Leonardo Felix 28/01/2021
Muito bom
Escrito pelo mestre no goticismo literário Álvares de Azevedo. A vida de universitário de direito, regrada à saideiras, bebidas, sexo, experiências literárias e filosóficas e reflexões metafísicas, conversas intelectuais com amantes da língua alemã, o próprio Álvarez estudioso do idioma germânico, tudo se fez presente na vida do autor, morto precocemente aos 21 anos, mesmo caso de vários escritores góticos brasileiros ou até pior, como Cruz e Sousa que assistiu aos filhos morrerem, um a um de uma forma ou de outra até chegar o seu próprio momento de partida. Toda a atmosfera niilista e melancólica permeia o romance e a vida dos personagens. Supõe-se que os crimes mais nefastos narrados como incesto seguido de fratricídio foram inspirados em casos reais vividos pelo escritor e companhia. Uma pérola das histórias góticas, gênero genial, porém infelizmente com poucos adeptos e produções. Ou felizmente pois isso conserva a qualidade, o que não poderia ser garantido se virasse "modinha".
A premissa é simples: 8 amigos, inspirados no Álvares e nos campanheiros se reúnem na taverna(equivalente ao bar no Brasil do Século XIX) de preferência do bando, estudantes e intelectuais para fazer o padrão: beber e conversar com o adiocional de que cada um deve contar uma história, da maior proporção sinistra possível e revelar os lados mais obscuros que habitam neles. É proibido mentir. A partir daí acompanhamos contos dentro de um romance de uma forma que só o gótico proporciona.
E Macário, não menos importante, numa vive meio Fausto, um estudante tem encontros com o diabo em pessoa produzindo dialógos bem interessantes com encontro de pontos de vista, narrado com uma linguagem bem primorosa e culta.