A peste

A peste Albert Camus




Resenhas - A Peste


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Cibele 27/09/2012

Bem, ainda não terminei o livro mas a trama me envolveu, a angústia dos habitantes da cidade ficticia me comove e ao mesmo tempo me instiga. Principalmente a personagem do médico que chega no momento que percebe que seu ofício não é mais curar e sim diagnósticar a peste que mata.Como lidamos com a resolucão da morte?? Falta menos de 40 pags pra acabar o livro mas ele não sai do pensamento pois a morte é uma coisa que aconte a todos, claro que não sabemos o momento, mas uma coisa é clara não escaparemos do momento em que ela chegar.
Terminei o livro a algum tempo e agora me foge muitas observações que poderia expressar. O livro é sensacional me fez chorar, sorrir, pensar, detestar. E perguntar por que há coisas que não há explicação? Com certeza esse livro merece uma segunda leitura com mais atenção.
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Diego 03/05/2012

Não pretendo descrever o livro em sua totalidade. Gostaria, no entanto, de enfatizar algumas coisas. A conclusão do livro A Peste, de Camus, merece destaque. O autor não define a crônica apenas detalhando o encadeamento de fatos após a erradicação da doença do seio de Oran. Se assim o fizesse, Camus deixaria evidente a sugestão de que a ciência é suficientemente capaz de resolver as tragédias coletivas. O narrador, o médico Rieux, não comemora seu combate contra a peste. Não há espaço para champagnes quando a condição de “mundo insensato” (pág. 211) traz em si tantas outras possibilidades de disseminar mazelas coletivas. É justamente na certeza de que a alegria é um sentimento sem imunidade absoluta que reside a fragilidade do homem. De acordo com Rieux, a peste pode ressurgir a qualquer momento. Em função dessa imanência trágica sob a qual pulsa a vida dos homens, uma pergunta se faz necessária: não é melhor sacrificarmos nosso individualismo quando as coisas coletivas estão sustentáveis do que afundar-se na agonia solitária quando tudo parecer perdido? Acostumar o homem a ser humano sem o papel destrutivo da tragédia. A fraternidade não se funda no desespero, mas sim na reflexão constante de que é preciso manter a peste sempre desacordada. (DRO)
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Rafael Moura 28/01/2012

A peste que assola as almas
Em A Peste, Camus nos transporta para uma cidade inadvertidamente atacada por uma variante da peste, que assolou a Europa na Idade Média e que, de tempos em tempos, teima em demonstrar sua face de morte aos cidadãos do Velho Mundo.

Porém, esta é apenas uma visão superficial, assim como insistir no fato de que Camus faz uma alegoria ao período da IIª Guerra em que os alemães invadiram a França. Sim, óbvio que Camus fala sobre a Guerra, mas a peste e a guerra são pretextos pra Camus falar sobre os homens, e sobre aquilo em que acredita.

Ao ouvirmos as motivações dos personagens, ao vermos as descrições físicas e psicológicas da cidade e seu povo, nos conectamos com os grandes problemas que assolaram o homem moderno da metade do século passado e que ainda hoje não encontraram respostas à luz do novo século. A religião, pena de morte, o papel das pessoas na sociedade, o papel da sociedade na vida das pessoas, os costumes, os diferentes posicionamentos em frente às adversidades, aquilo que nos iguala, aquilo que nos diferencia e vários outros elementos da nossa vida são apresentados pelo autor de maneira natural, sem a morosidade forçada do discurso.

Talvez seja isso que tanto chama a atenção neste livro. Camus não se mostra como alguém com uma lanterna em meio a uma sala escura, mas ele é colega de quarto tateando no escuro, igualmente à procura do interruptor de luz ou um toco de vela. Não é uma fala com autoridade, mas uma conversa com simpatia.

Afinal, em A Peste, como em Exílio e Reino, todos nós somos exilados de alguma forma e nesse exílio encontramos o reino.
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Sergio Carmach 22/12/2011

Obra de gênio
Na década de 40 do século XX, a cidade argelina de Oran começa a ser invadida por ratos agonizantes. A cada dia, maior é a pilha de animais mortos. Não demora para os habitantes da localidade também começarem a perecer, vitimados pela terrível peste negra. Quando as autoridades percebem a situação sair de controle, fecham as portas de Oran. Quem estava fora não pode retornar, tornando-se um exilado; quem estava dentro não pode sair, tornando-se um prisioneiro. Publicado em 1947, a obra chegou a ser encarada como uma alegoria da II Guerra Mundial, evento histórico no qual a peste nazista ocupou países, criou campos de concentração e infectou o continente europeu.

O livro, que rendeu o Nobel de Literatura em 1957 a seu autor, é uma obra magistral em todos os sentidos. Pode-se dizer que Camus era um escritor que sabia filosofar e um filósofo que sabia escrever. E é sob esse enfoque filosófico que A Peste deve ser entendido. Quem resolver lê-lo com a cabeça oca, ou em busca de um romance comum, não assimilará a essência do livro e irá se decepcionar. Por outro lado, os leitores de espírito reflexivo encontrarão um campo vasto para todo tipo de ponderações. Quanto à linguagem, apesar de não ser complicada, é fina e bem trabalhada, sendo mais uma fonte de prazer para os amantes de textos bem construídos.

O que é mais valoroso para o espírito? A felicidade pessoal ou ajudar a coletividade em um momento de crise? E do que o espírito mais necessita nesse momento de crise? Dos dogmas religiosos ou do pensamento racional? É interessante notar que essas questões envolvem os personagens centrais, inclusive o protagonista, Bernard Rieux, médico que se une a um esforço para debelar o mal, mesmo sendo esse mal algo de difícil compreensão, tanto do ponto de vista físico quanto espiritual.

