gabytes 09/06/2023
Minha resenha + comprida é sobre um livro que n gostei haha
O critério que usei pra avaliar o livro foi a minha experiência de leitura, e não o meu julgamento sobre a qualidade do livro. Outra observação importante é que eu, sem saber, li a versão censurada. Não sei até que ponto as duas versões se divergem, portanto isso pode ou não fazer uma GRANDE diferença na minha opinião final. E como não tenho interesse de ler novamente, ficaria contente se alguem que leu as duas versões quisesse comentar as diferenças mais relevantes.
Bom, eu conheci o personagem Dorian Gray por meio de uma adaptação de TV, então já tinha uma certa ideia sobre sua personalidade narcisista, seu estilo de vida hedonista, etc.
Desde então tive curiosidade de conhecer sua "história de origem", e o que o moldou no que ele é. Lendo, descobri que não foi o "que" o moldou, e sim, "quem". Não existiria o Dorian Gray na sua forma mais desprezível sem mais 2 personagens centrais: o Basil e o Lorde Henry.
O Basil seria o que mais se aproxima de uma "boa influência" na vida de Dorian. Já o Lorde Henry, a má influência, foi a figura por quem Dorian se sentiu mais instigado. Essa reflexão sobre a verdadeira natureza do Dorian (se ele teria ou não se tornado naquilo sem a influência desses personagens), e as partes relacionadas diretamente à pintura foram os únicos pontos positivos pra mim.
O motivo principal da leitura ter sido tão sacrificante pra mim, foram os personagens. Não tem jeito melhor de dizer isso, mas os achei insuportáveis, ou não gostei da maneira que alguns foram retratados.
O Dorian primeiramente, soa constantemente como um garotinho mimado que faz pirraça quando não consegue o que quer. Ele mal tem personalidade e opinião própria, realmente se tornou um produto da "experiência" do lorde Henry.
O Lorde Henry é o mais insuportável de todos, sei que esse era o papel dele na trama, mas não deixa de ser massante passar a maior parte do livro lendo suas divagações filosóficas cínicas e por muitas vezes, misóginas. Eu revirava os olhos toda vez que ele começava a falar, principalmente sobre mulheres. Entendo que esse é o reflexo do pensamento na época, mas volto a dizer que páginas e páginas da mesma coisa fica cansativo.
Já a minha impressão sobre o Basil, vou dar o benefício da dúvida, pois quero acreditar que a versão reeditada que li cortou ou modificou muitos diálogos significativos relacionados ao seu sentimento por Dorian. A tensão romântica estava implícita, mas pela "fama" do livro eu estava esperando que fosse algo mais claro. Até que houve uma espécie de "declaração", e ele basicamente admitiu que idolatrava o Dorian pela sua ARTE. Isso me deu a impressão do Basil ser tão egoísta quanto o próprio Dorian em relação à Sybil (amar apenas o ideal artístico, não a pessoa em si).
Uma pena que li a versão incompleta, não acho que seja um livro ruim, pelo contrário, acredito que muitos o ame pelos mesmos motivos que eu não gostei (espero que não pela misoginia, mas pela complexidade dos personagens kkk)