spoiler visualizarLaura 02/11/2011
Não sei por que não dei 5 estrelas. Provavelmente por que o choque de como tudo se procedeu ainda está muito grande, e os sentimentos ainda estão confusos. Essa trilogia nunca foi um trilogia de romance ou de aventura especificamente. Ela foi, antes de tudo, uma volta para dentro, um auto-conhecimento e um auto-dissecamento. Não poderia ser diferente com Esperança. Esse livro nos mostra o limite da sanidade da personagem principal - tão bem testado nos livros anteriores - e de todos a sua volta. As escolhas e suas consequencias estão mais implicantes do que nunca, e cada palavra, cada gesto, podem levar a fins definitivos. Mas não enquanto ainda houver Esperança, não enquanto ainda houver sanidade, não enquanto ainda houver "algo pelo qual vale a pena lutar". Esperança é um thriller do começo ao fim, não apenas de romance ou drama, mas com a característica especial de Suzanne Collins, de condensar tudo de forma perfeita e única, que faz dela e dos seus livros uma obra rara, totalmente singular. Katniss está mais fantasticamente ela mesma do que nunca, com todos os seus sentidos ao mesmo tempo deturpados pelo dor de tudo o que acontecer, e ao mesmo tempo aguçados até demais. O cheiro das rosas... Como ela descreve.. Faz você sentir um cheiro enjoativo, quer onde quer que você esteja. Gale está um pouco menos detestável do que antes, mas a medida que o tempo passa, apenas fica mais claro para Katniss o que já estava obvio para a maioria dos leitores: Peeta é o cara. Esse personagem é outro, que com todos os seus problemas e surtos desse livro, consegue ainda assim manifestar um carisma impressionante. O jogo do verdadeiro ou falso é um sacada tão boa, que na última frase antes do epilogo eu rio sozinha antes de terminar a frase.E claro, fora os chamados personagens principais, há uma infinidade cuja a presença é sentida de forma tão latente, tão poderosa... Finnick foi uma grande dor, e para mim é impossivel imaginar Annie sem ele, mas sei que uma das mensagens do livro é essa: Nós TEMOS que continuar. Não é a toa o nome. Haymitch como sempre está ótimo, e Boggs e Beete foram boas surpresas no caminho. Prim é um ponto extremamente doloroso da historia toda, e receio que para sempre sera o pior pesadelo de Katniss. Peeta ao seu lado, com os dois filhos, é mais reconfortante do que tudo, e a canção de Rue contada ao final, juntamente dela falando do livro, foram o suficiente para eu me arrepiar toda e sentir qualquer coisa muito intensa no lado esquero do peito. Katniss deve viver e seu simbolo deve ficar. Sua tão fantastica incursão para os limites da sanidade devem ser lembrados, bem como da critica que Suzanne imprime nesse livro: somos uma raça auto-destrutiva, que no final fará de tudo por motivos egoístas e individuais. Que Katniss viva sempre e que sua luta pela sanidade, pela esperança e por aqueles que ela amava nunca seja perdida.