Leandro676 13/11/2024
Era a flor da caridade, alma sóror.
Publicado em 1872, é um romance regionalista que tem como cenário o interior paulista do século XIX. De ambientação rural, a história gira em torno de Berta, uma jovem adotada que, ao longo da narrativa, revela segredos sobre seu passado e se envolve em situações complexas.
A trama é envolvente, com personagens complexos e marcantes; a crítica social é bem presente; há valorização da cultura brasileira; e, o autor explora temas como amor, violência, honra, identidade, injustiça social e a busca por raízes.
Um dos aspectos mais interessantes do livro é a construção da personagem de Jão Fera. Marcado pela violência e pela vingança, seu passado trágico e sua busca por redenção contrastam com a figura idealizada de Berta, meiga e dócil, criando uma dinâmica intrigante.
É interessante também o desfecho dado a Berta, estereótipo de heroína romântica, que nas palavras do autor, foi "criada para perfumar os abismos da miséria, que se cavam nas almas, subvertidas pela desgraça".
A idealização da natureza tanto contrasta com a violência e brutalidade da narrativa, quanto simboliza a pureza e inocência de alguns personagens.
Por fim, a linguagem poética, de início, pode dificultar um pouco a leitura (afinal, é um clássico). A medida que você se acostuma com a escrita, fica mais fácil.
É dramático! Me fez refletir sobre a complexidade da natureza humana, recomendo muito!