei foi a Dona Lola. Enquanto lia sobre os sacrifícios que ela ia fazendo em benefício da família, foi impossível não me lembrar da minha mãe, avó e tias. Quantos sacrifícios silenciosos não são feitos diariamente para criar um ser humano? Me tocou particularmente a parte onde ela dá o dinheiro que estava guardando para arrumar os dentes e entrega para o seu filho mais rebelde. Filho esse que certamente não merecia os sacrifícios feitos pela mãe, mas ainda assim ela fazia de bom grado.

O final do livro acabou comigo. Ainda fiquei pensando como pode uma mãe ter quatro filhos, fazer tudo por eles e ainda assim ter uma velhice tão triste e solitária.

Que este livro, além de fornecer entretenimento, possa também nos fazer refletir sobre a forma como nos fazemos presentes na vida dos nossos entes queridos, especialmente na velhice.

S. Oliveira 21/03/2022

"Ah, mas antigamente... Tudo era melhor, mais fácil".
Éramos Seis, o drama familiar muito conhecido dos brasileiros, tanto pelo livro, quanto pelas versões para novela; conhecido acima de tudo pelas histórias ? com H mesmo, nele contido.

Descrever a vida como é, com suas amarras, desgostos e surpresas. Senti muita tristeza em tantas partes, como também me vi inconformada em outras passagens. É como ouvir a história de alguém conhecido, não acreditar nas tragédias que se sucederam, no comportamento de aquele e outro tal, medindo tudo pela nossa régua. Quase esquecer os acontecimentos felizes, já que a infelicidade sempre nos chama mais a atenção, nos comove antes e com maior intensidade. E o tempo passa, tantas coisas mudam, e as histórias se repetem, todas ao seu modo.

Uma leitura indispensável. Um dos melhores livros que já li na vida. Inesquecível.

Michela Wakami 05/05/2023

Muito bom
Uma história bem contada, que nós revela como a vida é cheia de altos e baixos e as vezes mais baixos, mas que não devemos desistir, a luta tem que ser constante.

Dona Lola, é uma mulher muito guerreira.

Claudia Canazart 07/03/2020

Viver dói.
Para mim esse livro é perfeito. Nada inventado, são as mazelas da vida nua e crua.
Dói a alma, pois a cada página nos lembramos de alguém ou de nosso próprio passado. A autora não floreou, ao contrário ela escancarou a dor de viver.
E quem relata a história ser a mãe, a matriarca, torna as sensações ainda mais reais e intensas.
Gostei demais dessa releitura.

Lu s2 31/12/2021

100% verdadeiro e emocional
Muito clichê isso que vou dizer. Porém, esse livro é cheio de emoções ! Aproveitei o texto do começo ao fim sem dúvidas. Sou voluntário a sentir tudo que vida tem a oferecer, seja bom ou ruim. Até porque se existem sentimentos ruins, por mais que sejam ruins, devem ser sentidos. Caso contrário não existiriam ! Recomendo essa leitura a todos que pensam da mesma maneira que eu s2

Pedróviz 28/10/2020

Retrato da vida
Li Éramos Seis quando era menino. Jamais esqueci a situação descrita nas páginas finais do livro. Difícil o leitor não se por no lugar dos personagens, imaginar aquela família sendo a sua. Enfim, uma história tocante por ser algo tão corriqueiro quanto famílias que nascem, crescem e se apagam em tardes de cinza, solidão.

Lale 04/03/2022

Éramos Seis
Meu Deus esse livro me destruiu , amei muito
A escrita da autora é maravilhosa , melhor livro nacional que eu já li em toda a minha vida

Nathane6 15/02/2024

De partir o coração ?
?Leitura concluída em 14 de fevereiro de 2024

?Nota: ???????????? (Daria todas as estrelas do mundo)

? Resumo: Dona Lola conta fragmentos da história de sua família intercalando com acontecimentos históricos de São Paulo e do mundo como pano de fundo. Gripe espanhola, revoluções e guerras mundiais. A luta diária dessa mãe para sobreviver e cuidar bem de seus quatro filhos e marido.

??Opinião: Um dos melhores livros nacionais que já li. Essa família estará eternamente no meu coração. Chorei tanto quando terminei, mexeu muito comigo. Os relatos dela são tão simples mas são coisas que acontecem com muitas famílias brasileiras. Partiu meu coração. De seus filhos, o mais responsável era o Carlos. Que menino bom! Os bons sempre partem cedo. O "pior" filho, o esquisito do Alfredo, ao final não foi o pior. Pois o Julinho se superou. Fiquei indignada com as atitudes dele. Ele poderia ter dado mais conforto a mãe e ainda teve aquela péssima ideia da casa. Não teria como Carlos concordar com aquilo. Para mim a autora deu uma patinada nessa parte. Isabel é uma menina vaidosa, um pouco fútil, mas determinada. Ela é bem irritante. Poderia ter tomado sua decisão sem ser de forma tão clandestina. Gostei que a autora não a castigou, mas mostrou a ruptura do comportamento feminino no começo do século XX. Na parte dela, eu não acho que tinha certo ou errado, tinha conflito de gerações. Mas isso não apaga que ela não fez nada pela mãe, a não ser sugar o pouco que a família tinha. Na verdade, todos exploraram D. Lola, exceto Carlos. O marido dela é um chato, mas você se apega e o seu desfecho é triste. Dona Lola lutou tanto pela família que seu final é um dos mais revoltantes que já li. Ainda bem que seu coração é sereno e só cabe amor pelos filhos. Mas ela se apega as lembranças dos filhinhos, pois o que existem na fase adulta não a pertencem mais. Lola mereceu filhos melhores.

