Vidas Secas

Vidas Secas Graciliano Ramos




Resenhas - Angústia


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Jpaulooo 18/11/2021

"Eu não sou um rato"
Ao ler Angústia é impossível não lembrar e associar a "Crime e castigo", afinal, Dostoiévski foi uma das grandes inspirações de Graciliano Ramos. Não que Graciliano roube ou use dos acontecimentos que ocorrem em Crime e castigo, porque o livro apesar de semelhante, possui sua originalidade, e embora o estado mental dos protagonista sejam parecidas, os rumos das histórias são diferentes. Mas que tem em comum, a representação do homem precárias e os conflitos enfrentados por eles.

Em Angústia, iremos acompanhar o relato de Luís da Silva, um homem que cresceu no interior nordestino, conhecendo todo o cangaço e a seca, assim como os problemas provocados por eles. E com uma infância já conflituosa, ele passou muito tempo vagando de um lugar para o outro do Brasil, até que se fixar na cidade de Maceió e lá começa a trabalhar como servidor público e em suas horas livres, escreve para um jornal. Este é o tempo "presente" do livro. Digo isso porque todo o livro é um grande fluxo de consciência que vai misturando as memórias do passado (rural), com a do presente (urbano). Esse fluxo pode deixar a história bastante confusa, chata e cansativa. Porque o narrador não distingue bem em alguma momentos tornando um pouco difícil e, acima de tudo, angustiante. É assim que tá a mente do protagonista, confusa, misturada e apertada.

Luís se apaixona por sua vizinha Marina, que apesar de curtir o momento parece não corresponder ao amor de Luís, e começa a ter um caso com o "inimigo" do protagonista, Julião Tavares, o homem que Luis mais odeia, o que o deixa totalmente perturbado.

Luís da Silva está totalmente "perdido", em uma mente totalmente conflituoso, agonizante e impulsiva. Como ele é o narrador da história, ele se mostra ser um homem totalmente chato, egocêntrico, raivoso, ignorante, que só pensa nele mesmo e é extremamente repugnante, e portanto começa a corroer a história, durante muitas partes da pra perceber que ele está indo além, criando diversas teorias na sua mente. Ele está totalmente "fora de si".
Luís da Silva é um homem seco e rude, assim como o ambiente em que vive. Ele não aguenta mais aquela vida, a situação social em que vive, a pobreza, miséria e incapacidade de não conseguir mudar as coisas. Um sentimento totalmente kafkiano, preso naquele estado de total insatisfação e não poder fazer nada para mudar.

Assim como Raskólnikov (protagonista de Crime e castigo), Luís não sabe o que fazer com toda essa raiva e ódio. Ele se sente uma pessoa superior, denomina todos a sua volta como ratos, ratos inúteis e asquerosos, mas seu maior medo era se tornar um, ou perceber que era um. E está sempre pensando em uma vingança, algo que não sai da cabeça dele, mesmo que ele tente. Diferente de Crime e castigo, em que vemos o crime no início e a perda da sanidade depois. Em Angústia, não sabemos se Luís terá força e coragem de se vingar e cometer o crime que ele tanto pensa.

Por ser bastante confuso, não é livro fácil de se ler. E o protagonista ainda é chato. Leia sem pressa e no seu tempo. Mas é uma leitura que vale a pena, não só por ser escrito por Graciliano. E digo isso porque eu poderia continuar a falar bastante coisa sobre esse livro, como o contexto histórico, toda a animalização, as semelhanças que o protagonista tem com o escrito...
Matheus656 18/11/2021minha estante
Gostei demais do livro mas é difícil ler não pela estrutura narrativa (achei até que flui bem os momentos de Dialogo) mas pela angústia que você sente lendo, é desesperador




Julia 18/11/2021

Angústia
Angústia é um livro com cenas que se materializam nos olhos do leitor, uma realidade que se estende por muitos anos, regiões e pessoas. O determinismo do livro é bem notável na trajetória de Luís da Silva, todas as acontecimentos do passado e os acontecimentos presentes se somam e no final resultam em mais mudanças na vida do personagem, onde ele chegou e como chegou, tudo depende do meio em que ele passou. Os personagens secundários são importantes para conhecermos mais ainda o Luís, pois ele apresente opinião e sentimento, mesmo que ruim, por todos. No decorrer da leitura, eu tive o sentimento de que toda narrativa era tão real, tão humana no quesito ?seres humanos são ruins, sofrem e são paranóicos, escrotos, sensíveis, malignos, necessitados, doentes, ansiosos....?. Enfim, o livro mostra o pior dos lados da humanidade, aborda assuntos pesados, que evitamos falar, mas o Graciliano nos traz esses assuntos crus, sem eufemismos, aquilo que realmente é.
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Balbis 15/11/2021

Angústia
Outro livro lido para aula de literatura e pros vestibulares...

Acho que não seria nem um pouco inovador falar que a narrativa é angustiante mas resume bem a sensação que o livro transpassa.
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mari 11/11/2021

Meu favorito da fuvest!! Sei que é uma opinião impopular, mas eu AMO história por fluxo de consciência, acho um pouco confusa, mas mesmo assim gosto desse tipo de narrativa. Leria ele mesmo se não fosse obra obrigatória, amei muito.
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jovana 02/11/2021

angustiante
o foco no tempo psicológico causa uma certa angústia, com toda certeza. ele apresenta tudo o que o levou até o momento atual, o que o motiva a fazer o que faz e lhe gera sofrimento.
os flashbacks me deixaram confusa em alguns momentos, mas é incrível o jogo de comparação que ele faz com o passado e o presente.
achei interessante o fato do graciliano ramos estar preso quando publicou a obra.
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Matheus656 28/10/2021

Angustiante
Lendo esse livro percebi que Graciliano Ramos não poderia ter escolhido um título melhor para a obra, o livro passa integralmente uma sensação angustiante, que afeta o leitor (pelo menos eu senti).

