Ronald71 15/11/2024
Reflexões sobre O Diário de Anne Frank
O Diário de Anne Frank retrata a vida e a visão de mundo de uma jovem adolescente, entre os 13 e 15 anos, durante os conflitos da Segunda Guerra Mundial, enquanto ela se escondia em um esconderijo, conhecido como o "Anexo Secreto".
É uma obra interessante e profunda. Além de retratar a perseguição e as injustiças típicas desse período, com seus contextos políticos revoltantes, também mostra o lado humano de Anne. Em alguns momentos, ela expressa pensamentos muito maduros para sua idade, com ideias progressistas e feministas; em outros, revela sua fragilidade e a dificuldade de lidar com a convivência familiar, especialmente nos conflitos com sua mãe e com seu interesse amoroso.
Não posso negar que senti um gosto amargo ao terminar o livro, refletindo sobre as várias possibilidades que poderiam ter se desenrolado para as pessoas do anexo. Anne demonstrou, ao longo de seu diário, o desejo de conhecer mais, a vontade de viver e seus sonhos. Então, é doloroso chegar ao fim e pensar nas vidas jovens que foram interrompidas apenas porque nasceram em um tempo e lugar onde eram vistas como um "problema". Uma pessoa sábia e muito especial me disse uma vez que "o problema do livro não é ser triste demais, o problema é ser real demais". Acho que agora entendo o que ela quis dizer.
Por fim, há um trecho que achei bastante significativo. Anne escreve: "... preciso de mais alguma coisa a que possa me dedicar! Quero continuar a viver depois da minha morte." E é, Anne, você conseguiu.
Obs.: Anne faleceu em 1945, e o diário foi publicado pela primeira vez em 1947, com a ajuda de seu pai, Otto Frank. Ele foi o principal responsável pela divulgação da obra e, em 1963, fundou uma instituição com o nome da filha, na Suíça.