spoiler visualizarvicdias 13/04/2024
Foi um dos livros mais difíceis que já li. Me envolvi com os escritos da Anne como se eu fosse seu melhor amigo, de muito tempo.
Anne era frente ao seu tempo. Por vezes, claro, vislumbrava sua infantilidade sobre certos assuntos - o que era absolutamente esperado devido sua idade. Ademais, ao longo das páginas ela foi amadurecendo e se posicionando com certa sabedoria sobre assuntos que adolescentes normalmente deixam passar. É notável a profundidade que ela carregava dentro de si.
Por vezes Anne parece cansar da situação em que estão sendo obrigados a passar, porém uma fagulha de esperança - essa que faz papel coadjuvante - sempre acaba acendendo, por exemplo, quando escreve: ?Eu me perguntei várias vezes se não teria sido melhor não termos nos escondido, se estivéssemos mortos agora e não tivéssemos de passar por toda essa desgraça ? Mas nos encolhemos só de pensar. Ainda amamos a vida, ainda não esquecemos a voz da natureza e continuamos com esperança de? tudo.?. Essa passagem ainda carrega tanta força após todos esses anos depois de ser escrita.
O ?e se?? ficou retumbando na minha cabeça por dias: ?e se eles tivessem conseguido permanecer escondidos por mais alguns meses, será que teriam sobrevivido??. Para aqueles que não sabem, Anne e Margot, por exemplo, faleceram em torno de 1 mês antes do campo ser libertado pelas tropas inglesas; Peter faleceu três dias antes de Mauthausen ser liberto; Sr. van Daan morreu na câmera de gás, pouco antes destas serem desativadas; dentre outros infortúnios, me pergunto sempre, ?e se??.
Este livro deveria ser uma das leituras obrigatórias em toda escola!
Jamais esquecer, para jamais se repetir.