Macário & Noite na Taverna

Macário & Noite na Taverna Álvares de Azevedo




Resenhas - Macário e Noite na Taverna


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Bela 23/04/2022

Noite na Taverna - Álvares de Azevedo
Sobre o Livro
Maior nome do ultrarromantismo brasileiro, Álvares de Azevedo reúne em Noite na Taverna uma antologia de contos de teor gótico nos quais um grupo de amigos reunidos em um bar começam a narrar histórias escabrosas que supostamente aconteceram em suas vidas.

“Morrer! é a cessação de todos os sonhos, de todas as palpitações do peito, de todas as esperanças! É estar peito a peito com nossos antigos amores e não senti-los!

Passeando por temáticas infames como necrofilia, incesto, orgias, assassinatos, sequestros, canibalismo e muitas traições, os contos se conectam pelo ambiente do bar em que as histórias são narradas, no qual os amigos passam a palavra uns pros outros e iniciam a próxima rodada de narração de histórias. De paixões desencadeadas a partir de encontros obscuros em cemitérios até adultérios que resultam em crimes sangrentos, Noite na Taverna se propõe a narrar o absurdo em cada conto sórdido da antologia.

Minha Opinião
Álvares de Azevedo sempre foi um dos autores que mais apreciei estudar nas aulas de Literatura da escola. A poesia “do mal do século” – como sua geração literária ficou mais conhecida – foi uma das mais lidas na minha adolescência e o fato de a vida do autor ter sido tão breve, o que por consequência alimentou muito do imaginário místico de sua rápida produção literária, sempre o tornou uma figura muito comentada por leitores e mesmo por críticos. Em uma análise histórica da produção do autor, o sociólogo e pesquisador literário Antônio Candido comenta um fator bem interessante sobre a produção de Azevedo:
“Se o romantismo, como disse alguém, foi um movimento de adolescência, ninguém o representou mais tipicamente no Brasil”.

Como o trecho do crítico aponta: Azevedo era um autor romântico e de uma fase desse período literário que estava imersa em referências ultrarromânticas e góticas que há muito podiam ser vistas em Lord Byron e Alfred de Musset. Também como informa o trecho, Álvares de Azevedo era jovem, um adolescente quando escrevia e um recém adulto quando faleceu aos 20 anos. Com uma vida tão curta e marcada por poesias, contos e peças tão intensas e infames, não é difícil entender porque ele representara tão bem o “romantismo como movimento de adolescência”: sendo tão jovem, Azevedo não precisava que situações reais absurdas acontecessem para sentir emoções intensamente e nem precisava viver na infâmia para escrevê-la. A ousadia, a intensidade e o moralismo culpado, típicos de jovens da época, se apresentam em seu texto naturalmente e Noite na Taverna é um exemplo disso e um marco na literatura brasileira de diferentes formas.

Escrito em formato de contos, Noite na Taverna é uma antologia de ritmo frenético, rápida de ler e que por estar inspirada na estética do gótico literário, lembra muito produções europeias da época. É conhecido entre os estudiosos que Azevedo tinha grande consideração pela produção do poeta francês Alfred de Musset, mas muito da sua escrita gótica é associada com Byron: a presença de temas imorais como orgias, necrofilia, relações incestuosas e adultérios violentos é muito mais comum nos poemas do escritor inglês. Inspirada em maior ou menor grau nesses dois autores, Noite na Taverna se tornou um ponto muito importante para o terror e o fantástico na produção literária nacional: em meio a tantas produções nacionalistas de cunho realista ou histórico que a época de Álvares de Azevedo produzia, o autor foi um ponto fora da curva ao trazer os castelos escuros, o ambiente noturno, as referências constantes a morte e ao teor dúbio entre realidade e místico.

Nos contos de Noite na Taverna encontramos uma dinâmica rápida, modelada para provocar o choque: o primeiro conto já começa em um cemitério e apresenta a paixão obsessiva de um rapaz por uma moça pálida que encontrou andando por ali. Com um final que tinha por objetivo ser assustador, o conto é uma fagulha do que o resto da coletânea vai apresentar e o teor de infâmia só fica cada vez mais forte até culminar em um final que interliga a realidade dos amigos no bar com o que seus contos relatavam. A ambientação é múltipla também: quando os contos começam, claramente há uma mudança de ambiente e muito do cenário evoca clima e ambientes mais europeus do que brasileiros. Só voltamos para o país quando os contos terminam e os amigos comentam convidam o próximo da mesa a contar sua história. Por ser tão frenético, o livro passa realmente a sensação de que estamos na mesa de bar junto com eles.


