Hel 29/01/2016
Este é um livro que eu gostaria muito de ver filmado, ou de preferência, transformado em animação. Mas teria que ser uma animação do tipo anime, não digo no visual mas no estilo narrativo, porque apesar de ser um livro infanto-juvenil tem cenas de ação e personagens morrem, ou ficam gravemente feridos .
Marcou o período em que eu estava passando da infância pra adolescência, tanto que não me contentei com a leitura da biblioteca e pedi de Natal. Pena que meu irmão não achou tanta graça, por causa dos pontos sinistros que mencionei antes.
Nos anos 70, os irmãos Marcos e Eduardo tem de passar as férias em casa porque seus pais foram a um simpósio (espécie de congresso), acabando com a sonhada viagem à ilha do Bananal. Inspirados num artigo de jornal sobre Santos Dumont, eles decidem construir um balão, financiados por Chiquita, sua avó avançada (para a época) e uma das melhores personagens do livro. O plano era politicamente incorreto: soltar o balão com gatos de rua, e se hoje em dia fosse filmado certamente teriam que alterar essa parte pra não haver problemas com os defensores dos animais. Mas os gatos não sofrem nada, pois quem acaba voando no balão são os garotos, a avó, a filha de um vizinho e mais um cachorro e o gatinho da menina. Como desgraça pouca é bobagem (clichê, mas adoro essa expressão), vão parar no meio de cangaceiros e se tornam meio reféns, meio que hóspedes deles. Esses cangaceiros não são más pessoas, mas estão numa guerra contra bandidos que querem suas terras, e também tem que se esconder da polícia local, daí a violência mencionada antes. E ainda há outros perigos, como uma onça pintada e uma cobra venenosa.
Imagino que algumas criancinhas da época em que foi publicado tenham ficado chocadas com esse livro, mas para a garotada de hoje, acostumada com os Dragonball da vida, não é nada. Por isso, eu super-recomendo, para crianças acima de dez, adolescentes e até adultos, como prova de que nem toda a literatura brasileira é super-chata, os professores de português e literatura é que não tem imaginação e sempre recomendam a mesma coisa.
A única coisa que lamento é a mania dessa autora de botar o final em suspense (mesmo pecado de Uma Rua Como Aquela e outros livros dela).