A peste

A peste Albert Camus




Resenhas - A Peste


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Fabiana 07/10/2015

Digestão
Leitura complexa, onde o narrador nos apresenta os sentimentos mais profundos e contraditórios dos cidadãos sitiados pela peste. Denso. Difícil. Mas recompensador.
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jean 03/05/2015

A cidade sitiada pela peste
Sendo ou não uma alegoria da França ocupada pelos nazistas A Peste de Camus descreve e revela uma cidade sitiada. Sitiada pela peste que tão repentinamente chega também vai embora. Os habitantes se vêm sem poder de escapar da situação. No começo existe certo pânico que gradativamente vai dando lugar a certa resignação . A peste é incorporada a vida e a morte se torna banal. "O hábito do desespero é pior que o próprio desespero". O hábito do desespero faz sofrer friamente. O sofrimento tornado rotina. Isso é a lógica da peste. Nela nem se ama nem sente verdadeiramente. Tudo isso "exige um pouco de futuro". Exige esperança. A Peste retrata o homem reduzido a nada. A miséria absoluta, contra a qual o homem não consegue lutar. Ele mingua, sem força para resistir.
Camus mostra que pior do que sofrer em si é não ter forças para se revoltar contra esse sofrimento. A pior face do homens, em outras palavras, não está em sua condição miserável, mas em não revoltar-se contra ela. Em aceita-la simples ou torná-la habitual. Mais desumano é a resignação. Mais imoral é a condescendência. Assim nos é dito em certa altura do livro:
"Não mudei. Tenho vergonha há muito, vergonha enorme de ter sido, embora de longe, embora com boa vontade, um assassino também. Depois notei que até os melhores não poderiam deixar de matar, ou consentir que matassem, pois isso era da lógica admitida, e não fazíamos um gesto nesse mundo sem nos arriscarmos a matar. Continuei a ter vergonha, percebi que vivíamos na peste - e sumiu-se a paz"
A peste está, assim, tanto na cidade sitiada que vive sua lenta morte como na alma dos homens que pelo lógica justificam o assassinato ou são condescendentes com ele. A peste ronda as cidades assim como a alma dos homens. É preciso tomar cuidado.
" Ouvindo o rumor alegre da cidade, Rieux pensava que essa alegria estava sempre ameaçada. A multidão festiva ignorava o que pode ler nos livros: o bacilo da peste não morre nem desaparece, fica dezenas de anos a dormir nos móveis e nas roupas, espera com paciência nos quartos, nos porões, nas malas, nos papéis, nos lençóis - e chega talvez o dia em que, para desgraça e ensinamento dos homens, a peste acorda os ratos e os manda morrer numa cidade feliz".
Adriana do O 09/09/2017minha estante
ótimas observações!




Cristiano.Vituri 09/04/2015

A peste está entre nós!
Todas as vezes que abria o livro de Camus, me sentia ali, em Oran, Argélia, cercado pelos mesmo muros, as mesmas ruas e becos, a mesma sensação sufocante do invisível aos olhos: A Peste!
O narrador conta a história da doença que cerceou e devastou a cidade da forma mais crua e carregada possível. Rieux, o médico e protagonista luta contra as agruras do devastador efeito corporal da peste, mas luta também contra as dosagens psicológicas e morais de todo o tipo de sentimento que cada cidadão passa a experimentar.
Vale ressaltar a narração emocionante de Tarrou sobre tribunais, julgamentos e pena de morte, algo que nos faz refletir sobre certezas absolutas...A espera de Rambert para fugir, todos os dilemas vividos por alguém que não era daquele lugar, lembrou O castelo de Kafka,..O drama da morte, o drama de viver entre a morte, a banalidade que se tornou o rito mortuário.
E esse trecho da pág. 173: “Os gânglios tinham deixado de intumescer, mas continuavam duros como porcas atarraxadas nas articulações”.
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DIRCE18 16/01/2015