Filme nacional de 2014 inspirado em a Noite na Taverna
“O que é a existência? Na mocidade é o caleidoscópio das ilusões: vive-se então da seiva do futuro. Depois envelhecemos: quando chegamos aos trinta anos, e o suor das agonias nos grisalhou os cabelos antes do tempo, e murcharam como nossas faces as nossas esperanças, oscilamos entre o passado visionário, e este amanhã do velho, gelado e ermo – despido como um cadáver que se banha antes de dar à sepultura! Miséria! Loucura!”

Apesar da ousadia das temáticas e da escalada rápida que temos do primeiro conto para temas ainda mais espinhosos que se seguem, Noite na Taverna não deixa de conter os moralismos de seu tempo e é notável a presença narrativa da culpa. No livro, acontece a comum criação de personagens femininas que encarnam estereótipos de gênero muito presentes nas produções escritas do século XIX: mulheres anjos são as presenças femininas virginais e puras que são ameaçadas pela corrupção masculina e mulheres demoníacas são a figura feminina impura, geralmente presentes como as cortesãs, prostitutas ou adúlteras que corrompem o espaço ao seu redor e enlouquecem o personagem masculino. Poucas são as personagens que escapam dessa elaboração narrativa comum, mas uma em especial chama a atenção: a espanhola Ângela, do conto narrador por Bertram é a única personagem feminina que não tem um final violento em que acabe morrendo.

Sua construção chama a atenção porque apesar de ser uma personagem que enquadra-se no estereótipo da personagem feminina impura que causa a ruína do personagem masculino, Ângela ainda tem uma participação um tanto inovadora, principalmente considerando a época em que o livro foi escrito. No fim, os contos, por mais infames que sejam, não escapam do próprio juízo moral de seu tempo e cada transgressão é punida com tanta violência quanto como foi cometida, principalmente para as personagens femininas transgressoras. Perceber esses detalhes narrativos ajuda muito a entender o próprio terror nacional contemporâneo, em que, apesar de muitas coisas terem mudado e a presença feminina na ficção de terror ter finalmente ganhado maior profundidade, ainda é comum encontras estereótipos de gênero similares.

De todo modo, Noite na Taverna é uma produção extremamente rica para quem tem interesse em conhecer melhor da produção nacional brasileira e ver as bases de muito do que hoje é produzido no fantástico nacional. O livro ainda tem a vantagem de ser curto, rápido e dinâmico, os contos fluem muito bem e são um gostinho simples, mas bem interessante de como o terror brasileiro lidava com pautas que são polêmicas mesmo hoje.

site: https://resenhandosonhos.com/noite-na-taverna-alvares-de-azevedo/
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Ana.zinha 21/04/2022

Não seja ignorante, esse livro não é flor que se cheire.
Muitos não gostam desse livro pois ele traz elementos do: Mal do século, romantismo, e literatura gótica.
O que mais pesa quando as pessoas vão falar desse livro é o mal do século, que se resume a: Violência, corrupção, adultério, traição, morte, vingança, tédio, bebida, luto e amor.
Sendo assim, é ÓBVIO que terão coisas que nos farão torcer o nariz.
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dani2vi 27/03/2022

Noite na taverna e Macário
Gostei muito! Leitura um pouco complicada para mim, mas o que importa é que gostei. Eu me choquei com algumas histórias do Noite na Taverna e isso que fez eu me interessar mais pelo livro.

Recomendo!
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Lima 05/03/2022

"mas é a ironia mais amarga, a decepção mais árida de todas as ironias e de sodas as decepções. Tudo isso se apaga diante de dois fatos muito prosaicos ? a fome e a sede."
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Sebo Gato Bibliotecário 04/03/2022

Número 2
Álvares de Azevedo é dono da cadeira número 2 da Academia brasileira de letras, só não escreveu mais livros porque morreu jovem por tuberculose aos 21 anos. O tema de suas publicações são morte, suicídio, orgias, melancólia, mulheres, vinho, amor e outros sentimentos, sendo autor obrigatório para a literatura gótica. "Macário" trata de uma peça de teatro dividido em dois episódios, o primeiro episódio onde o protagonista, chega em uma estalagem para descansar após uma longa viagem. Um desconhecido chega depois a ambos conversam a noite toda. O segundo episódio, Macário está na Itália e conversa com seu amigo penseroso. Conheci Álvares de Azevedo no ensino médio, atrás do livro de português da escola, no livro tinha um trecho do capítulo de "Solfieri", de outro livro do autor, "noite na taberna". Neste livro, cada capítulo é um personagem contando a sua história. Uma pena que Álvares de Azevedo morreu cedo (ainda não li "Lira dos 20 anos). Como essas dois contos são curtos, a editora Nova fronteira, fez uma única edição com as duas histórias, e acabei comprando porque não conhecia a peça "Macário", e não sabia que era uma peça de teatro, fui saber quando abri o livro, pensei que era na forma de conto.
nath191 04/03/2022minha estante
Eu já vi trechos de Macário mas não sabia que era dele.
Noite na taverna eu li e sim, Álvares de Azevedo foi (e com certeza seria muito mais) um escritor fenomenal??