Como dito, A Peste tem um texto farto em filosofia, e as citações possíveis, com suas respectivas interpretações, seriam capazes de gerar um outro livro. Os trechos relacionados a Deus chamam bastante a atenção, merecendo destaque os sermões do padre Paneloux e a visão racional de Rieux. O médico, indagado se acredita em Deus, explica: “se acreditasse num Deus todo-poderoso, deixaria de curar os homens, deixando a Ele esse cuidado”, filosofando mais adiante: “Visto que a ordem do mundo é regulada pela morte, talvez valha mais para Deus que não acreditemos n`Ele e que lutemos com todas as nossa forças contra a morte, sem erguer os olhos para o céu, onde Ele se cala.”

Quanto aos sermões de Paneloux, o primeiro é de uma genialidade única. As palavras colocadas na boca do padre por Camus mostram como o autor sabe ler a alma humana. O discurso do sacerdote mostra a visão clássica do cristão: a natureza em fúria é uma resposta divina à culpa humana. Posteriormente, Paneloux assiste à terrível morte de uma criança e diz: “Isto é revoltante, pois ultrapassa a nossa compreensão. Mas talvez devamos amar o que não conseguimos compreender.” Assim, no segundo sermão, já mais fustigado pela tragédia, ele abranda o tom e torna-se menos enfático sobre a culpa do homem, dizendo “que havia coisas que se podiam explicar em relação a Deus e outras que não se podiam.” Bem... Talvez se possa dizer que o padre, com essa frase, transformou a humildade trazida pela razão em uma espécie de arrogância da fé.

Para fazer jus ao livro - que trata de inúmeros temas, como justiça, suicídio, amor, essência humana, religião - e colocar aqui tudo o que é digno de nota, a resenha precisaria ocupar páginas e mais páginas. O texto de A Peste é riquíssimo e esta singela análise sequer abordou 1% de tudo o que há nele e de tudo o que pode ser extraído dele. Para finalizar sem mais delongas, talvez o mais importante a se dizer seja o seguinte: se o racionalismo filosófico de Camus serve para provocar descrença em Deus, por outro lado é muito mais forte para despertar a fé nas qualidades do homem.

http://sergiocarmach.blogspot.com/2011/12/resenha-peste.html
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Carla Beatriz 27/01/2011

Trechos
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Nunca viu um homem ser fuzilado? Não, com certeza, isso se faz em geral a convite, e o público é escolhido antecipadamente. O resultado é que você conhece isso apenas pelas gravuras e pelos livros. Uma venda, um poste e, longe, alguns soldados. Pois bem, não é nada disso. Sabe que o pelotão se coloca a um metro e meio do condenado? Sabe que, se o condenado desse dois passos à frente, bateria com o peito nas espingardas? Sabe que, a essa curta distância, os executores concentram todos os tiros na região do coração e que, entre todos, com as suas grandes balas, fazem um buraco onde se poderia meter o punho? Não, não sabe, pois são pormenores de que não se fala. O sono dos homens é mais sagrado que a vida dos empestados. Não se deve impedir a boa gente de dormir.

Parece-me que a história me deu razão: hoje cada qual mata o mais que pode.

Quando estoura uma guerra, as pessoas dizem: “Não vai durar muito, seria idiota”. E sem dúvida uma guerra é uma tolice, o que não a impede de durar. A tolice insiste sempre [...].

Flutuavam números na sua memória e dizia a si próprio que umas três dezenas de pestes que a história conheceu tinham feito perto de cem milhões de mortos. Mas que são cem milhões de mortos? Quando se fez a guerra, já é muito saber o que é um morto. E já que um homem morto só tem significado se o vemos morrer; cem milhões de cadáveres semeados através da história esfumaçam-se na imaginação.
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Guga 04/01/2011

A Peste é um belíssimo livro. Albert Camus escreve em favor da
coletividade, que em tempos de Peste, ou seja, de crises, guerras, ou como diria o autor, de flagelos, é extremamente útil.
A Peste é uma metáfora ao tolitarismo, em vez de ratos, homens que chegam devagarinho e tomam o poder escravizando todos.
E fica a lição: Há mais coisa a admirar do que a desprezar nos homens.
Leiam, não se arrependerão.
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motonio 22/07/2010

De todos os livros que eu li este é o que me deixou na dúvida, eu realmente não sei se gostei ou não com certeza vou ter que ler novamente daqui alguns anos.
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Ju 17/07/2010

Livro excelente!
Camus é clássico!
Sua escrita é sempre surpreendente, profunda e bem analítica. Segundo livro que leio do autor, o primeiro foi "O Estrangeiro" e mais uma vez o foco são as pessoas, suas características e as relações entre elas.
No caso desta obra, o pano de fundo foi uma grande peste - infestação de ratos - que assolou e isolou uma cidade, deixando doente e matando muitas pessoas.
Nesse contexto podemos ver a idéia central do livro em passar os sentimentos humanos, como solidariedade, coragem, medo, fé etc
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Ricardo 29/03/2010

Humano
É um livro que trata de separação e sofrimento. O autor trata com grande sensibilidade as dores da alma dos personagens.É uma leitura agradável porém requer varias paradas para absorver a profundidade do texto.
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Barbie 11/06/2009

Ótimo.
O livro é muito bom, na verdade ele fica melhor do meio pro final. As 50 últimas páginas são verdadeiras lições de vida, de amizade, de coisas simples que se tornam tão essenciais se as perdermos. Talvez, Saramago tenha aprimorado essa obra com o "Ensaio sobre a Cegueira".
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