spoiler visualizarKatherine51 29/06/2024
Um livro fascinante!
Li Dom Casmurro a primeira vez no início da adolescência para um tão temido trabalho de escola. Lembrava-me muito pouco sobre a história em si e sobre os personagens.
Enquanto relia, percebi coisas que eu não percebi na primeira leitura.
Traiu ou não traiu?
Bentinho sempre descreveu Capitu como uma dissimulada, astuta e até exibicionista. Se isso é verdade, não temos como saber. Porém, conforme o livro se desenrola, percebemos que Bento Santiago é extremamente ciumento, chegando a sentir ciúmes até do mar.
Um acontecimento que eu achei bem interessante é que Escobar dá a ideia de juntar as duas crianças (o filho de Capitu e Bentinho com a filha de Escobar e Sancha), acredito que se Escobar tivesse dúvidas da paternidade de Ezequiel ele não teria sugerido isso...
Bentinho é louco?
Ele chega a cogitar até a ideia de se matar, matar Capitu e/ou matar o seu filho, Ezequiel.
Uma paixão oculta?
Bentinho sempre descreveu Escobar uma admiração apaixonante. Em alguns trechos, ele deixa um sentido ambíguo como: "Eis aqui outro seminarista. Chamava-se Ezequiel de Sousa Escobar. Era um rapaz esbelto, olhos claros, um pouco fugitivos, como as mãos, como os pés, como a fala, como tudo...", depois ele continua ainda nesse capítulo: "...Eu, seduzido pelas palavras dele, estive quase a contar-lhe logo, logo, a minha história. A princípio fui tímido, mas ele fez-se entrado na minha confiança.". Em outro trecho ele fala que Escobar gostava mais dele que qualquer outra pessoa no seminário: "Ia alternando a casa e o seminário. Os padres gostavam de mim, os rapazes também, e Escobar mais que os rapazes e os padres."
Minha teoria é que o autor usou das palavras para expressar um sentimento proibido entre ambos sem trazer um escândalo para a época.