Jott@ 06/09/2023Fascinante Narração!Como sempre, não? Não curtia tanto as obras de Machado de Assis como curto hoje em dia. Parece que minha visão (parece não, era) fechada naquele tempo ao qual peguei o seu primeiro livro para ler...
O livro começa com o autor (personagem principal do livro) explicando sobre o titulo e o seu livro. É ele que está narrando a história; o ponto de vista é unicamente dele e por essa razão, as vezes, você não daria a entender as suas atitudes em relação a Capitu - o grande amor de sua vida que foi o plot twist da encenação final.
É certo, que enganei-me várias vezes ao julgar algum dos personagens envolvido na história, porém, a medida que o final se aproximava, percebi que foi meu erro descartar a hipótese do que havia percebido anteriormente, nas cenas de Capitu como criança, sua malicia - a forma de encantar, disfarçar um ocorrido, esperteza... -, diferente de Bentinho, que em sua inocência agia por impulso ou as vezes, por conviver com ela, aprendendo ao observar algumas malicias...; assim como nas conversas que houve entre Bento e Escobar, seu colega de seminário cujo volveu-se amigo, e passaram a ser família... Contudo, não fica nítido o que o autor Machado de Assis está querendo passar de primeira - o leitor pode ver coisas engraçadas semelhantes a infância, que remete a infância, pode ver a cultura, a forma de comunicar-se dos cariocas na época etc.( porque por mais que seja uma história fictícia, percebe-se muito do realismo nela conduzindo o leitor a mudar de opinião ou até mesmo pensar com ele - o autor. O que é ótimo!
Além da narração, vale destacar todos os personagens do livro. Como eles fazem lembrar as histórias contadas por membros de família que viveram nos anos 50, 60 e 70; e claro, a preocupação de Machado de Assis sobre o que vamos pensar em relação a uma narrativa ou até mesmo do livro. Dando-se pausa para explicar alguma cena, como, por exemplo, as que supostamente seria, nos tempos de hoje picantes, só que graças o bom senso do autor, ele usa muitas vezes palavras dignas, corta a cena, e faz uma descrição amplamente elegante e como já falei acima, explica o que o leitor, acredito eu, possa nem conseguir imaginar, mas em sua explicação traz esse sentido. Bem, voltando para história o que parecia que iria terminar bem, final feliz, amor de infância... não foi o que ocorreu e isso me surpreendeu, pois, como disse, já havia descartado muitas hipótese, e o Bento agora lives alone.