A narrativa da vida do Luís é bem fluída, porém há frequentemente uma sobreposição dos tempos, o autor retorna a infância do protagonista e ao presente no mesmo parágrafo, momentos confusos a priori, todavia o leitor acostuma-se.

"Não sou um rato. Não quero ser um rato"
Frases como estas, revelam a interioridade do romance que, narrado em primeira pessoa, nos mostra a conflituosa mente de Luís, um servidor público, nascido no interior e que mora em Maceió.

O romance em si aborda questões cotidianas de Luís, com um foco muito grande no psicólogico e me tocou bastante.

É uma bela leitura que induz a numerosas reflexões e vale a pena.

Recomendo, foi meu primeiro contato com o autor e pretendo ler mais obras.
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Mariana 26/10/2021

li ele pra vestibular e ate que tinha gostado, mesmo tendo perdido muitos aspectos importantes do livro que faziam ele ser o que é, mas depois ao ver analises sobre ele, fiquei completamente apaixonada pela historia, juro muito genial, um beijo cris pelas aulas de analise vc e perfeita
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Soph 21/10/2021

No começo, estava achando muito entediante, mas ao longos das páginas começou a fazer sentido e ter um pouco mais de ritmo. A leitura é um tanto pesada, fazendo jus ao nome do livro, angustiante. Achei interessante o fato de a estória ser um ciclo, ou seja, o fim ser o começo e vice versa. É bem escrito e bem organizado. Porém, não gosto muito de clássico, então não vou poder dar a avaliação correta. Indico muito para quem realmente gosta do gênero.
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Fabi 13/10/2021

Atemporal
"Angústia" poderia ter sido escrito em 2021 e ainda refletir, sem tirar nem pôr, os dias atuais. Todos os devaneios de Luís da Silva, que refletem a angústia do homem moderno, são nossos devaneios nesse mundo que parece não ter nada de bom, e que não traz nada de bom pra nós.
Graciliano põe à mesa, nos anos 30, questões que são discutidas agora. Para isso, vale-se de um projeto audacioso de delegar a um protagonista homem todas as fragilidades, escancarando os maiores recônditos de um homem do subterrâneo.
Uma obra-prima difícil e que exige bastante do leitor, mas, uma obra-prima.
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Mick 12/10/2021

gente sofrida. tipo muito. Graciliano vc merece meu coração e todo meu amor, relaxe meu senhor, tua angústia acaba jaja. Além disso, obg por ser o melhor livro q a FUVEST ta pedindo, "Quincas Borba" me destruiu.
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Michaely1 11/10/2021

Angustiante e penoso
Que livro mais penoso para se ler!
Confesso que a leitura é super fluida e simples, consegui ler tudo tão rapidamente e de modo tão leve que me surpreendi. O problema foi no final: que final mais cheio de enrolação. Ele realmente trata sobre o cotidiano de Luís e eu vi vários costumes representados na obra, mas não posso negar que estou redondamente decepcionada por ser apresentada a um narrador tão terrível quanto este.
A forma com que ele trata as pessoas é horrível. Os personagens têm sim seus defeitos, mas julgo que o maior defeito de Luís (e também a raiz de sua verdadeira angústia) seja o fato de ele pensar que cabe a si próprio executar a justiça. Ele é quem julga, ele é quem executa, ele é quem está certo. Ele pode apontar os defeitos de uma mulher sem juízo e chamá-la de put*, só ele pode fazer isso. Ele se faz tanto de vítima, colocando como se o amor dele fosse enorme e ela desse tão pouco. Mas cara, desculpa, você quis se enganar sozinho. Você sabia desde o princípio que ela era uma mulher interesseira (ELE MESMO JÁ DIZIA) e mesmo assim quis cair nesse golpe. Pior que isso: toda a narrativa tem como problemática as mulheres. Cara, sem condições. Se você tem essa vida tão angustiante é porque você quer. Todos nós temos nossos erros e nossos pecados, mas continuar no erro é escolha sua!
Justamente por esse protagonista tão irritante que eu não dei 5 estrelas. Eu sou uma pessoa que releva certos pontos, relevei todas as vezes que ele objetificava uma mulher e não parava de encarar-lhe a bunda. Eu realmente relevei, mas tem hora que basta.
Nesse livro, eu realmente não vi as qualidades de alguém sendo retratadas. Foi difícil enxergar algo de bom nos personagens. Acredito que tudo isso se deva à atmosfera angustiante que me foi proporcionada.
Para todo o caso, essa é uma baita leitura. Muito bem escrita, por sinal. Eu pensei que tanto cotidiano seria chato (como em Quincas Borba), mas não senti nada disso. A impaciência só veio após as sequentes ações sem escrúpulos de Luís.
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Viih 10/10/2021

Esse livro me surpreendeu muito, minha primeira literatura fora da escola, onde mergulhei de cabeça e me deparei com momentos bons e muitos momentos de raiva haha, o final deixou a desejar, confesso que esperava mais, mas com certeza foi uma ótima leitura.
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Amandinha_13 08/10/2021

Muito bom.
O autor explora a consciência de Luís da Silva, mostrando o declínio do equilíbrio emocional da personagem e resgatando o realismo.
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Rafa 06/10/2021

Angústia
Esse não é o tipo de livro que costumo ler e por isso não gostei muito. Porém devo confessar que a escrita é muito boa, já que é possível sentir a angústia do personagem pela escrita.
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