Assassino de almas
Iniciei a leitura do "A Peste" acreditando que Camus não conseguiria mais me surpreender, porém, já no primeiro capitulo, antevi que eu tinha nas mãos uma obra genial que iria me tirar do embotamento de pensamentos e que, mais uma vez, seria levada a refletir.
Os habitantes da fictícia, da sem atrativos Orã -cidade ancorada na costa argelina - viviam o marasmo de uma vida rotineira ( meu entendimento: eles viviam suas vidas como viviam os habitantes de qualquer cidade real) até que no ano de 194... a morte chegou por meio dos ratos mortos e dá- se início uma luta inglória: a morte vencendo a vida.
Dentre as análises existentes sobre A Peste, uma delas é de que o livro seria uma metáfora à ocupação da França pelas tropas de Hitler – como eu disse: uma delas. Sim, porque a riqueza do texto permite várias leituras.
Temas recorrentes nos livros de Camus como a pena de morte, a guerra, a crença, a solidão, o suicídio, a busca pela felicidade são tratados no A" Peste", mas o que nele sobressai é a importância da solidariedade. O Dr. Rieux deixa de lado seus problemas pessoais para socorrer os moribundos. Penso que é na reação do Dr. Rieux frente à epidemia que repousa as reflexões de Camus sobre o Absurdo.
Os números de mortos crescem e medidas são necessárias: é formado um mutirão para enterrar os mortos, socorrer as vítimas,encaminhá-las à quarentena . A cidade é isolada ( um muro invisível se ergue: do Absurdo – a rotina ,previamente estabelecida, foi quebrada pela epidemia e as pessoas são levadas às reflexões) .Um dos integrantes do mutirão é o jornalista Rambert que ansiava em deixar à cidade e ir ao encontro da sua felicidade, e foi ele o responsável pelas palavras mais contundes e emocionante que, até então, eu me deparara: rebatendo a afirmativa do Dr. Reux de que não era vergonha escolher a felicidade ele diz (pag. 198): “ - Sim, mas pode haver vergonha em ser feliz sozinho.” ( que sacudida!!!)
Mas...em se tratando de Camus é impossível ser sacudida somente por meio de um diálogo. O livro tem o impacto de um atentado terrorista. Hein? Atentado terrorista? Ah, trata –se somente da confirmação do que eu previ no início da leitura: que eu seria levada às reflexões. Rieux fez uma profecia. De fato, o bacilo somente ficou adormecido por dezenas de anos para despertar no ano século XXI, não sob a forma de um bacilo mortal, mas na forma de um vírus que se propaga não somente em um cidade feliz, pois ele sofreu mutação e se transformou em um vírus impiedoso capaz de romper fronteiras e de contaminar as pessoas. Um vírus que corrompe, que provoca a intolerância, o desrespeito, o radicalismo , torna as pessoas violentas – matam com frieza e crueldade quer seja por uma pedra de craque, quer seja em nome de Deus. Um vírus que surge na forma de propina, na forma do medo, na forma do descaso, na forma do que tudo pode em nome da liberdade de expressão e na forma do terrorismo. O bacilo despertou e, hoje, ele mata a ALMA do homem.
Mesmo diante desse cenário, não vamos nos deixar abater pela angústia. Vamos dar um crédito às palavras de Reux - afinal, sua profecia se confirmou-: “ há no homem mais coisas a admirar que a desprezar” .
Sabe aquele livro que depois de um tempo está novíssimo, com a aparência de que nunca foi manuseado? Minha profecia: com certeza meu exemplar do “A Peste” não se encontrará assim, já que ele permanecerá ao meu lado por muito tempo: na minha cabeceira, na minha bolsa, enfim: um livro que irei reler, reler, ... e reler. Será muito manuseado, portanto.

Ricardo 01/05/2016minha estante
Uau! Acho quer nunca vi uma resenha tão bem escrita na vida! :O


Ewerton 18/10/2017minha estante
Precisava ler esta resenha. Peguei emprestado "A Peste". Sua resenha me deixou mais instigado a ler este livro e a conhecer a obra de Camus.


Lucas 10/11/2018minha estante
Bela resenha. Se tiver oportunidade, lerei "A Peste" novamente também.




Marcio 04/10/2014

Um dos melhores livros lidos nos últimos tempos. Camus faz uma alegoria da vida, da morte, do amor. Mostra a absurdidade da exitência. Recomendo muito! Uma obra-prima.

"O mal que existe no mundo provém quase sempre da ignorância, e a boa vontade, se não for esclarecida, pode causar tantos danos quanto a maldade"


" A peste, é preciso que se diga, tirara a todos o poder do amor e até mesmo da amizade. Porque o amor exige um pouco de futuro e para nós só havia instantes
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Saulo Cruz 04/07/2014

É um livro razoável.
"A princípio, quando achavam que era uma doença como as outras, a religião tinha prestígio. Mas quando viram que o caso era sério, lembraram-se do prazer. Toda angústia que se pinta durante o dia nos rostos se dissolve então, no crespúsculo ardente e poeirento, numa espécie de excitação desvairada, numa liberdade desajeitada que inflama todo um povo"

É um livro razoável.

("uau, cara, como você fala isso da grande obra de Albert Camus??")