Aninha 16/02/2022

Necrofilia???
O livro é interessante,tem assassinato, adultério, necrofilia,sequestro, canibalismo kskkskskskskkss tem de tudo e mais um pouco.Por conta de ele ser antigo,a leitura é difícil,mas não deixa de ser uma história interessante,mas não me conquistou, então é.
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Rilley1 15/02/2022

Caótico
Esse conto é uma coisa muito doida. Homem aleatórios contando suas histórias de vida de forma poética, mas o conteúdo das histórias... E é complicado, porque são coisas que te fazem ter dificuldade para digerir, porém é bom, bastante bom.
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Gabriel.Oliveira 03/01/2022

Estórias muito macabras
Na parte do Noite na Taverna há estórias que absorvem muito da segunda geração do Romantismo - o ultrarromantismo. Álvares de Azevedo foi um grande expoente dessa fase e esse livro destaca muito os pontos dela, muito inspirada no Byronismo.
Macário é um texto teatral que também trata de temas que eram pertencentes a esse período do movimento literário.
Livro muito bom!
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Pedro Schabarum 23/12/2021

Noite na Taverna
Gostei das histórias contadas pelos personagens, mas de qualquer forma não me prendeu totalmente. Porém nem sempre podemos contar que um livro seja totalmente do nosso agrado, nem que estejamos lendo em um momento que conseguimos captar sua essência.
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Gabryely2 07/12/2021

Um livro doido.
Achei a leitura até que fluída e rapidinha.
Mas com certeza è um livro bem doido.
Meu primeiro contato com esse tipo de literatura foi através desse livro e posso dizer que foi uma experiência até que interessante.
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Sathy0 07/12/2021

De derreter os olhos.
É o primeiro livro que leio do excelentíssimo Álvares de Azevedo, apesar de conhecer alguns poemas soltos que eu sempre apreciei.

Noite na Taverna é uma obra chocante, densa; que murcha todas as rosas do idílio, trazendo a nostalgia de um amor utópico que apodrece na imoralidade, na antropofagia, na necrofilia, no incesto, adultério e assassinatos ? com algumas tendências fatalistas.

Macário é uma peça, que parece inacaba. Os personagens têm desfechos que vagam entre a boemia, a vida lasciva, o caminho cético e sem propósito e termina em um suicídio precipitado motivado pela paixão (alusão shakespeariana).

Uma leitura de muita valia, pois eu jamais esperaria que Noite na Taverna seria em seu âmago, um horror. Horrível, porque demonstra como o romantismo se foi e a degeneração consumiu até o coração dos poetas.

Essa edição da Editora Globo tem um posfácio bastante culto de Cilaine Alves Cunha. E uma boa bibliografia.
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Bianca Chiodi 06/11/2021

Noite na Taverna - Álvares de Azevedo
O livro possui 5 capítulos onde cada um é contado por um personagem diferente.
As histórias contém descrições pesadas e assustadoras, assim como a literatura da época.

É um livro ótimo, com uma linguagem mais robusta, porém bem detalhada e interessante.
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Babi 03/11/2021

Amigos se reúnem após uma orgia para compartilhar histórias? esse é o início da novela ?noite na taverna?. Cada conto é a história de um amigo.
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alícia 20/10/2021

dei 2,5 estrelas por causa de Macário. nunca pensei que fosse gostar tanto do diabo ??
se dependesse da segunda história eu só daria 1,5 de novo.
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Karina Paidosz 19/10/2021

E o ceticismo não tem a sua poesia?... O que é a poesia?
Eu achei incrível como essa obra, com pequenos contos, consegue ser trágica, poética, lírica, filosófica e ultrajante.

" SATÃ

Isso de mulheres, nem eu, que sou o Diabo, as entendo. Quem entende o vento, as ondas, e o murmurar das folhas? A mulher é um elemento.
A santa mais santa, a virgem mais pura, há instantes em que se daria a Quasímodo; e Messalina era capaz de enjeitar Romeu ou Don Juan. Mas enfim..."
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