Geraldo 03/02/2022

Éramos seis depois de "véio"
Já teve a experiência de reler um livro da sua adolescência e favoritar e deixar como o livro da vida?
Pois isso aconteceu comigo, a primeira vez que vi e peguei esse livro em mão estava com meus 10 anos de idade, lembro que fomos a biblioteca da escola e lá tinha toda a coleção Vagalume; peguei pois a recomendação foi que o livro se tornou uma novela.
Li, gostei e devolvi...
Passaram-se 32 anos; comprei essa edição nova e reli,
Maria José Dupré, autora esquecida dos brasileiros nos mostra nessa obra magnifica o cotidiano de uma família comum que residia na cidade São Paulo por volta dos anos de 1910.
Passamos por tudo do lado de Dona Lola, senhora simples, originária de Itapetininga. Casada com Júlio onde possuem 4 filhos: Carlos (o dedicado, "pé-no-chão"), Alfredo (o bonitão bom vivã, não curte estudar ou trabalhar, aquele que nasceu pra ser livre), Julinho (o que vai se dar bem em negócios) e Isabel (vai se tornar professora e datilógrafa)
Não vou dar spoilers, mas o titulo é autoexplicativo.
O que faz essa obra ser incrível?
O Texto é um dos mais bonitos que já li, ele acalenta, te abraça, dá um quentinho no coração, você se torna amigo de Dona Lola, torce por ela, sofre ao seu lado, conhece dona Genu a vizinha fofoqueira, Tia Emília, a tia rica que adora contar os nomes das famílias tradicionais paulistanas, enfim uma obra lindíssima.
Faço uma campanha para que a editora republique toda obra dessa autora fenomenal....
Literatura brasileira de altíssima qualidade.

suellen 06/01/2024

ÉRAMOS SEIS
"Fiquei pensando em como é misteriosa a natureza humana; quando pensamos que a conhecemos a alma dos nossos filhos, suas vontades, seus gestos, suas reações, suas debilidades, vemos que estamos longe da verdade; não conhecemos nada, estamos diante do inexplicável. Mesmo sondando com tato e cautela, deparamos sempre o desconhecido e ficamos surpreendidos com o inesperado."

Esse livro é incrível, uma verdadeira novela. Porém me fez não querer ter filhos e me questionar como uma.
Acompanhamos a vida de Dona Lola e seu empenho como esposa, dona de casa, dona do próprio negócio por assim dizer (ela tricotava e os vendia, apenas por encomendas) e como mãe de quatro filhos, aos quais depois de um tempo teve de criá-los sozinha.
É um livro que traz ensinamentos e questionamentos, mostra os momentos e histórias vividas por uma família brasileira nas décadas de vinte a quarenta, e que independente da criação da pessoa, se seus desejos, vontades e sonhos forem maiores, não há mãe que os segure.
E foi aí motivo de não querer ter filhos e me questionar como uma.
É claro e muito óbvio que os filhos não podem ficar presos aos pais e vice-versa, cada um tem que construir a própria vida. Mas é tão doloroso pensar que você doa uma parte significativa de sua vida para no final os filhos simplesmente sumirem no mundo. Não sei explicar. Talvez essa minha opinião seja de um tom egoísta.
A verdade é que a maternidade não é romântica, mas acredito que seja uma dádiva ser mãe.
Enfim, o final para mim é triste. Na verdade, a solidão é triste.

Daniel.Malaquias 02/06/2020

Éramos seis comoventes histórias
Não conhecia nada sobre o livro, tinha assistido apenas a novela, anos atrás no SBT e não sabia que a história fora baseada nesse romance de Maria José Dupré. Acompanhar a incrível, comovente e por vezes tocante história de Eleonora, ou Dona Lola como é mais conhecida, de seu marido e de seus quatros filhos foi um prazer indescritível nesses dias de confinamento social. Ao final do livro você entenderá e saberá o porquê do título ser escrito no plural de um verbo no passado. A emoção de cada página é única, singular e com certeza vai encantar e emocionar os leitores que se debruçarem sobre suas páginas.

@aangeladani 17/10/2021

Foi uma releitura.? Mais uma vez.?
Lembro tão bem da primeira vez que li esse livro... Estava na escola, peguei emprestado na biblioteca. E lembro ainda que foi naquela versão de capa amarela; tão icônica!?
?
Depois dessa vez, li outras vezes mais... ?E sempre vale MUITO a pena.?
??
...ahh que saudosismo bom!???
??
?Adoro essa história!??

Esse livro é um daqueles que a gente vira a última página e percebe um sorriso de satisfação nos lábios...??
Tão gostoso de ser lido!?
?
Uma narrativa simples, mas que me envolve TANTO...? ?
E sempre que eu leio, tenho a sensação que as coisas mais banais e os momentos corriqueiros da nossa vida ficam com uma aura avivada, especial e agradável...? ?
?
Enfim, foi mais uma ótima releitura!??? ?
Realmente, esse sempre vale MUITO a pena ler, porque me traz aquele tipo de saudosismo que é tão bom...? ?

Caroline Gurgel 09/02/2022

Excelente
Livro emocionante, escrito em uma linguagem rica, com personagens muito reais e bem construídos. Excelente leitura!

site: @historiasdepapel_