Talvez eu não tenha maturidade para entender a profundidade do romance. Embora admita que há passagens iluminadas:

"O mal que existe no mundo provém quase sempre da ignorância, e a boa vontade, se não for esclarecida, pode causar tantos danos quanto a maldade"


" A peste, é preciso que se diga, tirara a todos o poder do amor e até mesmo da amizade. Porque o amor exige um pouco de futuro e para nós só havia instantes"

Talvez se a peste transformasse as pessoas em mortos-vivos ( a exemplo do mash-up de "Orgulho & Preconceito & Zumbis ) a obra ficasse mais interessante. Tem umas coisas bem escrotas:

"Dois golpes de bisturi em cruz, e dos gânglios escorria uma pasta sangrenta. Os doentes sangravam. Mas surgiam manchas no ventre e nas pernas, um gânglio deixava de supurar, depois tornava a inchar. Na maior parte das vezes o doente morria exalando um cheiro terrível"

Enfim, tive certeza que, se procurasse ler outro livro, a Peste de Albert Camus ficaria de lado, abandonada.
Fiquei esperando a grande reviravolta e ela não veio. Achei que ia todo mundo morrer ou que alguém seria o herói que salvaria geral.

Sem spoilers. Parando poraqui. :-B
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Lanzellotti 18/06/2014

Vale muito a leitura!
Publicado em 1947, a Peste de Camus se passa em Oran, uma pequena cidade da Argélia, na época ainda território Francês. Ratos morrem por toda cidade e as pessoas começam a padecer e morrer com uma peste sem causa e explicação conhecida, gerando um horror generalizado. Metaforicamente, a epidemia assola a cidade, como a ocupação nazista assolara a França. Os principais personagens do livro como, Rieux, o médico e narrador da estória, junto com Rambert, Tarrou, Cottard e Grand compartilham suas angústias, desejos e temores em meio a uma série de desafios que a peste os impõe. O livro nos mostra como uma população submetida à uma epidemia muda totalmente seus valores.
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Hilton Neves 04/05/2014

Não Tem Como Dar Quinze Estrelas?
Permita-me felicitar a Valerie Rumjanek, que fez um trabalho de tradução excelente. Pronto. Vamo lá:
Emocionante. Triste e bonito pacas. Um livro rico, de muita reflexão boa. Denso¹²³.
Explora diversas nuances das personagens, viaja nos detalhes do céu e do tempo que fazia, de acordo com a estação do ano em cada trecho. Em muitos dos quais o leitor se sente o Bernard Rieux fazendo o possível pra combater a peste em Orã, tentando reduzir o estrago dela na cidade argelina.
Descreve a fundo as mudanças no comportamento dos habitantes de Orã com o avanço da doença, a fragilidade nossa enquanto humanos, e assim por diante.
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ReiFi 08/04/2014

A Peste - o homem é bom é preciso acreditar nisso (?)
Por José Reinaldo do Nascimento Filho

Não demorou muito, Artur. Eu disse que iria ler após o término de Crime e Castigo, de Dostoievski, mas como você parecia estar esperando e querendo que mais alguém conhecido lesse, adiantei a leitura e terminei-o neste domingo. Era você num retiro para jovens católicos e eu no meu quarto lendo A Peste, de Albert Camus. E Posso dizer que minha experiência, assim como a sua, na medida do possível – e da comparação, claro – fez-me uma pessoa melhor (pelo menos por enquanto).
A história do livro é simples: uma “cidade vulgar”, Orão, é atacada por ratos agonizantes e em seguida pela Peste. Um número gigantesco de ratos morre todos os dias. Pessoas começam a adoecer. A Peste toma proporções incomensuráveis. Seria esse o fim? Pois bem, vejamos algumas coisinhas:
O primeiro ponto a salientar, e a enaltecer, foi a escolha brilhante do autor em contar a sua historieta através de um narrador, alguém que se diz à parte de tudo e que procurou simplesmente colher informações, documentos e testemunhos de quem experienciou aqueles dias de tormento, ele mesmo um sobrevivente; dessa forma, tudo pareceu muito real, verossímil, tangível. Em suma, poucas vezes estive diante de uma escrita tão honesta, sensata. Ah, outro detalhe. Nunca lera nada de Camus e, por algum motivo que não sei dizer, pensei que a escrita dele fosse rebuscada, difícil, amarrada, enfim. Mas não foi nada disso. A leitura flui maravilhosamente bem. Não parece um romance, com toda a estrutura que conhecemos, mas uma deliciosa crônica. Mas claro, há muitos belos momentos. Cito um em especial:

“Ele sabia o que a mãe pensava e que nesse momento ela o amava. Mas sabia também que não é grande coisa amar um ser, ou que, pelo menos, um amor nunca é bastante forte para encontrar a sua própria expressão. Assim, sua mãe e ele se amariam sempre em silêncio. E ela morreria por sua vez – ou ele – sem que, durante toda a vida, tivessem conseguido ir mais longe na confissão de sua ternura”. (Caramba, pensei na hora: UMA CRIATURA DÓCIL!!!*)

E o livro foi ganhando peso. A trama foi se desenrolando. E mais do que um romance, uma crônica, podemos aqui chamá-lo de estudo, ensaio, como o também mundialmente conhecido, Ensaio sobre a Cegueira, do Saramago. Uma situação extrema em que vemos humanos sendo enclausurados (há aquele momento de A Peste em que é preciso fechar a cidade: ninguém sai, ninguém entra: engulam-se) e nessa clausura eles terão de aprender a conviver. Daí as personagens vão ganhando forma e peso. Daí cada um deles vai apresentando as suas características e peculiaridades. Daí é que percebemos o quão complexo é o ser humano (algo muito óbvio, claro). Não quero aqui apontar as personagens, falar sobre elas, mas nelas você encontrará de tudo: desde aquele que desacredita em tudo àquele que mantém a sua fé inabalável; desde os aproveitadores aos mais humanos; desde o sempre trabalhador, perseverante…

A minha nota foi 4 de 5 estrelas, e me aproveito desse ponto para explicar o motivo disso: eu não me surpreendi em nenhum momento com a história. Explico. Vejamos, o livro é sobre pessoas, sobre comportamento, vivência, fé, caos, medo, angustias. O livro pega uma situação extrema e trabalha justamente esses pontos e, não sei se vou conseguir ser claro, apresenta aquilo que eu já tinha visto noutras leituras. Leitor, para exemplificar: você já leu ou assistiu Ensaio sobre a Cegueria, já viu Lost, e a série House? Para uma pessoa um pouco mais ligada, percebe, obviamente, que o foco dali não é a doença que deixou todos cegos, os mistérios da Ilha, ou mesmo os casos de doenças raras, mas as atitudes que o ser humano toma (ou a que se entrega) a depender das situações da vida. Enfim, parece meio estranho dizer isso mas o homem se repete. Se eu não tivesse lido ou visto nada parecido com isso, teria dado nota 5 para A Peste. Parece ser bem, bem injusto. Isso não é motivo, você leitor poderia dizer. Mas, novamente, mesmo que o livro seja espetacular, ele continua sendo um livro, e uma das coisas que espero sentir ao término ou no decorrer de uma leitura é aquele “nó na garganta”, ou mesmo aquela coisa que nos deixa “irrequietos”, “coçando por dentro”, “supresos”…

Enfim. Espero que vocês me entendam. Ótimo livro. Leiam e gostem :D porque mais do que um relato, para mim, foi meio que um tapa na cara (apesar de eu ainda não acreditar e não ter sido forte o suficiente), ao afirmar que “há nos homens mais coisas a admirar que coisas a desprezar”.

* “Sou mestre na arte de falar em silêncio, passei minha vida toda conversando em silêncio e em silêncio acabei vivendo tragédias inteiras comigo mesmo.” Dostoievski.
antonio.ugalde 14/04/2014minha estante
Se você considerar que o livro foi publicado primeiramente em 1947, verá que ele não perde em originalidade. A não ser, que mesmo um obra-prima possa perder a força com o passar dos anos, analogias, referências e imitações.


ReiFi 02/05/2014minha estante
Vejo que você, assim como um colega meu e meu irmão (este última entendeu a minha colocação após ler o comentário que vou colocar logo abaixo, entendeu-me de uma maneira que eu não esperava :-) no comentário desse meu colocar e ele diz que fui "anacrônico", como se eu estivesse afirmando que a obra perdeu a originalidade em virtude de obras posteriores, mas não foi isso. Leia o comentário e diga se vc concorda:

"A respeito do ?anacronismo?, discordo completamente. Eu e Leonardo estávamos a discutir isso agora. O meu texto, antes de qualquer coisa, é sobre impressões, sensações. É IMPOSSÍVEL (pelo menos para mim que leu outras coisas, viu etc etc) sentir, surpreender-me com a obra. Vamos pegar outro livro, Madame Bovary. O que as pessoas que leram aquilo na época em que foi lançado não sentiu em comparação com a gente que lê isso hoje. Nós nunca saberemos. Nunca passaremos por essas experiências tão fantásticas. Sem dúvida, polêmico, genial. Mas eu não fechei os olhos, não chamei a pobre de safada, adultera. Eu NÃO SENTI ISSO!! Eu não senti o livro A Peste como ?deveria? ter sentido porque eu já lera ou vira trabalhos que beberam daquele texto. Vá Artur ler Ensaio sobre a Cegueira, será que ele vai sentir a mesma coisa após ter lido A Peste? Não, não é anacronismo. É constatação. Vamos agora para outras mídias. Hoje quando algo vai ser lançado, se a gente não correr das imagens, trailers, textos, chamadas em Facebooks, você, simplesmente, passará pela experiência do filme pela metade. Agora, agora, para quem assistiu e gostou: como não foi inesquecível a sensação de não saber o que era a ?MATRIX?. O filme é de 99? What?s is The Matrix???

Enfim, hoje, e isso é um problema que você colocou, para variar, perfeitamente bem, a indústria cultural vai arremessando as coisas nas nossas caras. Hoje, a gente sabe de tudo e nem sabe que sabe e quando vai ver a coisa, já sabe."




Veluma 13/01/2014

O primeiro livro do Camus que peguei pra ler, e que me rendou um trabalho universitário.
Me chamou muito a atenção a escrita de Camus, suave, nem um pouco cansativa, viciante, além da importância atribuída a cada personagem, apesar do Dr Rieux ser identificado como o principal, todos os outros possuem um lugar específico, e importante na história.
As diferenças de conflitos abordados diante da Peste, faz com que seja pensado no quanto uma mesma situação, que pode aparentemente ser catastrófica, pode gerar bons sentimentos a alguém, ou em algum momento.
Amei o livro, e como sempre gosto mais do personagem mais problemático, Cottard pra mim é o melhor.
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Erik Fernandes 12/01/2014

O romance da dor
A peste cai sobre a cidade pacata de Orã. Camus se utilizou dessa “ficção” para criar uma alegoria a 2 Guerra Mundial. As limitações que os flagelos impõe, as separações e as perdas são muito presente nessa obra. Camus apresenta a historia como um pano de fundo, já que o grande barato do livro esta na composição de seus personagens. Marcantes, “reais”, você acaba se envolvendo e “pensando” como eles e entendendo o ponto de vista de cada um. Um dos principais representantes do Existencialismo, Camus recheia o livro com pensamentos filosóficos e valores. Afinal, O que é mais valoroso para o espírito? A felicidade pessoal ou ajudar a coletividade em um momento de crise?
Com certeza não é um romance comum, mas se lido de forma reflexiva se percebera a grandeza da obra. E apesar de “O Estrangeiro” ser o livro clássico de Camus, A Peste me foi muito mais marcante. Terceira leitura do ano. Nota 4 numa escala de 0 a 5.
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Christiane 17/12/2013

A peste - uma doença ou um sistema de vida?
A peste no livro é uma doença, mas também uma metáfora, do que é a vida quando nos sentimos ou estamos inconscientemente presos a um sistema, a um espaço, temos medo mas desejamos a liberdade, queremos fugir, ir embora, mas não conseguimos.
O livro tem como epígrafe uma frase de Daniel Defoe: " É tão válido representar um modo de aprisionamento por outro quanto representar qualquer coisa que existe realmente por alguma coisa que não existe."

Nunca aceitamos uma calamidade, algo que interrompa o cotidiano, nossos hábitos, que interfira no nosso dia a dia. Queremos fugir, não ver. Recusamos, queremos o bom, ou pelo menos o cotidiano, que não se altere. Mas o ruim também existe, não há como escapar.

Diante da tragédia, da calamidade, do exílio, que pode ocorrer mesmo sem ter a cidade fechada uma vez que nos exilamos na dor, nos afastamos dos outros. Vem a nostalgia, o passado, mas que dói, por tudo que houve e que não houve e não conseguimos imaginar o futuro, pois não sabemos quanto tempo vai durar a peste.

Uma alegoria à Segunda Guerra Mundial, mas também uma forma de falar de si mesmo diante das tragédias e contingências da vida.
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Heitor 26/03/2013

Certamente serviu de referência para Ensaio Sobre a Cegueira. Sem saber também profetizou os efeitos da separação causados pelo Muro de Berlim. Ótima obra, muito reflexiva.
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spoiler visualizar
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Eduardo Machado 03/10/2012

"Não se pode manter indefinidamente a vontade em estado de tensão, e é uma felicidade poder, enfim, na efusão, desatar esse molho de forças trançadas para a luta." Camus, A peste, P. 194
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